*Capitulo escrito dia 17/05/13
- Para de agir
assim. – falou serio.
- Assim? –
perguntei aparentemente confusa – Endoidou?
- Como se não se
importasse. – esclareceu.
- E eu não me
importo.
- Ah se importa. –
ele deu um passo na minha direção, me intimidando, e eu recuei – Eu sei que
sim.
Começou a tocar Im with you ~19:57 ~ mais que merda de letra também De novo ele deu uma parada pra ouvir a letra e olhou bem em meus olhos.
Abri a boca para
contestar, mas ele foi mais rápido:
- Não adianta
tentar falar o contrario. Eu sei que faz
isso para se mostrar a revoltada, a menina “sem sentimentos” que não se importa
com nada, mas isso é mentira. Você não mudou.
- Mudei. – me defendi
ainda recuando enquanto ele avançava com palavras agressivas.
- Não mudou.
Continua a menina meiga e sensível. Mas agora esta trancada, escondida ai dentro,
onde ninguém possa ver, nem tocar, para não te machucarem, não te magoarem, não
te verem sofrer.
- Isso e mentira. –
minha voz soou fraca, suas palavras me atingiam como um tapa na cara, ele
estava mexendo la dentro, nas feridas. Ele estava conseguindo alcançar.
- Nós dois sabemos
que é verdade, você é a menina que esta encolhida ai dentro. – apontou pra mim –
Atrás de toda essa revolta, buscando paz e menos dor. Se escondendo das
pessoas. Principalmente de quem ama. Eu. Se escondendo de mim. Pata não se
entregar de novo ao amor, porque tem medo. – ele continuava avançando e eu começava
a me sentir exposta enquanto recuava meio sem direção – Mas você me ama e eu te
amo, e te agoniza não poder ficar comigo. Você tem saudades dos meus beijos,
meus abraços, meu cheiro...
- Para! –
interrompi ele com o choro entalado na garganta, agoniada.
- É a menina com
medo de amar, mas ao mesmo tempo já amando. Me amando e ansiando a cada
segundo.
Ele conseguiu.
Pequenas lagrimas começaram a escorrer pelos meus olhos.
- Para! – tapei meus
ouvidos – Para! Para! – fechei os olhos para não vê-lo mais.
“Eu não sei quem você
é
Mas eu... Eu estou com
você
Eu sinto sua falta”
Ele tocou meu braço para eu destapar o ouvido.
Olhei para ele com
raiva.
- Por que esta
fazendo isso? Por que não pode simplesmente me deixar do jeito que eu estou?! –
gritei entre soluços.
- Porque você não esta
feliz. Porque esta sofrendo e é minha culpa. Porque eu te amo e você me ama.
Porque eu te quero de volta. – ele segurou meus braços e me puxou pra perto
dele.
Fiquei uns
instantes paralisada, perdida em seus lindos olhos caramelizados.
Fui acordar quando
ele se inclinou para a minha boca, e o empurrei.
- Não encosta em
mim! – limpei minhas lagrimas não merecidas do rosto – Não ouse! Sai daqui! Sai
da minha vida! – tentei empurra-lo para porta a fora, mas ele plantou os pés no
chão.
- Você sabe que
precisa de mim, você tem a necessidade de ficar perto. Não deixa teu orgulho te
estragar.
- Para de falar!
Sai daqui!
- Você me ama.
- Não!
- Me ama.
- Não!
- Eu tenho certeza
que sim.
Consegui
empurra-lo até a porta.
- É, droga, eu te
amo, esta satisfeito? – abri a porta, chorando inconsolavelmente – Mas não vai
mudar nada. Agora me deixa! – empurrei-o porta a fora e fechei a porta na cara
dele.
- Eu te amo. – ouvi ele falar através da
porta.
Me ajoelhei no chão,
desabando verdadeiramente depois de quatro semanas mudada. Sentei e abracei
meus joelhos, me balançando feito criança enquanto a ferida latejava, doía tanto
que eu comecei a ficar preocupada se havia algo perfurando meu coração realmente.
Coloquei a mão nele e aparentemente não tinha nada.
As imagens que eu
tanto evitava, surgiram na minha cabeça e eu não conseguia suportar, chegando a
beira do choro histérico.
Que legal
Drewzinho, veio aqui para tirar a armadura que levantei com tanto esforço.
Meu celular
apitou, e primeiramente o ignorei, mas podia ser tia Susan com alguma coisa
importante.
Olhei a tela:
Meu Romeu.
Mais que droga
(Seu nome), por que você ainda não tirou esse nome de merda?
Aaai droga.
Abri a mensagem
meio “masoquistamente”
“Me deixa entrar. Me deixa te ajudar. Não quero
te deixar assim.”
Isso não podia ser real. Ele queria me
consolar dele, mesmo? Esta brincando
comigo não é?
Ignorei a mensagem
e me deitei no chão, encolhida.
- Psiu. – alguém me
chacoalhava.
Abri os olhos
secos e doloridos e vi tia Susan sentada na minha frente.
Olhei para os
lados desnorteada, e estava na minha cama.
O que?!
- Tia? – perguntei
desnorteada – Tia, por que me carregou até aqui? Você vai acabar quebrando as
costas.
- Eu não te trouxe
aqui. – ela pareceu confusa – Você esta bem? – me analisou.
- Quem me trouxe então?
– perguntei atordoada.
- Acho que ninguém...
a não ser que... você recebeu visitas? –
investigou.
Me sentei na cama,
esfregando os olhos com um embaraço mais caótico no cérebro do que nos cabelos.
- Eu... recebi uma
visita. Mas estava na sala. – eu podia jurar que dormi no chão.
- Você deve ter
vindo antes de dormir, só esta se confundindo.
Bocejei, talvez
tivesse vindo sonâmbula pra cá Mas eu nunca fui sonâmbula...
- Mas, quem foi
sua visita? Você esta bem?
Assenti
exageradamente.
Ela analisou meu
rosto, meu jeito, e o veredicto pareceu deixa-la com um pesar.
- Quem veio? –
insistiu.
- O Drew. –
confessei abraçando os joelhos.
Isso ela também não
deixou passar despercebido, o jeito como falei que ele veio me ver, soou doloroso,
soou como “eu antes” não a “eu nova”.
- O que aconteceu?
Engoli em seco,
buscando algo no meu raciocínio rápido.
- Ele disse que...
ele me quer de volta. – dei de ombros me sentindo a pessoa mais falsa do mundo
ao fazer isso.
- Hmm.. – me investigou
– Só isso?
Não aguentei mais
tentar manter a linha durona que ele tinha rompido essa tarde, e joguei meus braços
ao redor de tia Susan.
Ela me abraçou surpresa,
e logo em seguida tentou me reconfortar.
- O que foi
princesa? Se acalme. Calma. Tudo vai se ajeitar. - ela afagava minhas costas.
- Foi ele tia... ele... ele não podia ter feito isso.
- Foi ele tia... ele... ele não podia ter feito isso.
- Eu sei, eu sei.
Mas o que ele disse?
- Ele disse que eu
estava fingindo... e que o amava ainda. Ele disse que me ama... e que eu devia
perdoa-lo. – balancei a cabeça, tentando esquecer.
Ela assentiu.
- Não se preocupe,
isso tudo vai passar.
Respirei fundo,
tentando entender o que ela falava.
Isso tudo vai
passar.
O que vai passar?
A dor? O amor? Vou esquece-lo e seguir em frente?
Parece que o
ultimo foi o que ela quis dizer.
Mas eu não poderia
esquecer. Não quando ele cravou garras firmes no meu coração.
Ele curou meu coração
e fez uma remenda forte, quando Jacob o despedaçou, mas nessa remenda, ele
tambem estava junto. Se costurou em mim, a linha forte, e eu não sei como
arrebenta-la. Mas se eu arrebenta-la, vou estar arrebentando meu coração junto.
Não vejo saída possível.
Não vejo um futuro em que eu possa esquecer tudo e voltar como antes.
- Ai tia, eu quero
dormir. – cobri minha cabeça.
- Mas você não pode.
Tem aula hoje.
- Não quero ir pra
escola.
- Cadê aquela
menina disposta e sorridente?
Respirei fundo.
- Ela esta com
sono.
Tia Susan riu.
- Mas ela tem aula
hoje.
- E ela não vai.
- Aaah se vai. –
Tia Susan começou a me fazer cócegas.
Comecei a rir e me
retorcer na cama.
- Tia! Para!
Ela riu e parou.
- Vai pra escola?
- Não. – falei convencida.
Ela voltou a me
fazer cócegas.
- Tia! –
gargalhei.
Ela parou de novo,
rindo.
- Vai pra escola?
Ia falar não de
novo, mas ela olhava com ameaça.
- Ta bom. – me levantei da cama e ela riu.
- Vai la. – ela se
levantou e saiu do quarto.
Entrei no banheiro
com a roupa já separada e entrei debaixo do chuveiro após me despir.
Vamos ver o que será
hoje.
Ele acabou
quebrando minhas barreiras sábado, mas eu já as subi de novo. Ele percebendo ou
não, eu mudei com a traição, na verdade, como ele mesmo disse, por dentro
escondo uma garotinha amedrontada, mas isso não mudava nada.
Sai do banheiro já
arrumada, pronta para ir a escola com o lema “What the hell”.
Tomei café rápido
com as únicas mulheres da minha vida e sai voando pra escola. Mais por diversão
do que atraso.
Chegando la,
estacionei meu bebê e entrei no recinto escola tão motivado e inspirador.
Parei na entrada,
confusa.
O que aconteceu
por aqui?
Os alunos estavam
todos amontoados numa roda e olhando para cima.
Procurei as
pessoas conhecidas.
Drew não estava a
vista, mas podia ver Meg e Jake também na roda, olhando pra cima também.
Quando olhei pra
cima, pude ver Drew em cima do prédio da escola, sentado ali.
Corri até Meg e
Jake confusa.
- Oi galera. O que
esta acontecendo aqui?
Eles me olharam.
- Oi (Seu
apelido), tem um pequeno problema.- Meg disse preocupada.
- Ela chegou, ela
chegou!!! – vários alunos gritaram para ele.
Drew procurou por
meio a multidão e seus olhos me localizaram.
Ele quase sorriu e
se levantou.
- O que ele esta
fazendo? – perguntei a Meg.
- Queria que você
chegasse, pra assistir isso. – ele gritou pra mim.
O encarei confusa.
- Assistir o que? –
murmurei confusa.
Ele deu um
sorriso, mas meio louco eu diria, e deu um passo a frente, seus pés ficaram na
ponta do prédio.
Ofeguei.
- Você vai cair
seu idiota! – gritei pra ele.
Ele revirou os
olhos.
- Não vou cair,
vou pular.
Paralisei.
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