Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

One life 8

Foram horas no shopping para encontrar a roupa perfeita, Hanna queria se vestir de acordo para a batalha, vestida para matar. Eu queria usar alguma coisa que já tivesse em casa, meu closet estava abarrotado, mas ficar tanto tempo em um shopping e não levar nada era quase um crime.
- O que achou? - Hanna saiu do meu banheiro.
Dei uma olhada nela. Uma blusa preta de renda com pérolas, saia justa até a coxa do mesmo tom, meia calça escura e bota cano alto acima do joelho também preta. Seu cabelo estava todo cacheado e a maquiagem leve. Era incrível como se superava.
- Está magnífica Hanna! Serio. Você é a melhor namorada que qualquer um poderia ter.
- Espero que minha sogra pense a mesma coisa. Obrigada, você também está linda.
Eu estava simples, então sabia que ela estava sendo apenas gentil. Uma calça jeans, blusa branca, desfiada, de manga, e uma sapatilha preta. Nada demais. Era o dia de Hanna brilhar.
Minha mãe não pareceu concordar com minha lógica quando disparou os olhos de mim para Hanna.
- Você só vai acompanhá-la até a porta? - sua pergunta tendia para uma afirmação.
- Não, mãe. Hanna quer que eu esteja presente.
- E você vai vestida assim à casa de Elizabeth?
Seu olhar deixava clara sua desaprovação, então ela preferiu não proferir palavras sobre isso.
- Você está linda, Hanna.
Senti a cutucada, mas ignorei.
- Obrigada.
Ela me deu mais uma olhada. Dei de ombros e segui para a porta, minha intenção era ficar invisível essa noite e minha mãe não me convenceria do contrário. Eu não estava tão mal assim, quer dizer, não eram trapos que eu estava vestindo.
- Ela ama implicar. Só estou a fim de ficar confortável essa noite.
- Não dê ouvidos, você fica linda de qualquer jeito.
Sorri para Hanna e tocamos a campainha. Lucio, o mordomo, veio abrir, sempre tive boa relação com ele, então o cumprimentei com um sorriso enorme. Adentrando a casa, nos deparamos com os Peters aos pés da escada, organizados com precisão. Wren estava no meio de seus pais, todos com sorrisos elegantes e montados, mas o filho parecia mais genuíno. Era como um quadro de uma família perfeita.
Assim que nos viram, a posição se desmanchou. Se Hanna era o motivo do brilho no olhar de Wren, eu era o de Elizabeth, e os dois vieram imediatamente em nossa direção. Nem mesmo minhas vestes simples conseguiram diminuir a adoração de Eliza por mim, então seria uma longa noite.

- E então ela entrou correndo e gritando que nunca mais queria ver a cara de Wren. Cinco minutos depois os dois estavam de mãos dadas colhendo flores no jardim para um evento futuro que não quiseram me contar. Mas acho que já sabemos o que era. - ela deu uma risadinha, nos olhando sugestivamente.
Forcei um sorriso e contive o suspiro, ser usada para deixar minha melhor amiga mal não era nada ético.
- Se eles são tão adoráveis agora posso imaginar como eram na infância. - Han se pronunciou, aparentemente inabalável. Eu estava contente que ela tivesse entendido que eu não era uma zona de risco.
Elizabeth já estava perdendo a paciência, ela viria com força total. Pensei rápido antes que causasse um dano nuclear.
- Meu pai e eu estávamos conversando sobre como eles fazem um bom par e que foi muita gentileza de vocês acolherem minha melhor amiga em sua família. Estamos em dívida com os Peters.
Era uma jogada de risco, eu estava blefando e se resolvessem falar com Bryan a história não acabaria muito bem para mim. Pelo menos, pude ver que estava surtindo efeito. Elizabeth não conseguia engolir enquanto tentava esconder a careta e Clark ponderou a informação falsa, eles não gostariam de desagradar meu pai.
- Ah, é mesmo? Soube que já idealizava outra pessoa para meu filho. - ela sorriu em minha direção, deixando claro qual era a escolhida. 
Claro que esse era o assunto de todas as festas entre eles.
- Sim, mas esta opção pareceu melhor do que a outra. Hanna é esplêndida.
Agora eles não disfarçaram muito bem a estranheza, se perguntando qual era o motivo da mudança nos pensamentos dos Evans. Por que Wren Peter deixaria de ser uma boa opção para mim? Afinal, qual era o partido que o havia superado? Eu só esperava que escolhessem não afrontar a aparente decisão de Bryan e Eleonor. 
- Ela é como um membro dos Evans, e ficamos felizes em confiá-la nas mãos de nossos amigos mais leais - acrescentei com a voz dotada de gratidão como a cartada final.
Wren me olhou com um sorriso que não cabia no rosto, eu estava manipulando toda a situação para lhe dar o primeiro jantar pacífico da história de sua apresentação de namoradas.
- Com certeza não iremos desapontá-los. Já posso considerá-la minha filha. - Elizabeth obrigou as palavras a saírem dos lábios com uma naturalidade que exigira cada gota de sua educação.
- Ao mais novo casal. - levantei minha taça propondo um brinde. 
A mãe de Wren quase entrou em colapso, mas se juntou ao restante de nós. 
Por mais incrível que parecesse, eu obtivera êxito. Não dava para negar que os pais de Wren pareciam ter comido ovo podre, mas pelo menos se esforçavam para aceitar a situação. Agradeci à Deus por dar o dom de tagarelar para Hanna, assim ela salvou o restante do jantar que ficaria em um silêncio fúnebre. Ela estava se esforçando para conquistar o coração dos pais do namorado, dando uma ficha completa de sua vida tão digna de receber o maior bem dos Peters. 
Ao final, eu estava tão satisfeita quanto os dois, mal podia acreditar que conseguira não estragar tudo. Arrumar a vida amorosa alheia, embora fosse uma guerra mortal, até que me pareceu fácil, pensei até mesmo em virar estrategista, quem sabe uma conselheira amorosa? Uma conselheira amorosa sem uma vida amorosa. A minha era um desastre que eu fazia questão de evitar.
                                                                          
                                                                                                ♥♥♥♥♥♥

- "Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se vem a perder-se a si mesmo e se causa a própria ruína?" Vão em paz e que o Senhor vos acompanhe! - o padre cortou o ar com a mão, fazendo uma cruz.
- Graças a Deus. - respondemos em uníssono.
Esperamos a procissão de saída como de costume e em seguida começamos a nos direcionar à porta, mas como sempre meus pais pararam no meio do caminho para conversar com as pessoas. Às vezes eles pareciam aqueles políticos influentes, e isso me irritava um pouco. Saí da igreja torcendo para não receber o mesmo sermão de "educação" quando eu não ficava ao lado deles para atender as pessoas, seria pior porque estava sozinha, Caleb tinha que fugir par ver Cassie.
Chegando lá fora tive que acenar com a cabeça para alguns, não esquecendo do sorriso Evans. Me abracei reparando que a manhã estava um pouco fria e devaneei observando o horizonte, até que reparei no aglomerado de pessoas em uma casa da esquina seguinte. Havia uma ambulância se direcionando para lá. Observando a cena, percebi que o lugar não me era completamente estranho.
- É uma pena. - a voz ao meu lado me sobressaltou e eu dei um pulo antes que olhasse.
 Bieber estava lá, olhando de testa franzida para o mesmo lugar que eu fitava segundos antes. Meu coração já estava acelerado de susto. Como se precisasse de mais para me deixar irritada com ele.
- Esse é seu único método de abordagem? - questionei intrigada - Você parece um fantasma.
Era a segunda vez que achava que não o veria nunca mais e ele brotava na minha frente como se nada tivesse acontecido. Eu queria estar preparada, para não sentir todas as emoções voltarem a mim num jato desnorteante; emoções negativas demais para ele conseguir lidar a essa hora da manhã.
Ele deu um sorrisinho antes de me olhar.
- Bom dia, Faith. 
- De onde surgiu? 
- Da rua, você deveria prestar mais atenção a sua volta - sua expressão ficou seria, como se estivesse preocupado.
Fechei ainda mais a cara.
- E você deveria ser menos hipócrita - falei baixo, mas alto o suficiente para que me ouvisse.
- O que eu fiz agora? - sua voz denunciava sua confusão.
Era óbvio que estaria confuso, ele não parecia ser do tipo que sentia culpa por mentiras.
- Está trabalhando hoje também?
Meu sarcasmo o confundiu ainda mais. 
H I P Ó C R I T A.
- Na verdade, estou.
- Hmmm... e qual dessas mulheres você terá que seduzir para conseguir o que quer?
Ele riu, mas o som era ácido e seus olhos em mim estavam duros.
- Você não entende nada do que eu faço.
Fuzilei seus olhos e voltei a olhar para o caos a frente, parecia menos complicado de entender do que nós dois. De longe não éramos amigos, muito menos amantes, talvez apenas dois pólos opostos insistindo em uma aproximação que não aconteceria,
- Tenho que fazer alguns sacrifícios. Suponho que me viu com Barbara.
Permaneci imóvel, fingindo que ele não estava ali.
- Ela realmente era uma peça importante. Primeiro temos que agradar o cliente para conseguir o que queremos.
Sua explicação parecia tão ruim quanto uma de minhas suposições. Contudo, pelo menos ele não havia mentido ao dizer que iria trabalhar.
- Não são sempre mulheres que precisamos agradar.
Não pude mais segurar a língua:
- Entendi por que se ofendeu na sexta então.
Ele riu.
- Não agrado os homens dessa forma Faith, nem necessariamente as mulheres. Você imagina o pior de mim.
Olhei para ele e seus olhos me acusavam.
- Mas quer saber ou não o que estava acontecendo ali? - Bieber apontou com a cabeça para a casa.
Dei de ombros, fazendo pouco caso. Estava mais interessada em imaginar de que forma ele tinha agradado Barbara. Não era mesmo da minha conta, mas continuava sendo hipocrisia. Ele não podia falar nada dos barman's.
- Um cara foi assassinado. - sua voz ficou grave pela seriedade do assunto.
- O que? - o choque desfez minha cara amarrada, levando todos meus pensamentos de supetão.
- Foi o que disseram. A vítima foi o dono da casa.
- Mas aqui é um bairro tranquilo, quem faria uma coisa dessas? - murmurei com horror.
As crianças costumavam correr livremente pelas ruas, as portas das casas geralmente estavam abertas, segurança não era nossa maior preocupação.
Ele deu um sorrisinho sombrio antes de falar.
- O mundo não é um lugar seguro, nenhum canto está a salvo. 
Cruzei os braços, bufando.
- O ser humano cai cada vez mais no meu conceito.
Eu não conseguia entender o que o mundo estava se tornando, e me frustrava ficar impotente vendo todas essas injustiças. 
- Você conhecia o cara que morava ali? - ele estava um pouco surpreso com minha indignação. Uma vida havia se perdido, isso por um acaso era irrelevante?
- Talvez meu pai o conhecesse, mas o que me revolta são essas pessoas sem coração. Como conseguem tirar uma vida que o próprio Deus deu?
- Você vai chorar? - sua perplexidade o fazia me encarar como se eu fosse louca.
- Isso se chama compaixão. - protestei.
Ele franziu a testa.
- Coisas com "paixão" não são bem meu negócio.
O encarei seria, maldizendo aquele sorrisinho.
- Por que você se irrita tanto comigo? Eu já te provei que sou amigo.
- Você está fazendo o que aqui? Não me diga que estava na igreja. - desviei o assunto. Aquela não era uma pergunta que eu tivesse exatamente a resposta. Era simplesmente ele, com seus atributos, costumes e gênio que me tiravam do sério.
- Estava espairecendo a cabeça depois de trabalhar um pouco. E esse lugar não é para pessoas como eu.
- Que tipo de pessoa você é então?
Seus olhos me avaliaram dos pés a cabeça e eu já poia sentir o rubor em minhas bochechas.
- O tipo que você não gostaria de conhecer.
Revirei os olhos para seu novo enigma.
- Disso eu tenho certeza, mas suponho que seja um pouco tarde após você ter me perturbado três vezes.
Ele riu.
- Também acho. Então já que estamos sem escolhas, quer almoçar comigo?
E eu engasguei. Não sabia com o que, mas lá estava eu tossindo feito uma condenada por aquela proposta inesperada. Almoçar com ele?! 
- Tudo bem aí? - sua preocupação fajuta mal escondia o quanto estava achando aquilo engraçado.
Quando me controlei, respirei fundo, formulando uma resposta.
- Você não tem que trabalhar?
- Embora eu esteja trabalhando em um domingo, não é trabalho escravo, tenho horário de almoço.
Digeri o convite. Se Hanna visse isso me bateria por não aceitar logo de cara. Entretanto, eu não confiava nele, muito menos sabia suas intenções. Com certeza queria que eu fosse seu bobo da corte, como parecia amar rir da minha cara.
- Só quero uma companhia para me distrair nesse dia estressante. Você acabou de sair da igreja, não se sente tendenciosa a fazer caridade? - argumentou.
- Então quer que eu te pague um almoço?
Ele bufou.
- Só quero que converse comigo. Nós não podemos ser amigos?
Eu ainda estava desconfiada, mas era uma grande tentação aceitar e desvendar aquele segredo em pessoa que ele era. A curiosidade que me deixava inquieta desde quando o conhecera.
- Não vai falar por meias verdades nem rir de mim?
- Eu já prometi ser mais franco na sexta, lembra?
Ele se lembrar disso deveria servir para alguma coisa, contudo notei que deixou de fora a promessa sobre não rir de mim propositalmente.
Considerei por um momento, vendo sua impaciência aparecendo. Ele arqueou a sobrancelha, como se fosse uma ameça caso eu não respondesse logo.
Em meio segundo Bieber abriu um sorriso arrasador, indo em direção a alguma coisa atrás de mim.
- Senhor Evans, senhora Evans, que prazer reencontrá-los! - sua voz fora polida para a perfeição, tão persuasiva e convincente que eu duvidava alguém resisti-la.
Ah não.
- Bieber, não é?
Me virei a tempo de ver os cumprimentos, e não fui capaz de impedir a armadilha.
- Sim senhor. Gostaria de saber se me dariam a honra de levar a sua filha para almoçar. - seus olhos dispararam para mim, e pude ver a timidez, gentileza e esperança neles. Claro que era uma encenação que o estava divertindo muito.
Se eu o acusasse de falso passaria de mal educada aos olhos de todos ali, tinha certeza que meus pais acreditariam na inocência ilusória daquele rosto angelical em sua frente. Fiquei indignada com a ousadia dele.
- Claro que sim! - minha mãe respondeu num piscar de olhos, o convite parecia ter sido feito a ela, tamanha era sua empolgação - Tenho certeza que Faith está entusiasmada com o convite. 
Meu pai concordou com a cabeça, igualmente satisfeito.
Ninguém queria saber minha opinião?! Papai já se esquecera que ele era um penetra?!
- Estou estupefata - coloquei a mão no peito dramaticamente, olhando Bieber com uma alegria forçada.
O sorriso dele se ampliou e percebi que queria rir.
- Não a devolverei tarde, eu prometo.
- Ah, não se preocupe com isso. - Eleonor estava radiante.
Agora que Wren estava fora de questão, ela parecia extasiada que aparecesse um genro a altura em seus requisitos.
Me esforcei para não revirar os olhos. Despedi-me dos traidores rapidamente e acompanhei Bieber até um Porshe preto. Quando estávamos longe o bastante para nos ouvirem, disparei para ele:
- Você é um manipulador sem vergonha!
E ele já estava rindo.
- Não aja como se fosse algo que não quisesse.
- Eu ainda não havia te dado uma resposta. Foi manipulação. Estou sendo sequestrada!
Bieber destravou o carro e abriu a porta do carona, apontando para que eu entrasse.
- Se for por livre e espontânea vontade, sem coação, não é um sequestro. - me lembrou ardiloso.
Olhei para trás, vendo meus pais ainda a me observar.
- Isso é coação. - queixei-me, mas entrei no carro. O cheiro e a aparência indicavam que era praticamente novo.
Ele entrou com um sorriso presunçoso e piscou para mim.
- Coloque o cinto, Evans.
Puxei a fivela, fazendo questão de obedecer. Se sua direção fosse tão louca quanto ele, corríamos altos riscos.
- Amigos não manipulam amigos. - falei emburrada.
- Então podemos mesmo ser amigos?
- Se você não me manipular, sim.
Ele deu uma risadinha e ligou o rádio, totalmente a vontade, bem ao contrário de mim. Eu mal o conhecia e aqui estava em seu carro, desconhecendo também meu destino, sem ter certeza de nada sobre seu caráter a não ser que era manipulador, misterioso e estranho. Eu não estava numa boa posição.
Reconheci a melodia que tocava imediatamente.
- Metallica.
- Não é só você que pode gostar.
Ele começou a cantarolar a música e meu queixo quase caiu por sua voz ser fascinante. Claro, tinha ser, tudo nele era arrebatador. Um imã de atração. 
- Essa é um pouco perturbada - comentei enquanto prestava atenção na letra que eu não lembrava ser tão sombria.
- Você acha? É a minha favorita.
Experimente-me e você verá
Mais é tudo que você precisa
Dedicado para
Como eu estou matando você
Venha rastejando rápido
Obedeça seu mestre!
- Hm, ok mestre.
O sorriso funesto que recebi cumpriu seu intuito de me assustar.
- Onde estamos indo afinal? - olhei pela janela, tentando pelo menos me situar.
- Ainda estou pensando. O que você gostaria de almoçar?
Pensei um pouco, mas então ele olhou para o meu rosto e sugeriu:
- Um lugar com muita batata frita?
- Eu ouvi Mc donald's?
Ele riu e forjou uma expressão de repreensão.
- Você sabe que essas coisas vão acabar te matando, não é?
- Parece que você vai acabar cumprindo seu objetivo.
Seu sorriso em resposta era novamente sombrio.
- Mais fácil do que eu pensava.
O caminho pareceu mais longo do que eu esperava, minha inquietação me fazia balançar a perna incansavelmente, uma reação involuntária. Pelo menos Bieber estava cantando, o que preenchia parcialmente o silêncio, e sua voz era realmente música para meus ouvidos.
- Qual foi o milagre que te fez ficar quieta? - ele perguntou descendo do carro.
- O mesmo que aconteceu com você. - retruquei atrás dele.
- E aí está Faith Evans. - ele deu uma risadinha, empurrando a porta.
- Você está sugerindo que sou antipática?
- Você está dizendo - suas mãos se levantaram com inocência.
Antes que eu pudesse responder esta injustiça ele voltou sua atenção à atendente atrás do balcão.
- Boa tarde.
Observei a moça tirar os olhos com tédio de seu computador e perder o ar quando viu seu novo cliente. Bieber não aparentava notar o efeito de sua presença nela enquanto olhava as opções.
- Eu quero um combo 22 e... - ele olhou para mim, me esperando dizer.
- Um 17 com picles.
Sua testa se franziu um pouco de estranheza, mas ele repassou o pedido.
A mulher assentiu, ainda atordoada, e quando olhou para o computador para que pudesse anotar tudo, ficou confusa.
- Espera, o que você pediu mesmo? - suas bochechas coraram de vergonha, mas eu me solidarizava com seu problema de concentração.
Ele repetiu o pedido com um sorrisinho no rosto e isso não ajudou muito.
- Hm, você disse picles? Não tem essa opção aqui. Ninguém nunca pediu. Espere um pouco. - ela saiu atrás de seu superior, e Bieber olhou pra mim, debochando.
- Por que eu não estou surpreso com a sua peculiaridade?
- Não sei, e também não entendo como ninguém nunca pediu para acrescentar picles.
- Porque é indiferente. - ele respondeu como se fosse óbvio.
- De todas as baboseiras que você me disse, essa é a primeira que me ofendeu.
Sua risadinha foi interrompida com a chegada de nossa atendente prestativa.
- Pronto, será o mesmo acréscimo do tomate - ela parecia satisfeita em ser útil e olhou com esperança de receber elogios ou ao menos um sorriso, mas Bieber olhava pra mim com zombaria.
- Obrigada - eu mesma respondi, mas não pareceu ter feito muita diferença para ela.
Quando o valor foi anunciado eu já estava com as notas na mão, porém ele entregou um cartão, pedindo para passar tudo junto.
- Ei, eu pago minha própria comida. - protestei.
Ele fingiu não me ouvir enquanto agradecia e passava para a fila da retirada.
A atendente ainda não tinha se recuperado e seus olhos estavam nele enquanto recebia outro cliente.
- Eu não preciso da sua doação - estendi o dinheiro para ele.
Seu suspiro entendiado deixava claro que não aceitaria.
- Evans, apenas um obrigado basta.
- Exatamente, você quer que eu fique te devendo para que depois possa me cobrar, e vai saber o que vai me cobrar!
- Você é tão desconfiada. - se queixou.
- Você confiaria em você?
O sorriso agora era apreciativo, mas ele não me respondeu. Eu supunha estar correta então. Justin Bieber não era confiável.
Uma das melhores coisas no fast-food era justamente a rapidez para a comida ficar pronta, em um piscar de olhar estávamos sentados de frente um para o outro, com a bandeja farta em nossa frente.
- Dizem que você não conhece um pessoa até vê-la em uma refeição. Estou ansioso para te conhecer, Faith Evans.
Tirei os olhos do paraíso disfarçado de batata e olhei para sua expressão satisfeita.
- Isso é um teste? Pra isso me chamou para almoçar?
Ele deu uma risadinha.
- Por que seria um teste?
- Eu nunca sei suas intenções. Aproveite o show, de qualquer forma.
Eu não me deixaria intimidar por um deus grego - nas palavras de Hanna - na minha frente para deixar de comer com gosto aquela preciosidade. Comecei pela batata como de costume.
- Estou curioso - ele cruzou as mãos na mesa, parecendo não ligar para seu combo, o que era um pecado.
- Quanto a minha forma de comer?
Seus olhos acompanharam o movimento da minha mão da bandeja até a boca. Era no mínimo constrangedor.
- Não. Se não confia em mim, tão pouco tem empatia e desconhece minhas intenções, por que aceita meus convites?
A pergunta me pegou desprevenida.
- Como?
- É isso mesmo. Aceitou meu convite para dançar, conversar comigo fora da balada, hoje almoçar, e aparentemente não gosta de mim. Então por que?
O acusei com os olhos enquanto tomava um gole de refrigerante, mas ele parecia mesmo interessado em minha resposta.
- Você duvida de sua capacidade de manipulação? Serio?
- Não me venha com essa Faith, não te deixei exatamente sem saídas. Você é esperta, se quisesse podia me evitar facilmente.
Refleti sobre isso, mesmo que seus olhos estivessem atentos em mim e captassem qualquer emoção que eu transparecesse. Por que ele era um enigma assim tão importante de desvendar?
A resposta era clara, eu era louca por desafios e soluções.
- Pode responder ainda hoje se quiser. - Bieber ironizou, finalmente pegando uma batata para mergulhá-la no catchup, fazendo círculos pacientemente.
Só para provocá-lo, mordisquei uma batata demoradamente, como se precisasse de toda minha concentração para aquilo, depois mais uma, enquanto encarava seus olhos, e ele não demonstrou nem ao menos um pingo de inquietação.
Estava decidido, seria minha meta irritá-lo.
- Me pergunto a mesma coisa sobre sua insistência em falar comigo.
Ele deu um sorriso.
- Ah, mas essa é simples, aprecio a sua companhia, querida. Sua resposta se igualaria à minha? - sua doçura era suspeita.
- Receio que não seja. Eu quero te entender, descobrir o que há por trás dessa coletânea de sorrisos dos mais diversos significados que nunca acabam.
Repentinamente, seu rosto escureceu, nenhum traço de emoção era visível, numa seriedade que eu nunca vira nele, era intensa e de arrepiar os pelos do braço. Se eu me encontrasse com esse Bieber em um beco escuro pensaria tudo, menos que seu rosto parecia angelical.
- Gostaria que eu ficasse serio, Evans? - até sua voz estava mais grossa.
Entendi, ele queria me assustar.
Desviei os olhos para minhas batatas quase terminadas, eu não deixaria que ganhasse.
- Como se minhas vontades significassem alguma coisa para você.
O som que saiu de seus lábios não se parecia com uma risada, então olhei curiosa. Ele ainda estava no personagem sombrio. Seu futuro como ator estava garantido.
- Realmente, eu te tenho onde quero, quando quero e como quero, totalmente vulnerável. Me diz um motivo que me impeça de fazer qualquer coisa que eu quiser com você.
Os olhos dele estavam tão penetrantes que pareciam ver meu cérebro. Um arrepio desceu por minha espinha ao mesmo tempo que eu sentia a raiva borbulhar em meu estômago por ser retratada como uma marionete, exatamente como em sua música preferida. Seu intuito era me deixar irritada, então deixei que meu orgulho prevalecesse e olhei a nossa volta teatralmente.
- Primeiro, estamos em um lugar público. Segundo, eu sei muito bem me defender. Terceiro, eu arrancaria cada um de seus dedos lentamente se pensasse em me ferir. - dei um sorriso simpático.
Por um segundo nos encaramos, até que ele começou a rir e minha postura relaxou.
- Bom, eu te disse que sou um livro aberto. Siga seus instintos.
- Você não gostaria disso. Tenho o instinto de socar seu rosto.
Seu sorriso se ampliou.
- Você deveria escutar mais o seu corpo. 



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