Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

One life 13

Me joguei no sofá com a cara nas almofadas, desgastada emocional e fisicamente.
Escutei Flê dar uma risadinha, afagando minha cabeça.
- Manhã difícil? - especulou.
- Terrível.
Recebi um combo de constrangimentos sem pedir. Incluía comentários pela faculdade sobre meu quase beijo com Charles e o mistério de quem seria o "o galã dos olhos claros", um escândalo de Hanna por ela saber disso por outros, mais um escândalo de Hanna por meu relato de contato físico com Bieber, e para finalizar, um pedido de desculpas à Charles.
- Desculpa digo eu, não sabia que tinha namorado - ele dissera.
Descobri mais tarde que foi péssimo responder apenas "imagina" por que todos agora queriam saber quem eu estava namorando. Como se não bastasse todos esses desastres, recebi nota baixa em "História da arte V" me lembrando o quanto eu queria mudar de curso.
- Quer contar?
Choraminguei, recordando que prometa uma explicação para Flê hoje.
- Tudo bem, ainda não está pronta, eu entendo, mas pelo menos vá almoçar, depois suba para ver o pacote que chegou a você.
Pacote? Eu não havia encomendado nada.
Embora estivesse curiosa, obedeci as ordens de Flê para não me causar mais problemas. Mastiguei devagar a salada maravilhosa que ela me tinha feito, agradecendo por isso no fim.
Subindo para meu quarto, me deparei com uma caixa quadrada media no meio da cama, e assim que abri a tampa vi o bilhete:
" Querida Faith,
meu saldo se encontra negativo com sua pessoa, portanto convido-lhe para uma tarde de fuga comigo. Os trajes para nosso passeio devem te dar uma pista. Se aceita, vista-se e me encontre bem em frente a sua casa às 13:00. Prometo compensar minha falha,
Jb."
Percebi um sorriso se formando em meu rosto, sendo ampliado quando examinei os equipamentos de cavalgar. Apenas por um momento cogitei se deveria aceitar o convite, imaginando com que cara eu o olharia depois do que acontecera. Só de pensar minhas bochechas se avermelhavam. E se ele perguntasse o que havia significado? Mesmo que tivesse passado boa parte da noite refletindo sobre isso não cheguei a lugar algum. A única coisa que eu sabia é que havia sido bom. Muito bom. Inexplicavelmente bom. Talvez se o visse as peças se encaixariam e eu parasse de ficar confusa. Eu sempre odiei ficar confusa.
Estava decidido, eu iria. Só era óbvio que nosso último combinado tivesse me traumatizado, então esperei - impaciente por quinze minutos andando em círculos pelo quarto - até uma hora para olhar na sacada e ver se ele estava mesmo lá fora antes de me trocar.
Fiquei aliviada quando o vi encostado em seu porshe elegantemente, com os braços cruzados fitava minha janela, dessa forma acabou me flagrando. Seu sorrisinho curioso deu um desarranjo em meu coração e minha barriga se embrulhou. Isso seria mais difícil do que eu imaginava.
Mais rápido do que eu achava possível, me vesti com aquela calça bege, a camiseta branca e a espécie de bota preta. Fiz um rabo de cavalo alto, verificando se não havia nenhum fio fora do lugar a não ser minha franja falsa do lado esquerdo. Peguei minha bolsa preta transversal, segurei o capacete e as luvas nas mãos, descendo as escadas aos pulos.
- Flê vou sair com amigos, estou com meu celular, não sei bem a hora que volto, te amo! - gritei pro sobre o ombro rapidamente, impedindo que me fizesse perguntas desnecessárias.
- Tudo bem... - escutei sua resposta confusa enquanto fechava a porta.
Bieber também já estava vestido de acordo, parecendo mais estar pronto para um comercial de TV. Aquela camiseta branca colava em seu corpo de uma maneira que me fazia agradecer aos Céus por ter olhos.
- Você não tem relógio, Evans? O que é uma hora pra você? - ele me provocou, levantando a sobrancelha.
Fiz uma careta não só para sua frase, mas também para a reação que tive enquanto me aproximava.
- Como eu teria certeza que não me daria bolo de novo?
Ele deu um passo a frente com aqueles olhos penetrantes e eu perdi o fôlego.
- Não confia em minha palavra? Estou chocado.
Entrei em pânico por um segundo sem saber como deveria cumprimentá-lo, mas calmamente ele beijou minha mão.
- Pronta? - não fiquei surpresa quando deu a volta no carro, abrindo a porta para mim, superficialmente ele era um cavalheiro.
Entrei sem pestanejar, somente perturbada pelas questões voando como abelhas em minha cabeça. Seria ruim se ele comentasse sobre noite passada, entretanto também seria se não falasse nada. Ele estava indiferente a isso? Não havia significado nada pra ele?
- Então não veio de moto - falei o primeiro assunto que veio na minha cabeça, fugindo os outros pensamentos idiotas.
- Não achei que seu coração aguentasse novamente  - ele colocou o cinto, debochando de mim.
Mas por que falava do meu coração? Sabia que quase me matara de infarto ontem? Podia ouvi-lo agora?
- E como foi seu dia? - ele estava tranquilo, mas muito tranquilo para quem quase acabou com minha moral universitária.
Não era possível que não suspeitasse de como tinha atrapalhado toda a minha manhã. Ele só queria que eu admitisse como virou tudo de cabeça para baixo?
- Ótima - menti, querendo me dar um soco para deter as besteiras que se passavam em minha cabeça.
Seus olhos passaram em mim rapidamente com uma expressão de estranheza.
- Pensei que seria ruim.
Ele achava que ficar 14 sem sua presença era perturbador? Onde estava sua modéstia?
- Por que?
- Bom, você me disse que não gosta mais do curso - agora ele estava mais confuso.
Ah, isso.
- Hm... Sim. Quero dizer, foi um saco.
Suspirei de frustração. Eu era péssima.
Relaxe Faith, não seja neurótica.
- E o seu? - soltei a pergunta, torcendo para que eu parecesse mais normal.
- Melhor agora - seu sorriso arrasador se direcionou a mim por um momento, e eu dei graças por não ser eu ao volante.
Ele estava brincando?
Quis me jogar do carro. Estava claro que eu não estava lidando bem com a situação, diferente de como ele lidava. Se Justin podia ser indiferente a tudo, eu também podia. Me concentrei em minha respiração, invocando o estado de espírito adequado.
- E você gosta de andar a cavalo? - perguntou após perceber o silêncio.
- Serio que primeiro você planeja e depois pergunta se agrada?
Ele riu.
- Quem sabe você pode planejar o que faremos da próxima vez.
Eu estava quase no controle e ele soltava uma dessas. Não pude impedir ficar contente por escutar que teria uma próxima vez, e a partir de então considerei os programas que eu gostaria de fazer. Deus, minha criatividade era péssima.
- Não conheço seus horários. Por acaso não deveria estar trabalhando agora?
- Achei que já tinha percebido que gosto de infringir as regras, Faith.
- Se acabar demitido não coloque a culpa em mim.
- Minha cara, se tem uma coisa que você é, é culpada.
Ter ficado feliz por ser a responsável dele estar colocando em risco seu emprego não poderia ser bom sinal.
- Como já estou te roubando de suas responsabilidades, eu poderia fazer o serviço completo, não acha?
Sua desconfiança apareceu, como sempre.
- O que quer dizer?
- Umas respostas cairiam bem.
- Por que você sempre tem perguntas? - se queixou, fazendo parecer o maior martírio.
- Ei, a única diferença entre nós dois é que eu respondo as que você faz - protestei.
Sua risadinha deixava claro que ele concordava comigo, embora não fosse admitir.
- E chegamos.
Esperei que terminasse de estacionar o carro e desci, dando uma olhava no lugar. Eu não podia ver muita coisa, apenas os portões de madeira abertos, um caminho de pedras e palmeiras.
- Você não respondeu minha pergunta - me lembrou guiando-me para dentro do rancho Wild West.
- Gosto de montar, sempre gostei. Meu pai me ensinou - respondi seguindo pelo caminho de pedras, curiosa para ver como era.
Consegui ter uma visão melhor, notando que era menos sofisticado do que eu costumava ir, e gostei disso. Soava mais como um lar, espaçoso e acolhedor. No final do caminho de pedras tinha um casarão laranja com janelas e portas de vidro envolto por coqueiros, o lago estava logo à nossa direita translúcido de tal forma que parecia nos chamar para um mergulho, dando a volta na propriedade.
- Fico contente por ter acertado.
- Você acredita bastante no seu taco, não?
Ele conteve uma risada e desviou os olhos. Soube assim que identificara outra interpretação para minha frase ingênua.
- Completamente - respondeu animado demais.
Assim que passamos pela porta de vidro, fomos recebidos por um senhor do cabelo grisalho e um sorriso puído atrás de um balcão, ele conhecia Justin e pareceu muito feliz em encontrá-lo.
O interior do casarão era consequentemente claro, as paredes pintadas de amarelo continham os mais diversos quadros de cavalos e paisagens naturais, com móveis claros e aconchegantes. Deixei minha bolsa na recepção e segui Harold, que nos conduziu pela porta de trás até dois cavalos preparados no campo extenso, os estábulos estavam à esquerda, e havia uma espécie de mini floresta atrás com uma trilha no meio.
- Essa é a Lisa - ele passou a mão no cavalo da direito amarrado à um tronco de árvore -  E esse é o Major - acariciou o outro - Precisam de ajuda?
- Não estou certo se a senhoria precisa - Justin me olhou fingindo uma expressão de seria preocupação.
Eu apreciaria muito quando o deixasse comendo areia.
- Não preciso, obrigada. Se Justin tentar me alcançar precisaremos apenas de um ambulância.
Os dois riram e Bieber fingiu ressentimento.
- Bom divertimento para os dois, qualquer coisa estarei lá dentro.
Assim que Harold saiu, ele me fitou com desafio.
- Logo depois de você, querida.
Seu olhar não me intimidou, apenas me deixou exibida. Primeiro acariciei Lisa, conversando com ela e acostumando-a comigo, como a sela já estava ali, coloquei o capacete e as luvas, usei como impulso o estribo e subi com facilidade, aquilo para mim era mais fácil do que andar de bicicleta. Eu já havia sofrido alguns acidentes com bicicleta, com cavalo não. Portanto, cavalguei sem olhar pra trás, sentindo aquele ar puro bater em meu rosto, me lembrando de como era bom estar em contato com a natureza.
- Nada mal, mas eu esperava mais.
Era óbvio que Bieber já tinha me alcançado, segurando a rédea com apenas uma mão, levando de carona seu ego.
- Eu vou rir muito quando você cair. Major, você é melhor do que isso!
- Engraçadinha. Vamos apostar uma corrida ou seu show de exibição acaba aqui?
Não falei nada, apenas puxei a rédea com um pouco mais de força, tomando cuidado para não machucar Lisa.
Demos a volta completa no campo um ao lado do outro, não por falta de esforço meu, além do mais ele ficava me provocando o trajeto inteiro, coisa que me motivava a ir mais rápido, mas ele não ficava para trás. Fora a competição, a sensação era libertadora, e eu desejei estar de cabelo solto para melhor sentir o vento, aquele odor livre da globalização fazia com que o tempo parasse, me fazendo sentir como se tivesse nove anos novamente fugindo dos meus problemas tão pequenos, como não querer comer legumes no jantar.  
Era só olhar para o lado onde estava aquele garoto com aquele sorriso que brilhava tanto quanto o próprio sol, que minha atenção a todo o trajeto se extraia, provando que as coisas haviam mudado.
- Sorte sua que Lisa e Major tem o mesmo limite, ou você comeria esterco - avisei quando chegamos na marca inicial.
- Achei que já havíamos conversado que desculpas são para perdedores, Faith - ele me provocou.
Revirei os olhos desviando do esplendor que era ele montando num cavalo. Eu queria que fosse ruim em alguma coisa, que ficasse feio, que tivesse algum defeito.
- Então você conhece Harold - observei.
- Conheço.
Espiei seu rosto para saber o motivo da resposta curta e direta, da forma que os vira pensei que gostaria ao menos de exaltar seus atributos, mas os olhos de Justin estavam longe, naquele estado pensativo que ele ficava as vezes.
Desisti de puxar assunto, frustrada por tudo nele parecer ser segredo. De qualquer forma, era compreensível que assim fosse, com sua estrutura familiar aparentemente caótica, ele não tinha facilidade em confiar, e eu deveria respeitar isso. Só gostaria que soubesse que podia confiar em mim.
- Tem um pequeno riacho ali, o que acha de pararmos um pouco? - sugeriu apontando para o arco de árvores que introduzia a trilha da pequena floresta.
- Claro.
Seguimos ainda em silêncio para o som de água escorrendo. Amarramos os cavalos na árvore mais próxima e nos sentamos bem em frente ao riacho límpido e cristalino, distraídos demais para lembrar da sujeira que faria em nossa calça. Passei a mão na água, vendo seu curso vir do lago que circulava todo o campo, e imaginei onde pararia.
- Sempre gostei de água. Ela me acalma.  
Justin estava falando sobre si sem nenhum incentivo meu?!
Não tirei os olhos de onde estavam, agindo naturalmente para mostrá-lo como aquilo não era tão difícil como pensava.
- Hm. Então gosta de praia e cachoeiras também?
- Basicamente. Aliás poderia entrar na nossa lista de fuga.
Fiquei surpresa em como a palavra "nossa" soou incrível pra mim, me fazendo abrir um sorriso pequeno.
- Com certeza. Então você já tem uma lista em mente? - precipitadamente me encantei com o fato de perder tempo listando coisas que poderíamos fazer juntos.
- Tenho algumas ideias.
Não consegui guardar a satisfação só para mim e tive que olhá-lo com um sorriso, mostrando o quanto aquilo era significativo.
- Claro que não vou pedir sua aprovação antes - ele já adiantou com a expressão divertida.
- Me surpreenderia se você pedisse. Parece amar essa coisa de enigmas.
Seu sorriso se ampliou, satisfeito que eu tivesse percebido.
- E quem não ama?
- Eu, por exemplo. Não gosto de ser duvidosa, quero ser transparente para que não se decepcionem depois com quem eu sou. Mas tenho fetiche por desvendar enigmas.
Ele desviou os olhos, franzindo a testa minimamente. 
- Não acho que você seja completamente transparente. Você é aventureira, mas medrosa; marrenta, mas sensível; cheia de si, mas se importa com a opinião alheia - então me fitou novamente - Você é imprevisível.
Eu poderia me ofender, mas o fascínio em sua voz estava explícito, até mesmo no modo que me olhava. Fiquei sem graça, não sabendo se ser seu objeto de estudo era bom ou ruim.
- Se eu sou imprevisível, imagina você, não tenho nem pistas para dar palpites.
- Sou bem previsível na verdade - discordou.
- Enigmático e previsível não combinam na mesma sentença, sabia?
Ele deu de ombros, considerando.
- Talvez.
- Bom, só se você for aqueles tipos de mágicos que fazem todo um suspense para tirar um coelho da cartola. Um enigma previsível.
- Se eu for o mágico isso te torna a criança sentada na primeira fileira apontando o dedo e revelando meus truques.
Demos risada das comparações idiotas, por mais realistas que pudessem ser.
- Isso quer dizer que você realmente vai acabar com a minha vida, não é? - apesar de ser brincadeira, seu tom era pensativo, como se estivesse finalmente admitindo para si mesmo.
Mas como eu poia destruí-lo?
- Não tenho vontade de te assassinar, fique tranquilo.
Sua testa se franziu e ele olhou para o chão com um sorrisinho um pouco desconfortável. Era claro que tentava imaginar uma banana como eu ferindo um abacaxi como ele. Quase impossível.
Varri distraidamente nossa volta com os olhos, encantada com a beleza natural da qual Justin parecia fazer parte, se encaixando muito bem na paisagem, no encanto extraordinário da vida. Acabei me lembrando de uma coisa quando me centrei nas árvores.
- Por que tenho cara de outono?
Minha pergunta repentina o pegou desprevenido, mas a onda de tranquilidade que esse lugar aparentava ter sobre ele fez com que não hesitasse muito. Ele deu um sorrisinho, examinando meu rosto.
- O outono não é tão frio, fechado e escuro, nem exatamente tem calor com extravagância, não tem aquela exibição da primavera delicada. O outono é a passagem das estações, então ele tem um pouco de tudo, pode passar despercebido por isso, mas simplesmente é fascinante para quem observa.
Minhas bochechas queimaram de vergonha, fazendo com meu coração desse um tranco. Então ser outono era bom.
- Eu sou inverno e sua amiga Hanna é verão - ele continuou vendo que eu havia ficado sem fala.
A relação em minha cabeça veio mais rápido do que eu pudesse deter. Queria dizer que Justin já era parte de mim assim como Hanna, eu precisava dos dois.
- Também acho que a Hanna tem cara de verão - foi minha resposta genial.
Ele se levantou, pegando uma folha que caía da árvore atrás de nós. Então me estendeu a mão para que eu me levantasse e eu o fiz sem rodeios, apenas repreendendo meu corpo pelo ola que fez quando nossa pele entrou em contato.
- Pra você nunca esquecer de ser outono - ele colocou a folha em minha mão.
Olhei pra aquilo como se fosse o melhor presente que eu recebera na vida, e praticamente era, contendo todas as palavras ditas, nosso momento roubado e a representação de nós dois. O outono não seria nada sem o inverno.
Ele fechou a mão em volta da minha que continha a folha, frisando suas palavras. A temperatura da minha mão embaixo da sua contradizia nossas observações, suando como se fosse o meio do verão. Levantei o olhar para demonstrar o quanto aquele gesto tinha significado e dei de cara com seus olhos fixos em meu rosto, mais intensos do que deveriam para estar apenas curioso quanto minha reação com seu presente.
O "obrigada" ficou preso em minha garganta, perdendo-se em nosso instante paralelo quando ele puxou-me pela mão lentamente em sua direção, me prendendo em seus olhos para saber exatamente o que eu pensava.
A questão era que eu não estava pensando, de novo ele acessava a linha tênue de minha racionalidade, dessa vez apenas com a intensidade no olhar. Talvez ele fosse mesmo mágico.
Seus movimentos foram lentos para que eu tivesse noção de tudo o que estava acontecendo e empurrá-lo se necessário. Contudo, naquele momento eu tinha muitas vontades, nenhuma delas envolvia distanciá-lo de mim. 
Senti minha pele gritar a sua quando sua mão esquerda segurou minha cintura, me puxando mais ainda para perto de seu corpo, deixando-nos cara a cara.
Nossa respiração virou uma só, definitivamente a minha estava desregulada, esperando que ele agisse. Eu já estava impaciente, aquilo era tortura, o que ele queria? Um pedido formal?
Justin olhou minha boca e apertou a mão em minha cintura, colando meu corpo ao seu. Me desfiz em seus braços, tudo dentro de mim se intensificava, todo o meu ser implorava.
Seus olhos voltaram aos meus e ele provavelmente viu o pedido, pois deu um sorrisinho e soltou minha mão, passando a sua para minha nuca, onde meus pelos se arrepiaram sob seus dedos. Ele aproximou o rosto, encostando nossos lábios minimamente, experimentando a sensação. O frenesi veio em seguida pra ambos, e finalmente nossa boca se encaixou com perfeição, para se mover em seguia em uma sincronia que eu não esperava. Dessa vez, não pude ficar quieta, minha mão que ainda segurava a folha se apoiou em seu peito e a esquerda afundou em seu cabelo.
Ali me entreguei, desnorteada por seu cheiro, seu corpo, seu toque. Sua mão se apossou das minhas costas assim que recebi sua língua em minha boca, como se eu já não estivesse tonta o suficiente, queimando em desejo, falecendo em sua presença que não me lembrava nada de frio. Ele era o fogo consumindo toda partícula do meu corpo, e envolvida por sua essência desejei queimar para sempre.

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