Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

One life 10

- ... Faith? Faith? - Hanna bateu a mão na mesa e eu dei um pulo de susto.
- O que está fazendo, louca? - questionei sobressaltada.
Ela estava impaciente na minha frente, o professor já parecia ter saído da sala e boa parte dos alunos também.
- Isso eu que te pergunto! Não estava me ouvindo? Você está aérea a manhã toda! - reclamou emburrada.
- Desculpa! - juntei meus materiais em questão de segundos e coloquei tudo na bolsa, me apressei para chegar ao seu lado antes que ela desse um grito mais alto.
Hanna analisava meu rosto com cuidado. Eu fiz a expressão mais inocente que pude.
- Minha tarde perfeita com Wren está te entediando?
- Claro que não - neguei veementemente . A última coisa que eu queria era ferir seus sentimentos - Mas o que vocês fizeram mesmo?
Ela fechou a cara, eu jurava que me daria um soco.
- Um piquenique no jardim dele.
- Isso mesmo, deve ter sido maravilhoso. Tem fotos?
Agora eu tinha pisado feio na bola pelo modo como seus olhos se esbugalharam.
- Eu já te mostrei! - ela gritou de novo, me acusando.
- Perdão?
Hanna cruzou os braços e saiu marchando na frente. Fui atrás com o rabinho entre as pernas.
- Por que motivos você está sendo uma péssima amiga, Faith?
- Nenhum, eu só estou com sono, meio distraída hoje - desculpei-me e assim ela me olhou.
A desconfiança surgindo em seus olhos era pior do que enfrentar sua fúria.
- O que foi que me disse que fez ontem?
- Eu não disse.
- Aham, então estou esperando.
Olhei para os lados esperando algum evento extraordinário acontecer para me livrar disso. Ela entenderia tudo errado e me encheria o saco para sempre. Era óbvio que eu apenas perdera o sono repetindo na mente meu almoço com o Bieber por que estava impressionada com nosso progresso na amizade, e mais ainda com sua habilidade de salvar garotas que caem de árvores.
- Fui almoçar com um amigo - confessei logo antes que suas expectativas aumentassem.
Ela quase paralisou.
- Conheço todos os seus amigos, quem era?
Havia alguma previsão de meteoro para tipo, agora? Seria ótimo.
Saímos dos portões da faculdade enquanto eu protelava o assunto. Ocasionalmente meus olhos foram parar na calçada da frente e tomei o segundo susto do dia.
- Justin Bieber?
- O que? - ela seguiu meus olhos surpresos.
Bieber estava de óculos escuros, encostado em uma moto preta. Suas vestes estavam informais, uma calça jeans escura e uma camiseta do Metallica coberta por uma jaqueta de couro. Apenas o cabelo permanecia do jeito que eu me acostumara, todo para trás.
- Caramba... ele está gato demais. O que deve estar fazendo aqui?
Eu me perguntava a mesma coisa quando sua cabeça se voltou para mim e ele abriu um sorriso estonteante antes de me chamar com a mão.
Olhei para os lados, me certificando de que era comigo que falava. Levei um empurrão de Hanna.
- O que está esperando?! Anda logo! E eu quero saber de tudo! Quer dizer, como ele sabia que estava aqui?
Com as informações trocadas ontem não deveria ter sido tão difícil me encontrar, a questão que importava era, por que?
- Faith Evans, não deixe o menino esperando, que falta de educação!
Concordei, ainda confusa, e dei um abraço desajeitado nela sem tirar os olhos dele, me certificando de que não desapareceria.
- Tudo bem, te vejo amanhã.
- Amanhã? Aham, pode acreditar.
Era óbvio que ela não esperaria informações até amanhã, mas primeiro eu tinha que descobrir o que deveria contar.
Olhei para os dois lados da rua umas duas vezes, seria péssimo morrer antes de descobrir o que ele queria. Cheguei na sua frente e ele desencostou da moto.
- O que é isso tudo?
Bieber tirou os óculos de sol e eu me perguntei quando me acostumaria com a cor cativante de seus olhos.
- Boa tarde, Faith. Tudo bem? Fico abismado com seu costume de não me cumprimentar - dito isso, pegou minha mão e deu um beijo que me fez cócegas.
- Não tenho culpa se você aparece igual um fantasma.
Ele pareceu satisfeito com minha observação, como se essa fosse exatamente sua intenção.
Bieber subiu na moto, olhando para mim.
- Vim saber se quer um outro momento fora da realidade agora.
Recordei-me de sua fantasia com a moto, na qual eu tinha certeza que não estava incluída. Portanto, a pergunta me pegou desprevenida, e as palavras começaram a gaguejar já em minha mente.
- Você diz agora mesmo? Na moto com você?
Ele assentiu devagar, me esperando digerir a sugestão.
- Claro que é apenas mais uma fuga no horário do almoço, retornaremos em breve após encher nossas veias com gordura.
Pensei sobre o assunto por um momento.
- Eu vim de carro, não posso.
Sua expressão ficou séria para minha desculpa esfarrapada.
- E ele não vai a lugar algum. Te deixo aqui na volta.
- Você sabe que esses motores ambulantes sofrem muitos acidentes? Muitos motociclistas vão parar, na melhor das hipóteses, no hospital.
Ele suspirou de tédio, me oferecendo a mão esquerda.
- Sem mais desculpas, Evans.
Ponderei os prós e contras, mas seus olhos tão convincentes e fixos em mim não me deixaram ver algum motivo para não ir.
Peguei sua mão - mais como um simbolo de que aceitaria do que por precisa de ajuda para subir - e montei na moto, atrás dele.
- Pode se segurar em mim, não tenha receio de usar muita força. Não queremos que você caia, não é? - ele estava animado, sua voz era quase um cantarolar.
E mais essa. Eu nunca havia andado numa moto, nem passado perto de uma. Meus pais diziam que era como levar a morte de carona. Eu acreditava neles.
- Hmm... quem sabe podemos ficar apenas parados aqui? Sentindo a brisa natural? - minha voz soou fraca.
Como eu não havia me lembrado que motos são aterrorizantes? Meu corpo estava rígido e vulnerável, não haveria nada para protegê-lo nas estradas; se alguém jogasse alguma coisa, me acertaria, se batêssemos em alguma coisa, me atingiria. Era morte na certa. Foi uma péssima ideia, e agora livre de seus olhos eu percebia isso.
Escutei ele dar uma risadinha.
- Se segura, Faith.
Se eu segurasse em algum tipo de ferro com essas mãos suadas levaria um tombo certeiro. Minha melhor opção era mesmo abraçá-lo. Uma nevasca agitou meu estômago. Ah meu Deus. Passei os dois braços lentamente ao seu redor, numa guerra interior de medo que queria fazer em seu corpo um aperto seguro para não cair, e da timidez de uma aproximação tão grande. Contudo, assim que ouvi o monstro embaixo de mim ganhar vida não houve hesitação suficiente para salvá-lo.
- Não deveríamos estar com capacetes? - me esforcei para dizer em bom tom.
Ele estralou a língua, desprezando minha preocupação.
- É melhor sentir o vento nos cabelos, leva suas preocupações embora.
Sentir o vento esvoaçar meus cabelos seria minha preocupação, além de que era contra as leis de trânsito. Não tive como argumentar quando ele acelerou, apenas fechei os olhos e escondi a cabeça em suas costas.
Oh Céus, eu morreria. Era certo, eu morreria.
Se eu não confiava em suas palavras, por que deveria confiar em sua direção? Faith você é burra, muito burra.
Meu corpo era lançado a 60 km/h e a velocidade só aumentava, então apertei um pouco mais meu abraço nele. Também não seria bom matar o motociclista sufocado, mas eu não tinha alternativa. Eu não morreria sozinha.
Tentei me concentrar em outras coisas, então prestei atenção no perfume dele, era extremamente bom, e tomei nota de que era a primeira vez que tínhamos um contato físico mais duradouro e amplo. Me fixei no calor que vinha do seu corpo e de como a sensação era boa. Se eu não estivesse à beira da morte, poderia reagir a isso de uma maneira diferente.
Arrisquei pelo menos abrir um olho, espiando os carros passando muito perto do meu corpo frágil e pequeno. Era apavorante.
A velocidade foi diminuindo até pararmos. Não relaxei, mas me atentei ao que acontecia. Graças a Deus estávamos no sinal vermelho.
- Curtindo o passeio Faith? - Bieber perguntou, virando a cabeça para me olhar. Ele sabia - provavelmente pelo modo que eu o segurava - que eu estava quase morta de pavor, e achava isso muito engraçado.
- Justin Bieber se eu morrer você terá que lidar com Bryan Evans.  - avisei.
Ele deu uma risadinha empolgada.
- Estou louco para isso acontecer.
Belisquei sua barriga como punição e ele riu de novo.
Gemi quando o sinal abriu e assumi meu ponto de covardia. Não sei quanto tempo durou a tortura, mas a tensão em meu corpo me envelhecia a cada milésimo.
- Chegamos - ele disse parando a moto - A não ser que queria dar mais uma volta...
A sugestão - por mais que fosse mera provocação - me aterrorizou, e no mesmo instante pulei para fora.
- Está ótimo assim.
Minhas pernas mal conseguiam sustentar meu peso, cada partícula do meu corpo tremia como se estivesse tomando um choque, me lembrava da sensação de minha primeira ida a montanha russa.
Bieber desceu da moto, tirando os óculos e olhando para minha cara, dando risada.
- Está se sentindo bem, Faith? Você está branca.
Engoli em seco, repetindo a mim mesma que estava em solo seguro com meus próprios pés, parada.
- Lembre de ir mais devagar quando eu estiver louca o suficiente para subir aí de novo. Aliás, voltarei andando.
Olhei para os lados, me situando. Estávamos em frente ao Burguer King, terreno conhecido.
- Prometo que iremos mais devagar se você abrir os olhos e parar de esconder a cabeça.
- Não farei isso sem um capacete - acrescentei, já confirmando suas suspeitas de que eu estava de olhos fechados.
- Combinado.
Não mencionei que nosso trato seria útil apenas para outra vida. Tomei a frente, me distanciando o máximo possível daquele terror, entrando no estabelecimento que sugaria mais um pouco da minha saúde.
Justin entrou logo atrás de mim, e eu já estava estava no caixa fazendo o pedido.
- Vai querer o que? - me virei, perguntando.
Ele ficou desconfiado.
- Não está pensando em pagar para mim, não é?
- Você fez o mesmo comigo, nada mais justo.
- Faith, eu não vou dizer.
Revirei os olhos. Acaso ele não sabia que estávamos no século XXI e mulheres podiam fazer este tipo de gentileza?
- Se não fizer o pedido eu mesma farei, e se não comer, vai ter desperdiçado meu dinheiro.
Ele semicerrou os olhos, não gostando do meu ultimado. Finalmente eu tinha o poder em mãos. Depois de um momento fuzilador, disse o que queria de mal grado.
Repassei o recado para o atendente mais entediado do que quando entrei. Tive alguns problemas para passar o cartão, minha mão continuava a tremer. Claro que os olhos de Justin não perderam isso e ele riu de mim.
- Você nunca tinha andando em uma moto antes? - perguntou enquanto estávamos na fila de espera.
- Não, e tem um motivo para isso, ainda não estou pronta para morrer.
Bieber riu com uma expressão de desprezo.
- Faith, você não sabe como e quando vai morrer, então tem que aproveitar a vida.
- Existem probabilidades maiores de morte em determinadas situações, eu prefiro evitá-las, tenho todo um futuro planejado.
Sua testa se franziu e eu jurava ver um leve incômodo em seus olhos. Me perguntei qual era o motivo; não havia planejado seu futuro ou estava pensando em quantas situações de risco se metia?
- Viva o presente Faith, pode se arrepender de não ter feito alguma coisa enquanto tinha tempo - ele estava serio, mas tinha um sorrisinho de canto para descontrair.
Da forma que ele falava até parecia prever que minha morte estava próxima, como se fosse alguma espécie de vidente contemporâneo. Eu odiava pensar nessas coisas, então desviei o assunto.
- Primeira vez que te vejo com vestes informais. Por um acaso não está trabalhando hoje?
Ele continuou distante, pensativo, mas pareceu feliz por eu ter reparado em seu figurino.
- Queria entrar no meu papel de fuga completamente. Gostou?
Dei uma analisada - mesmo que já soubesse o quão perfeito o tecido lhe caía - e brinquei, comprimindo os lábios numa careta de "mais ou menos".
Ele arqueou a sobrancelha e eu dei risada. Não seria a responsável por seu ego gigante que quase esmagava as pessoas.
Pegamos nossos lanches e fomos para o canto mais distante do recinto. Era difícil ignorar as cabeças das menininhas virando enquanto passávamos, principalmente hoje que ele estava vestido como o bad boy dos sonhos.
- Me conte sobre sua vida, Evans - ele pediu ao se sentar, me olhando nos olhos como se isso fosse a coisa mais crucial de sua vida.
- O que quer sabre?
- Tudo. Vamos ser amigos, não é? Então desde as coisas mais insignificantes do seu quarto, preferências...
 Me senti cansada antes mesmo de começar a contar. Uma vozinha no fundo da minha cabeça hesitava com a desconfiança que sua presença me trazia, mas eu já havia decidido que queria sua amizade.
Comecei contando sobre minha família, meu irmão companheiro, frisei a ditadura de meus pais, lamentei a distância que tínhamos com meus avós, tios, primos; sempre estávamos ocupados demais para visitá-los mesmo que a maioria morasse na mesma cidade que nós. Até mesmo nos grandes eventos - como o natal, ano novo - nos ausentávamos da reunião familiar. Contei como sentia falta da minha avó materna, sempre disposta a nos socorrer caso precisássemos, além de ter as melhores panquecas que eu já havia comido.
- Sua vez? - sugeri, tomando ar e um gole de refrigerante.
Sua atenção em minha história era apreciável, mas eu já estava cansada de falar tanto, dividindo entre intervalos para poder comer.
- Não. Conte sobre suas preferências, pessoas favoritas no mundo.
Respirei fundo antes de recomeçar, sorrindo ao falar de Flê e sua importância na minha vida. Falei sobre como amava e dava mais valor a coisas simples, ficando com um piquenique a uma noite de gala. Expliquei como amava o céu tanto a noite quanto de manhã, eu amava a luz do sol que a noite refletia nas estrelas e na lua; acabei confessando minha mania de nomear minhas estrelas favoritas.
- Você sabe que elas já tem nome, certo? - perguntou-me, provocativo.
- Sim, mas não estou tão interessada assim no passado das coisas, prefiro eu mesma constatar e construir um presente e futuro.
Achei que ele riria da minha cara, mas sorriu, parecendo refletir sobre isso.
- Por que faz faculdade de artes?
E lá se ia a próxima rodada. Explicar como acabara escolhendo o curso induzida por meus pais foi mais difícil do que detalhar meu quarto. Era simples, eu vivia por causa dos meus pais, então evitar atritos era bom, além do mais, sempre fui boa em desenhar de qualquer forma.
- Eu só queria ser capaz de fazer uma coisa que revolucionasse a sociedade, fizesse diferença na vida das pessoas - era um sonho bobo e vazio guardado em uma caixa segura no fundo da minha mente. Eu não sabia o que fazer com ele, então ser guiada por tutores não era de todo um ruim.
Bieber concordou com a cabeça.
- Você sabe, seus quadros podem fazer diferença na vida das pessoas. Elas podem se identificar, encontrar a paz que procuravam e até esperança. Arte faz bem.
Meu peito se encheu de esperança por suas palavras, afinal talvez eu pudesse mesmo fazer alguma coisa para diminuir todo o ódio do mundo.
Dei um sorriso grato a ele.
- Obrigada. Agora é a sua vez de me contar.
O sorriso em seu rosto quase desapareceu, enquanto ele erguia aquela muralha de proteção.
- O que quer saber?
Eu havia aberto quase todo o meu coração para que sua voz fosse saturada de receio?
- Para ser pelo menos justo, as mesmas coisas que te contei.
Ele tomou um tempo para pensar, decidindo o que se sentia a vontade para me contar. Não o apressei, embora estivesse intrigada com sua falta de confiança.
Terminei meu refrigerante e vi seus olhos voarem para o relógio em seu celular.
- Bom, eu já tenho que voltar.
Fiz cara de tédio e cruzei os braços, decidida a não me mover enquanto ele não me dissesse sua história.
- Faith, é serio.
- Você só está tentando fugir da conversa - acusei.
Nos encaramos por alguns segundos, mas ele não desistia da inocência fajuta.
- Não é verdade. Amanhã será minha vez de discursar. O que acha? - propôs.
Amanhã? O refrigerante se agitou em minha barriga com a ideia, devia ser a possibilidade de andar de moto novamente que me incomodava.
- Se você não vier de moto tudo bem.
Ele deu uma risadinha.
- Qual é Faith, não é tão ruim assim - sua mão se estendeu sobre a mesa, pousando levemente em cima da minha - Vê? Não está mais tremendo.
Não era uma boa ideia a comemoração precipitada, a disfunção em meu corpo reiniciou e minha mão começou a ficar pegajosa embaixo da sua. Foio pior quando seu dedão passou a acariciar as costas dela.
Olhei novamente para seu rosto, tentando entender se estava jogando comigo. Ele tinha os olhos fixos em mim, sondando cada reação que eu expressava. Era como estar presa nos olhos de uma cobra prestes a dar o bote.
- Está pronta para ir?
Não encontrei as palavras, então balancei a cabeça. Seu sorriso em resposta me deixou um pouco mais tonta. Era normal? Permaneci paralisada, então a iniciativa partiu dele.
O segui até a moto, esperando que o caminho fosse capaz de clarear minha mente. Eu choraminguei e protestei, mas não consegui escapar do meu destino. Pelo menos ele cumpriu sua parte, me passando um capacete antes de me obrigar a subir.
Hesitei antes de abraçá-lo mais uma vez, reparando que sim, aquilo era bem desconfortável. Não tive escolha ao passar os braços ao redor de sua cintura, e meu corpo não reagiu muito bem a proximidade. Estando com o capacete não foi tão ruim cumprir minha parte na promessa, mas continuava sendo um pesadelo. Eu estava assustada de novo era óbvio, mas alguma coisa me dizia que a possibilidade de morrer não era inteiramente responsável por isso.
Dessa vez o caminho pareceu mais curto, e de alguma forma, não fiquei completamente aliviada.
- E então, como foi a experiência dessa vez? - Bieber disse, descendo da moto.
Desci logo atrás, sabendo que se ficasse perderia o equilíbrio e derrubaria a moto em cima de mim no chão. Tirei o capacete e entreguei em suas mãos, organizando a zona que tinha feito em meu cabelo.
- Encantadora - ironizei.
Quando olhei para seu rosto, ele me fitava com um sorrisinho de canto, fazendo meu coração saltar em meu peito.
- Deveria ter te dado o capacete antes.
Sua frase com certeza tinha um duplo sentido, mas não consegui interpretar sozinha. Apesar disso, eu não estava a fim de descobrir o que era, então apenas dei um sorriso sem graça.
- Antes de ir, só estou curioso quanto mais uma coisa.
- Diga - incentivei, embora com receio.
- Como seus pais reagiram quando você chegou em casa?
Eu esperava tudo, menos uma pergunta inconveniente dessa. Com que cara eu lhe diria que mamãe me receberia na porta doida por progressos num relacionamento inexistente? Era perturbador me lembrar da cena. Os três enfileirados atrás de mim, papai só queria saber se ele havia ido longe demais, Caleb interessado em qualquer contato físico que tivéssemos tido, mas pelas motivações contrárias de Eleonor. Eu tive que me refugiar o restante do dia no quarto após uma resposta geral de "gente, não aconteceu nada, somos apenas amigos".
Bieber percebeu o desconforto em meu rosto e segurou a risada.
- Foi tão ruim assim?
Pigarrei, disfarçando.
- Não. Eles só queriam saber se tinha ocorrido tudo bem.
Ele mal se esforçou para fingir que acreditava em mim.
- Sabe o que eu acho? Que eles tinham certas preocupações - sua expressão era presunçosa e ele se aproximou de mim, me encurralando.
Engoli em seco, eu não queria ser persuadida a relatar o ocorrido.
- Preocupações? Sobre? - me fiz de desentendida.
Bieber arqueou a sobrancelha, descrente que eu prosseguisse com minha negação. Então ele deu um passo a frente, ficando perigosamente perto do meu rosto. Ia tentar hipnose? Ele levantou a mão lentamente sem tirar os olhos dos meus e assim segurou meu queixo.
Foi o suficiente para meu corpo organizar uma maratona olímpica, enquanto eu me perguntava o que ele estava fazendo, até que seu olhar desceu para minha boca. Meu coração deu uma engasgada. Seu rosto se aproximou mais um pouco.
Recuar Faith, recuar.
Mas eu estava danificada, mais imóvel que uma parede, quase ofegante, quase irracional. Percebi seus lábios se abrirem minimamente e aquilo doeu. Eu estava sedenta, contudo água não era bem o que eu precisava para me saciar.
- Eles tem medo disso, mas não precisam se preocupar, não é? - seu quase sussurro fez seu hálito bater em meus lábios. Se se aproximasse um milímetro a mais nossa boca se encontraria.
Devagar, meu cérebro processou que ele me fazia uma pergunta e movi a cabeça com um sinal negativo, quase sem mexer realmente.
- Também acho. - e simplesmente se afastou, com uma facilidade inacreditável.
Eu fiquei ali, pasma demais para ter alguma reação.
- Nos vemos amanhã, Faith.
O sorrisinho em seu rosto parecia presunçoso, ele subiu na morto sem ao menos esperar alguma resposta minha; o que era bom, já que de qualquer forma não teria uma,


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