Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

One Life 21

Ouvi várias coisas ao mesmo tempo, distantes, confusas. Eu estava instável, numa travessia desconhecida, me deu a impressão de que minha alma se dirigia ao purgatório. No começo foi solitário, esporadicamente barulhento, um anjo resmungava – será que era um anjo do inferno? – uma gritaria e um silêncio absoluto, assim permanecendo até um bip surgir do além no pé do meu ouvido.
A irritação conseguiu me recobrar a consciência, e com algum esforço abri os olhos. A boa noticia é que eu estava viva, a ruim é que estava no hospital. O quarto branco inconfundível se iluminava pelo sol, e por isso demorei a me acostumar com a claridade, não conseguindo ver um palmo a minha frente.
– Faith? – a voz ansiosa vinha do meu lado direito.
Segui o som, e após piscar algumas vezes vi a silhueta de Justin bem ao lado da cama. Saber que ele estava ali trouxe uma paz intensa no coração, finalmente me aliviando de toda a tensão. Senti um sorriso se abrindo em meu rosto e alcancei sua mão para segurá-la na minha.
– Justin – murmurei extasiada.
Todo seu rosto se contorcia de angustia. Isso me alarmou, então inspecionei meu corpo a procura de alguma queimadura grave. Não havia nada além de uma agulha em meu braço – provavelmente para injetar soro – e uma inaladora em meu rosto.
– Como se sente? – ele afagou minha mão com o dedão.
– Bem – respondi com a testa franzida, a inaladora me sufocava e agulhas não eram meu forte. Para ajudar, as memórias voltavam lentamente para minha cabeça, não me deixando esquecer o desespero da ideia de morrer queimada.
– Sua mãe está lá fora, vou chama-la.
Segurei forte sua mão, implorando que não me deixasse. Eu não queria ficar sozinha, não depois de passar por todo aquele tormento sem ninguém.
– Fica.
Ele torceu a boca, pensando.
– Como eu saí de lá? – minha voz ficava abafada com o inalador, então fiz menção de tirar. Ele segurou minha mão para que eu não fizesse.
– Você fica quieta, eu falo – barganhou com uma espécie de sorriso, persuadindo.
Concordei, ficando imóvel imediatamente. Ele se aproximou mais, baixando os olhos em nossas mãos unidas, se apoiando na cama e inclinando-se sobre mim.
– Eu resolvi subir para te esperar. Ficar sozinho com aquelas mulheres não estava sendo uma tarefa muito fácil – dei uma risadinha, entendendo o que dizia. Deixá-lo indefeso não era uma boa ideia.
Seus olhos voltaram para mim, refletindo meu sorriso por um momento até que sua fisionomia ficasse seria.
– Eu escutei você chamar meu nome – ele fechou os olhos, lembrando – A ideia de ver você queimando...
Sua expressão se contorceu em dor, a mão se fechando em volta da minha com força. Vê-lo daquela forma esmagou meu coração, me dando a necessidade de tocar seu rosto e diluir tudo o que o perturbava. Estiquei a mão esquerda, passando a ponta dos meus dedos em sua bochecha. Assim ele me olhou com uma intensidade indecifrável, a mão se colocando em cima da minha em seu rosto.
– Perdão... Por não chegar mais cedo... Por não estar lá para você.
Não gostei que se culpasse e neguei com a cabeça. Ele viu minha intenção de falar, então se adiantou:
– Se comporte para sair logo. Você respirou muita fumaça. Mas vai ficar bem. Vai dar tudo certo.
Tive a impressão que as ultimas frases ele repetia mais para si mesmo. Não era justo que assumisse a responsabilidade pelo incidente.
Estava prestes a perguntar se ele sabia o que havia causado o incêndio quando ouvi os gritos de Eleanor fora do quarto.
– Isso não é chá gelado! Para que nós pagamos o hospital se nem chá gelado tem?
Justin franziu a testa e eu ri, dando de ombros. Minha mãe conseguia ser bem fútil quando queria.
A porta se abriu e instantaneamente ele se endireitou, dando dois passos para longe de mim, deixando uma careta em meu rosto.
– Faith! – mamãe exclamou assim que me viu, entrando no quarto depressa.
Abri um sorriso para mostrar que estava bem antes que ela desse um escândalo sobre como o medico não sabia fazer a função dele direito.
Ela pegou meu rosto com as duas mãos.
– Meu amor, como você está? – as ruguinhas de estresse apareceram em sua testa. Embora parecesse egoísta, me satisfez vê-las ali. Eleanor era contra qualquer tipo de acúmulo de pele no corpo, evitava ao máximo as linhas de expressão. Com essa imagem, eu conseguia ver que ainda se preocupava comigo mais do que Louis Vuitton.
– Estou bem. Só quero ir embora – tentei dizer.
Ela deu um sorrisinho de alívio, então passou os olhos por cada parte exposta da minha pele.
– Temi que queimaduras manchassem sua pele, já tinha até ligado para o dermatologista.
Ri, revirando os olhos.
– Graças a Deus não aconteceu nada – então ela se virou, procurando por Justin e estendendo a mão para que se aproximasse. Assim, colocou a mão dele em cima da minha – E ao senhor Bieber, foi ele quem te tirou de lá. Devemos recompensá-lo com muita generosidade. Ainda quis ficar ao seu lado só para se certificar de que estava tudo bem – seu sorriso cresceu, olhando entre nós dois sugestivamente.
Ela não percebia o quanto estava na cara que me jogava para cima dele? Só não era tão constrangedor por já termos alguma experiência juntos.
Ele conteve o riso, me jogando um olhar malicioso quando pensou que ela não olhava.
Apenas concordei com a cabeça, ignorando as mensagens subliminares de ambos para não me comprometer.
– Bom, seu pai e Caleb estão em casa averiguando a causa do incêndio e o medico disse que no máximo até o fim da tarde estará livre para ir. Tentei pegar sua bebida favorita, mas aqui não vendem chá gelado – informou e resmungou.
Com essa fui obrigada a baixar o inalador.
– Mãe, é você quem gosta de chá gelado.
Ela pensou por um momento, confusa.
– Ah, então que bom que não tinha – concluiu e eu ri – Mais uma coisa, Hanna e Wren estão aí fora, eles estavam chegando quando tudo aconteceu. Vou avisá-los que acordou e a imprensa também.
– Imprensa? – me sobressaltei.
Ela me repreendeu com os olhos por minha “falta de senso”.
– Até parece que não sabia que sua vida é de interesse público. Alguém informou a eles sobre o incidente.
Que ótimo.
Eleanor se inclinou me dando um beijo na testa.
– Volto depois.
Justin esperou que a porta se fechasse para me dar um sorriso.
– Estou ansioso para receber minha recompensa. Seu saldo de dívidas está crescendo comigo, senhorita – brincou, pegando minha mão de novo.
– Você merece de qualquer forma, cumprirei com prazer.
Seu sorriso se alargou um pouco e ele divagou.
– Só queria te dizer que conseguiu salvar o livro de registros – ele começou – De tantas coisas que poderia poupar, por que isso? – a duvida era real em seus olhos.
Era certo que Eleanor arriscaria a vida para salvar algumas joias e sapatos, mas eu queria que ele entendesse que éramos diferentes. Deixei meus olhos longes enquanto confessava.
– Eu sei o quanto isso significa para você, consequentemente para mim também.
Ele ficou quieto, então olhei em seu rosto para ver o que pensava. Não era a resposta que ele queria ouvir, percebi pelo incômodo em seus olhos antes que desviasse. Não entendi o que havia dito de errado.
– Tudo bem, vamos desobstruir mais esse pulmão – ele recolocou o inalador em minhas vias respiratórias, atento no aparelho.
Pensei em protestar, mas repentinamente Hanna irrompeu pela porta.
– Faith! – sua saudação era carregada de agonia e ela correu para o meu lado, quase atropelando Justin.
Ele me deu o mínimo dos sorrisos e foi se afastando despercebido, deixando o cômodo.
– Me diz como se sente?! – ela estava histérica de preocupação.
Não era para tanto, muito menos para espantar Justin do quarto.
Dei um sorriso com certo esforço, lembrando que estava só cumprindo com seu papel de amiga.
– Bem e você?
Hanna fez careta para minha pergunta, verificando ela mesma meu estado. Wren se aproximou com cuidado, segurando minha mão ternamente.
– Você nos assustou Faith.
– Menina, espere que eu chegue aos lugares para se colocar em perigo, assim posso te salvar! Se bem que fiquei sabendo quem foi seu herói... – ela levantou as sobrancelhas sugestivamente.
Foi o que bastou para que enaltecesse por minutos aquele que ela expulsara do quarto. Hanna não entendia muito bem que eu não podia conversar livremente, mas tentei dar o mínimo de respostas que eu podia as suas perguntas. Wren ficava ao lado dela como um cão de guarda, pouco colaborativo no assunto, também não era muito possível pelo monopólio da loirinha tagarela.
Eu estava inquieta por não saber onde Justin havia ido, olhando para a porta a cada segundo, esperando que voltasse. Não seria muito agradável ter os três no mesmo lugar, mas eu não queria ficar longe dele. Por isso me animei assim que a porta abriu, só para me decepcionar ao ver o médico entrando.
– E então, como está nossa celebridade? – ele perguntou com um sorrisinho, se aproximando.
Hanna e Wren abriram espaço para que passasse e ele olhou a máquina perto de mim.
– Bem. Quero ir embora.
Eles deram uma risadinha por minha pressa.
– Então posso te dar a notícia boa, mas primeiro preciso que me responda algumas perguntas.
Tirei o inalador prontamente, esperando.
– O que está sentindo?
-–Minha garganta está meio chateada e meu nariz ardendo, mas nada com que eu não possa lidar.
Ele riu pela minha descrição e assentiu.
- Você pode continuar fazendo a inalação em casa, não tem por que te manter aqui. Já passei algumas recomendações para a sua mãe, e contanto que as siga, ficará tudo bem. Então, pode se trocar e ir.
Ele mal havia acabado de falar e eu já pulava da cama, apressada para sair dali. Eu queria trabalhar num hospital, mas ser a paciente não era nada agradável.
– Muito obrigada! – agradeci e ele sorriu.
Assim que ele estava saindo, Eleanor entrava com uma bolsa em mãos e a expressão aliviada.
– Vamos lá, se troque para sairmos.
Peguei a bolsa que estava na mão dela e corri para o banheiro dentro do quarto. Havia uma blusa de chiffon luz azul de manga comprida, uma calça skinny branca e uma sapatilha bege – provavelmente uma roupa nova, já que eu não havia visto isto em meu closet antes e este estava em chamas da ultima vez que eu o vira.
Saí do quarto parcialmente satisfeita.
– Você viu o Justin? – perguntei a Eleanor.
– Não vi, ele não estava com você?
– Nós meio que o expulsamos do quarto – Hanna contou com um pouco de culpa, nos seguindo.
Minha mãe enlaçou o braço no meu, me conduzindo para fora do hospital.
– Depois você entra em contato com ele, não aguento ficar em hospitais.
Não tive oportunidade de me queixar, uma vez aberta a porta havia algumas pessoas com câmeras tentando tirar uma foto e falar comigo. Eu nunca conseguiria entender o que era de tão interessante que eu poderia lhes oferecer. Dois homens bem vestidos imediatamente se colocaram a nossa frente, impedindo a aproximação. Franzi a testa para Eleanor, mas ela não me olhava enquanto me empurrava para que eu entrasse no carro. Sem alternativa, apenas dei um sorriso e um aceno geral.
– Faith! Não sabe o alívio que me dá te ver bem – Etienne sorriu para mim, virando a cabeça e transparecendo seu sincero carinho.
– Obrigada Etienne, também fico aliviada.
Ele deu um sorrisinho e se voltou para frente, acelerando o carro.
Olhei pela janela para ver onde Wren e Hanna estavam, mas até eles eu perdera de vista.
– E então, o que eram aqueles dois homens lá fora? – questionei Eleanor que já estava com seu celular em mãos.
– São seguranças contratados pelo seu pai. Conversaríamos sobre isso após o brunch.
– Seguranças? – fiquei pasma. Desde quando nossa vida era tão importante assim?
– Sim. Ele nos dará mais detalhes quando chegarmos em casa.
Era só o que me faltava.
– Tudo bem. Você sabe onde está meu celular?
– Bom, creio que estava no quarto, então provavelmente você perdeu. Não se preocupe, passaremos no shopping amanhã para comprar todas as coisas novas que precisar.
Relaxei meus ombros com frustração. Não me preocupavam bens materiais, graças a Deus tínhamos condição para comprar novos, mas o contato de Justin estava naquele aparelho. Como eu avisaria que já havia deixado o hospital e perguntaria onde ele estava?
Conforme o carro se aproximava de casa, a aflição crescia, eu já podia ver toda a movimentação lá dentro. Quase deu vontade de voltar para o hospital e desfrutar de um pouco de paz. Passamos pela porta, dando de cara com Bryan falando com dois policiais. Pessoas subiam e desciam com móveis do meu quarto totalmente perdidos.
– Vocês tem certeza? Não foi o que pareceu – ele estava nervoso, coçando a cabeça.
Foi quando me viu e seu rosto se transfigurou em comoção.
– Filha! – seus braços rapidamente me envolveram com força – Tudo bem? – ele se afastou para me olhar, ansioso.
– Está sim, foi só um susto – tentei tranquiliza-lo, ele parecia transtornado.
– Já estou providenciando a arrumação do seu quarto, até terça feira nem vai parecer que aconteceu alguma coisa. Estamos ainda tentando identificar a causa do incêndio.
Assenti com calma, demonstrando que estava tudo bem. Para ele não estava.
– Você pode subir para descansar. Caleb está supervisionando de perto toda a arrumação.
– Tudo bem. Pai, que história é essa de seguranças? – falei baixo, ainda indignada.
– Conversamos sobre isso depois, tenho que terminar de conversar aqui.
– Vamos Faith, preparamos um quarto de hóspedes para você – Eleanor colocou as mãos em meus ombros, me incentivando a prosseguir.
Insatisfeita, subi as escadas, mas parei quando tive visão do meu quarto. Os arrepios que me assaltaram eram de puro medo, relembrando-me dos momentos vividos ali.
– Mãe, eu posso ficar um pouco na sala de música?
– Claro, querida, mas não quer descansar? – perguntou atenciosa.
– Não, estou bem. Aqui está muito barulhento de qualquer forma.
– Tudo bem, você precisa de alguma coisa? Preciso falar com algumas pessoas.
– Pode pedir para Caleb subir também?
Avaliando meu rosto, ela entendeu, eu não estava pronta para ficar sozinha. Pensei que se disponibilizaria para ficar comigo, mas apenas concordou com a cabeça, afagando meu rosto.
– Fique tranquila, vou chamá-lo.
Disfarcei a frustração e prossegui o caminho até o andar de cima. Queria que ela entendesse que às vezes só precisávamos do seu carinho e nada mais.
Cheguei à sala de música, deixando a porta aberta atrás de mim, mexendo minhas mãos com nervosismo. Nem cinco segundos haviam se passado e cogitei a ideia de voltar para a bagunça de pessoas, a solidão nunca me parecera tão perturbadora.
– Faith! – ouvi a voz de Caleb atrás de mim e dei um pulo de susto.
Não pude ao menos ver seu rosto, fui envolvida em seus braços, sentindo seu desespero da forma com que me apertava contra seu corpo. Ele não disse nada, a respiração forte. Não foi um bom momento para este sentimentalismo, senti minha garganta apertando, compartilhando com ele o medo da morte. Posso ter chorado baixinho, despejando toda angustia do meu coração finalmente. Com Caleb eu não precisava ser forte, não precisava fingir, eu podia ser eu mesma pelo tempo que precisasse.
Demoramos a nos soltar, e ele me olhou com os olhos transparecendo a inquietude que sentia.
-  Você está se sentindo bem?
Fiz sinal positivo, abrindo um sorrisinho.
- Pois bem, nunca mais me mate de um susto desses, eu estou avisando – falou serio.
Afirmei outra vez, embora eu não tivesse controle sobre esses eventos, acalmaria seu coração.

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