Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

sábado, 31 de dezembro de 2016

One Life 37

Minha consciência se retomava assim que eu alongava meus braços com a preguiça que ainda me mantinha deitada. Eu realmente deveria parar de dormir tanto, me deixava extremamente grogue. O pensamento se reforçou quando abri os olhos completamente desnorteada. Tentei assimilar as paredes escuras com a colcha preta da cama; espalmando o espaço vazio ao meu lado eu poderia jurar que alguém dormira ali. Foi nesse momento que a ficha caiu.
— Justin? — chamei alarmada com a voz rouca arranhando minha garganta seca.
Levantei rápido demais e o chão balançou um pouco por isso ao mesmo tempo em que tudo se tornava claro. Até onde eu lembrava, estava aqui para cuidar de um homem baleado, e ao invés disse estava dormindo enquanto sabe-se lá onde ele estava.
Não me importei em calçar minhas botinhas em cima do tapete, andando de meias até a porta que eu supunha ser o banheiro.
— Justin? — repeti, batendo o punho na madeira.
Não houve resposta, então dei meia volta, saindo do quarto. Limpei meus olhos com as pontas dos dedos enquanto descia as escadas, passando a ouvir um ruído no andar de baixo. Os estalos indicavam alguma fritura, o cheiro de bacon veio em seguida. Eu me lembrava da cozinha ser logo ao lado da escada, então me dirigi para lá organizando meu cabelo.
Era o único cômodo claro da casa, pelo que eu já havia visto, e atrás da pia extensa que embutia o fogão estava uma janela de vidro aberta, dando vista a um campo verde ralo. Era para lá que a escultura grega olhava, mexendo distraidamente uma colher na frigideira. 
Não pude evitar a perplexidade que me deteve ali na entrada ao contemplar as curvas de suas costas musculosas, uma oportunidade que ainda não me fora dada. Observei a passagem bíblica e o índio localizados quase no ombro, supus já serem tatuagens antigas por não estarem bem colocadas, se adaptando ao seu corpo conforme crescia. Havia duas pintas a uns três dedos de distância do índio e uma centralizada bem no meio da pele que se afundava para acompanhar a espinha. Desci os olhos até as duas entradas que eram interrompidas pelo cós de sua calça social, e acabei perdendo o fôlego, minhas mãos formigavam para sentir aquela textura aparentemente tão macia. 
Justin inclinou a cabeça para a esquerda o suficiente para que eu tivesse conhecimento de que ele sabia da minha presença. Um sorriso repuxou o canto de sua boca.
— Bom dia, Faith — sua voz ainda estar grossa era um exagero, um atentado a minha integridade psíquica. Eu não me lembrava de estar tão calor assim.
Recompus-me, aliviada por ele não ter visto diretamente meu rosto para me classificar como desequilibrada. Pigarreei alto, entrando ruidosamente na cozinha e estragando toda a cena Hollywood.
— O que raios você pensa que está fazendo? — questionei com censura.
Ele me olhou por cima do ombro, a testa franzida e a sobrancelha arqueada como se questionasse minha sanidade — que era bem possível de estar abalada naquele momento.
— O café da manhã?
Abri um sorrisinho falso e em seguida fechei a cara, colocando as mãos na cintura.
— Você foi baleado, consegue se lembrar disso? Deveria estar repousando — protestei rabugenta.
Ele desligou o fogo, virando-se para mim com a frigideira na mão.
— Acredite cozinhar é um repouso para mim — deu de ombros, fazendo uma careta simbólica de dor pelo movimento.
O repreendi com os olhos, e ele caminhou até a mesa redonda de mármore no fundo da cozinha como se não tivesse visto, onde já estavam postos copos, talheres, pratos, uma caixa de leite e jarra de suco. Eu não percebi nada disso no início, o ambiente todo se clareava conforme ele passava. Isso com certeza não era saudável para mim.
Depois de jogar a mistura nos pratos, ele colocou a frigideira na pia, voltando para a mesa e puxando uma cadeira para mim.
— Senhorita — ele deu um sorriso elegante, indicando o assento com a mão.
Balancei a cabeça desacreditada, mas aceitei a oferta, não sem antes notar a mancha de sangue na gaze.
— Precisamos trocar isso aí — informei, me sentando e puxando a cadeira mais para frente antes que ele o fizesse.
Justin se sentou na minha frente, entortando o nariz.
— Não deu nem vinte horas ainda, não se preocupe. Me conte, dormiu bem? — ele encheu meu copo de suco, enchendo o seu de leite em seguida.
Eu não deveria ficar impressionada por ele se lembrar de que eu e Caleb éramos uma exceção ao costume de beber leite como acompanhamento de quase toda a refeição. Para mim, era nojento. 
— Mais do que eu deveria — respondi com pesar, ainda sem conseguir me lembrar o momento em que dormi. A última coisa em meu consciente era estar conversando com ele e devorando uma caixa de pizza, uma situação um tanto peculiar para o momento em que vivíamos.
— Fico feliz que tenha se sentido a vontade a esse ponto — murmurou, me olhando sinceramente.
Eu mal sorri, mexendo com o garfo os ovos com bacon em meu prato. Pelo que eu sabia, essa seria a primeira vez que comeria algo preparado por suas mãos.
— Hm, não está envenenado nem nada do tipo, e eu não cozinho tão mal — disse ele, percebendo minha hesitação.
Aquilo não era diretamente sobre o sabor que teria, eu não duvidava que fosse boa, só era terrível a ideia de ter mais essa parte sua em minha memória, entrando na coleção que eu fazia desde o dia anterior só para ter que me desapegar de tudo isso depois se fosse sensata. 
— Faith? Tem alguma coisa estragada? — Justin perguntou preocupado.
Terminei de mastigar o punhado que estava em minha boca e o obriguei a passar pelo caminho estreito momentâneo em minha garganta. Forcei um sorrisinho, olhando para o copo de suco.
— Não. Está incrivelmente bom, não é surpresa — respondi tomando um pouco bebericando o copo.
Ele arqueou a sobrancelha, terminando de mastigar antes de perguntar.
— O que quer dizer com "não é surpresa"?
Foi resposta imediata:
— Você mesmo faz questão de dizer o quanto é bom em tudo o que faz — declarei, evitando me comprometer com um elogio, ele já era orgulhoso o suficiente.
A risada presunçosa que deu confirmava o fato.
— Sabe como é, faço o que posso — seu olho direito piscou sugestivamente para mim.
Dei um sorriso involuntário, inconformada com a existência de tantas qualidades em alguém com a virtude corrompida, e eu não era nada para querer endireitar seu caminho. Por outro lado, também não acreditava que Deus o colocaria em meu caminho para nada. Eu podia ajudá-lo, não deveria ser egoísta.
O peso saiu dos meus ombros e encheu meu coração ao pensar na possibilidade, era uma decisão muito mais confortável do que a inicial. Se ele era tão importante para mim, não estava certo desistir sem lutar. O meu lado covarde apresentou várias formas nas quais eu sairia machucada, e eu não podia negar a possibilidade. De qualquer jeito, eu já estava lesionada, e o que seria de uma guerra sem ferimentos de batalha? Mesmo não tendo consciência disso, eu já havia vestido a armadura quando desejei o homem dos olhos secretos segurando um martini para mim no meio da minha sala, a única diferença agora era que eu despira toda a couraça.
— Pra você ficar calada o tempo todo aposto que estava bom mesmo — ele me despertou do transe, se levantando e pegando os pratos.
Fui atrás levando os copos.
— Está me chamando de tagarela? — me indignei quase engasgando com a saliva quando percebi estar de cara com suas costas.
— Longe de mim — falou risonho, colocando a louça na pia e ao se virar, fez uma expressão confusa — Hm, os copos podem ficar aqui também — ele pegou das minhas mãos, repetindo o movimento.
Minhas bochechas coraram de vergonha por minha falta de concentração.
— Não sabia que você ficava tão aérea de manhã — comentou — Só me lembro do quanto fica... — ele procurou a palavra — leve de madrugada.
O sorriso divertido em seu rosto denunciava alguma merda que eu havia feito para virar piada. Pensei por alguns instantes até me lembrar do episódio em que lhe revelei sem preparo algum meus sentimentos e da resposta exata que havia recebido — ele dizia também gostar de mim, mas achava que aquilo destruiria ambos de nós. Na época não fazia sentido, agora eu conseguia até concordar com ele. Também havia praticamente me colocado em uma bandeja para que ele me beijasse e depois arranquei sua camisa e então pedi outro beijo quando ele se afastou, uma coisa super normal se não fosse de mim que estivéssemos falando.
E lá estava minha pele queimando outra vez. Dei-lhe as costas, me ocupando em guardar a caixa de leite e o suco na geladeira.
— Não sei do que você está falando — desconversei.
Justin deu uma risadinha e esperou que eu me virasse para ficar me encarando até que eu admitisse. Não aconteceu, e ele riu outra vez.
— Não se preocupe, não é que eu não tenha gostado...
Levantei a mão para que parasse, completamente sem jeito.
— Justin, melhor você ficar quieto, é seu peito que está lesionado, o rosto está livre para um soco — ameacei, passando ao seu lado para sair da cozinha.
Ele veio atrás.
— Você não faria isso — afirmou e eu quase parei na frente das escadas, não era do tipo que gostava de ser desafiada, mas logo ele se explicou a caminho do sofá — Você se importa comigo — constatou assim tranquilamente.
Seu ego arriscava alto, mas não estava errado, ele só não precisava saber disso para ficar se gabando. Era difícil, pelo menos para mim, que soubessem o modo que eu me sentia, assim saberiam exatamente como me atingir. De qualquer forma, preferi não me pronunciar.
Justin se sentou com a postura ereta demais, como se alguma coisa incomodasse seu estômago, e bateu ao seu lado para que eu o acompanhasse. O fiz, embora com reservas, a uma pessoa de distância dele.
— Acho que você também chegou à mesma conclusão, não? — deduziu.
— Sobre? — perguntei com receio, minha intuição indicava ser a decisão que eu deveria tomar. Eu não o culpava por estar confuso quanto ao passo em que estávamos, no mesmo dia o havia desprezado e o beijado, mais contraditória impossível.
Seu olhar caiu em minhas mãos, eu batia um dedo de cada vez no polegar da mão correspondente, inquieta. Disfarçar meu espírito perturbado não era uma de minhas qualidades.
— De que temos que conversar. Você vai me deixar te contar tudo agora? — indagou, olhando o fundo dos meus olhos para ter certeza da minha resposta.
Mordi a boca, o suco de laranja borbulhou em meu estômago, reflexo da minha aflição. E lá estávamos no fim de nossa fuga. Era lógico que havia mais coisas a se dizer, eu o limitei a responder as perguntas que fiz, proibindo que falasse de espontânea vontade. Mesmo tendo pesado todas as minhas escolhas e eleito uma delas como mais plausível, tinha medo de que me fizesse voltar atrás, pesando o outro lado da balança. No fim, só uma coisa importava, e não era fácil de dizer, a resposta podia esmagar meu coração. Engoli em seco, me preparando.
Vamos lá Faith, você precisa saber.
— Você mudaria por mim? — despejei de uma vez para que não desistisse no caminho, me atentando a sua expressão caso fosse preciso interpretá-lo.
A pergunta o pegou desprevenido e ele desviou os olhos para poder pensar em sua resposta com cuidado. Não sabia que só isso era um indício de seu retorno. Talvez eu tivesse me precipitado, superestimado minha importância em sua vida. Como poderia querer ser significante o suficiente para mudar tudo em meses? Contrariando a lógica, meu coração insistiu em se quebrar.
Seus olhos lampejaram para meu rosto e em um segundo imaginei as mil e uma maneiras de se dizer um "não".
— Você mudaria? — devolveu a pergunta.
Fiquei confusa.
— No que eu precisaria mudar?
Ele maneou a cabeça, olhando além de mim enquanto se explicava:
— São maneiras diferentes de se pensar. Por que eu precisaria mudar? Nossos valores são diferentes, mas não podem coexistir?
Neguei exageradamente com a cabeça, desacreditando que ele cogitava aquilo.
— Justin, você sabe de que essa vida não é saudável, isso ficou bem claro quando conversamos sobre não ser esse o futuro que quer para seus irmãos. Uma coisa que você não deseja para alguém que gosta com certeza não é boa.
— Aí é que está, eu não sei. Faith são apenas pessoas.
Meus olhos se arregalaram instantaneamente de descrença.
— Só pessoas?! São histórias inteiras Justin, são sentimentos envolvidos, são laços que você destrói. Ontem mesmo me disse que me perder era uma das coisas mais terríveis que poderiam te acontecer, não pensa que essas pessoas também têm gente que se importa com elas a esse ponto? A morte de uma pessoa pode destruir várias outras. Você já parou para pensar nisso?
Ele coçou a nuca, desviando os olhos. Olhando assim eu até diria que o incomodara, mas ele resistia, e se fosse eu também o faria, quando se desse conta do estrago que estava fazendo não seria muito agradável estar em sua mente. 
— Você sabe que está errado — insisti — E sua tatuagem nas costas é prova disso.
Sua atenção estava de volta em mim, a expressão vagamente cômica.
— É uma história um pouco diferente da que você espera. Está pronta para ouvir o motivo por trás de cada desenho em meu corpo? Sei que sempre foi motivo de sua curiosidade. 
Embora seus olhos me alertassem que fosse melhor eu não saber, assenti pronta para o que fosse.
Ele olhou para sua tatuagem solitária um pouco acima do quadril esquerdo, contornando o desenho com o dedo.
— Essa foi a primeira que tive, feita aos meus dezesseis anos, fruto do meu início oficial na Companhia. Meu pai tinha convicção de que eu estava pronto, na verdade dizia que eu estava atrasado. Ele me deixou em frente a casa, mas o restante eu fiz sozinho. Lembro que tive dificuldades pra invadir, mas depois foi mais fácil do que eu esperava. O proprietário não me ouviu entrando, estava distraído lendo um livro, e com o elemento surpresa quase não encontrei resistência, então... — ele editou o que diria, parecendo-se lembrar de que estava falando comigo — concluí meu primeiro trabalho. Eu só não estava preparado para o sentimento que viria em seguida, no ato em si estava nervoso, aflito, mas quando vi que consegui... Aquilo me consumiu. Fiquei alguns segundos paralisado, eu estava eufórico, mas também desesperado. Percebi que não havia mais volta, que a partir daquele momento meu destino estava traçado, que eu acabara com a vida de alguém em menos de um minuto. Era muita coisa para um adolescente lidar, sabe? Então em algum momento reparei no livro que o ele lia, chamava Fernão Capelo Gaivota, e ainda não havia chegado ao fim. Parecia uma besteira, mas aquilo me perturbou mais um pouco. Será que existia vida após morte e ele se lembraria de que não terminara de ler o livro? Poderia ficar rolando no purgatório de curiosidade só para saber como a história acabava? Eu não podia conversar aquelas coisas com meu pai, ele já estava decepcionado porque demorei a entrar. No dia seguinte procurei o livro na biblioteca da escola, e matei as aulas para ler, achei que aquilo fosse ajudar, mas não foi o suficiente. Passei noites sem dormir até pensar em alguma coisa pra extravasar o sentimento de mim, o transferi da minha mente para minha pele, e foi quase relaxante. Foi assim que consegui as restantes também, eu pego alguma coisa que me marca na... Pessoa e então tatuo. Só uma ou outra são por outros motivos, como as duas dedicadas à Patricia. 
Não ousei tirar meus olhos da então identificada gaivota. Eu estava errada, não me prepara o suficiente para escutar aquelas coisas. Fazia sentido sua hesitação em me contar, me apavoraria. A informação girou e girou em minha mente, mas eu não conseguia digeri-la. Apenas fazia sentido seu trabalho ter multiplicado ultimamente e as tatuagens também. 
As palavras saíram antes que eu pudesse prever que diria:
— Então a demanda aumentou consideravelmente — concluí com a voz estranha.
Eu não entendia como ele conseguia se olhar todos os dias e ver uma lista clara em seu corpo do tipo de pessoa que se tornara.
— Não exatamente — ele explicou hesitante, não entendendo que meu comentário era de desgosto — Eu que peguei mais alguns trabalhos do que o costume.
Minha pergunta saiu como um reflexo:
— E por quê?
Sua resposta demorou a vir, e quando veio parecia desconfiada.
— Por causa do prazo.
Eu não tinha capacidade de ao menos olhar em seus olhos para fazer a leitura facial, então confiei apenas em meus ouvidos.
— E que prazo é esse? Alguém importante que você tem que matar? — a crítica estava explícita em minha voz circundada por repulsa.
Vi de relance que assentia com a cabeça. Esfreguei a mão na testa, com estresse.
Tudo bem, eu precisava achar um ponto reconfortante nisso.
Segundo ele, a tatuagem fora uma ideia de acabar com um sentimento que o perturbava. Por pura lógica, não deveria ser alguma coisa boa, então havia uma parte nele que sabia que isso era errado. O problema era essa parte aparecer após o crime, como uma forma de se martirizar. Lembrava-me do filme em que o maníaco estuprava e matava as mulheres e depois chorava sobre seus corpos. Senti um arrepio ao fazer essa comparação.
— Você tem que parar com isso. Justin, por favor, você não pode mais fazer isso — a histeria beirou minha voz oriunda das imagens que passavam em minha mente.
Ele não era assim, eu não acreditava que fosse, ele não podia ser, só estava no caminho errado. Eu podia ajuda-lo a encontrar o caminho de volta, não podia?
Seu silêncio me fez fita-lo, e eu agarrei sua mão, olhando no fundo de seus olhos com súplica.
— Me diz que você não vai mais fazer — persisti.
Ele estava reservado, avaliando minha reação.
— Você sabe que não é assim — falou com cuidado.
Estralei a língua com frustração.
— Claro que é! Se você quer tanto matar pessoas, por que não faz pelo bem? Podia entrar pra polícia, FBI, qualquer coisa, mas legalmente. Se quiser eu posso fugir com você, achamos seus irmãos e moramos no Polo Norte, você pode ser o chefe da polícia local, tenho certeza que usariam muito bem suas habilidades...
— Faith — ele me interrompeu com cautela.
— Quem sabe sua família não aceite sua decisão? Você pode conversar com eles e então podem ceder por quererem o melhor pra você... — continuei, afobada.
— Faith — tentou de novo.
— Ou se preferir podemos denunciar todos para a polícia e negar que você tenha envolvimento e assim...
— Faith! — exclamou, aflito com minha inquietação.
Neguei repetidas vezes.
— Você não é mal Justin, eu sei que não é. Você pode ser diferente. Você sabe disso.  Você se preocupa, você se sente mal por Caitlin e sofreu com a perda de Christian, você quer uma vida melhor para os seus irmãos e me incentiva a seguir meus sonhos, você me salvou do fogo e tem um jeito maravilhoso com crianças embora não saiba. Você se importa, e sinto te avisar que não deveria. Você não se encaixa na sua família.
Ele respirou fundo com a fisionomia calma, como se sentisse pena de mim.
— Faith...
— Faz sentido. Você sabe que faz, e eu não quero saber, vou te ajudar a sair desse buraco — declarei — Pode começar me dizendo como andam as pesquisas para encontrar seus irmãos.
Seus ombros relaxaram, ele via que discutir comigo não resolveria nada.
— Sempre te achei muito positiva e esperançosa, mas agora você realmente se superou.
Dei de ombros.
— Eu tenho um Deus do impossível e sei que Ele tem um plano pra mim na sua vida, não vou simplesmente desistir de você.
Ele quase sorriu, mas então bateu a mão em seu colo para que ali eu me deitasse. Não recusei, fazendo o gesto como se fosse uma confirmação de minhas palavras. A ponta de seus dedos começou a passar levemente em meu rosto.
— Eu não quero te machucar — murmurou com a testa quase vincada de preocupação.
— Então não machuque.
O canto de sua boca repuxou numa tentativa de sorriso.
— Sempre gostei que deitasse em meu colo, me dá a sensação de que existe só você no mundo e que posso te proteger de qualquer coisa.
Mesmo que suas palavras me emocionassem, não gostei do modo que as dizia, parecia com uma despedida. Ele ficou acariciando e fitando meu rosto como se estivesse prolongando algo desagradável, transbordando ternura. Até que respirou fundo:
— Preciso te contar mais uma ultima coisa.
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Deus abençoe o início do 2017 de vocês e lhes traga a Sua presença pq com Ele somos invencíveis!

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