Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

One Life 34

Agora era claro como o desgraçado tivera acesso ao celular de Hanna para me mandar a mensagem. Ela era um mero fantoche para que me ferisse. E embora ele fosse um assassino treinado me perseguindo a raiva se sobressaiu ao medo.
— Faith — Hanna sussurrou, me repreendendo por ainda não ter apertado a mão do hipócrita que a estendia em minha direção.
Eu nem olhei pra ela.
— É um prazer Guilherme, infelizmente eu e Hanna já estamos de saída — falei entredentes, incapaz de esconder a animosidade.
Han forçou uma risada, visivelmente nervosa.
— Eu te disse que ela era muito engraçada — ela murmurou sem graça, disfarçadamente me dando um beliscão.
Guilherme não se deixou abater, insistindo naquele sorriso irritante e convencido. Eu arrancaria aquela expressão na marra. Estiquei o canto da boca com sarcasmo.
— O que aconteceu com seu rosto? Parece que foi atropelado por um caminhão — provoquei. De repente a surra de Justin permutara de cruel e desnecessária para bem merecida.
Ele deu uma risadinha, abaixando a mão finalmente para não pagar de idiota.
— Foi mais ou menos isso, mas não se preocupe a Lei de Newton nunca falha — suas sobrancelhas se arquearam sugestivamente.
Aquilo era uma ameaça ao Justin?
O fuzilei com os olhos, prestes a devolver o favor.
— Ok, vocês se conhecem? — Hanna perguntou confusa.
Guilherme deu de ombros com uma inocência fajuta.
— Não sei. Nos conhecemos? — ele me jogou a pergunta, envolvendo a mão na cintura de minha amiga.
Eu travei os dentes, contendo meu impulso de socá-lo a todo custo.
— Hanna, posso conversar com você em particular? — solicitei, mas sem desviar os olhos do idiota que parecia se divertir muito como se nossa conversa fosse uma das atrações do parque.
Ela deu um sorriso de desculpas a Guilherme e sussurrou um “já volto” antes de se afastar. Estávamos a uns dez passos dele quando segurou meu braço.
— O que aconteceu com a parte de que sua mãe te deu educação?! E me explica por que tenho a sensação de que já se conhecem? Quer dizer, essa implicância não pode surgir do nada — ela perguntou carrancuda.
Como explicar sem mencionar o fato de que seu novo paquera só estava com ela para me ferir?
— Eu não gosto dele e nós vamos embora agora — respondi mandona.
Ela levantou as mãos, exasperada.
— Você pode me dar justificativas lógicas para isso? O conhece ou não? — insistiu incrédula.
Desviei a cabeça com estresse, pensando em alguma coisa que me ajudasse com isso. Meus olhos foram atraídos por um movimento atrás de Hanna, Guilherme estava piscando para mim com pirraça. Eu definitivamente o odiava.
Hanna bufou com frustração, recuperando minha atenção. Ela segurou minha mão mascarando sua irritação com compaixão.
— Sei que ver alguém feliz com outra pessoa é difícil quando terminamos um relacionamento, mas peço sua compreensão. Não precisa descontar no Gui, ele é muito gentil, engraçado....
Eu tive que rir dessa, interrompendo sua frase no meio.
— Hanna, eu não estou com inveja do seu novo romance, esse Guilherme só não é a pessoa certa.
Ela revirou os olhos, relaxando os ombros.
— Você nem o deu uma chance! Isso é por causa do Wren? — conjecturou.
Neguei com a cabeça, quase disposta a dizer a verdade. Ela mereceria saber. O que estava me impedindo?
— Senhoritas, não sei se notaram mas isso é um parque renomado, deveríamos aproveitar os brinquedos, conversamos outra hora — Guilherme brotou ao lado de Hanna, aparentemente ansioso para as atividades.
— Também acho, por que não vai aproveitar você, Guilherme? — dei um sorriso falso a ele.
Hannna me olhou com os olhos bem abertos para que eu visse sua reprovação.
— Hm, gosto de ter companhia para partilhar esses momentos — ele murmurou, se fazendo de coitado.
Deus me dê forças ou eu vou acabar matando alguém.
Mudei a estratégia.
— Tem razão, mas antes disso eu preciso comer alguma coisa, estou faminta — inventei — Hanna você poderia comprar um salgadinho para mim?
Ela me olhou com desconfiança enquanto eu lhe estendia a carteira, imediatamente sacando meus planos. O apoio veio de onde eu menos esperava.
— Isso. Então assim podemos nos conhecer melhor. Não se preocupe gatinha, quando voltar já seremos melhores amigos — Guilherme concordou.
Não me intimidei com isso, prosseguindo com meu plano.
— Will, você pode acompanhá-la? Não quero que Hanna fique sozinha — sugeri, dissimulando a melhor das intenções.
Willian era uma pessoa perceptiva, então o clima não lhe passava despercebido. Ingenuamente ele achava que deveríamos resolver nossas desavenças sozinhos.
— Claro, também preciso comer alguma coisa.
Hanna não se mexeu, temendo o que eu poderia fazer contra um assassino.
— Compra um pra mim também? — Guilherme tirou a nota do bolso e colocou em sua mão, persuasivo.
Ela nos avaliou com receio antes de respirar fundo, pegando minha carteira e preferindo ter fé de que as coisas caminhassem bem.
— Tudo bem. Se comportem — ordenou, dando mais uma olhada antes de se afastar devagar, nos checando a cada segundo.
Esperei com um sorriso montado de boa moça até que ela estivesse longe o suficiente para que não nos ouvisse. Então me voltei para ele com um olhar mortal.
— O que você quer? Ainda está atrás de mim? — questionei ríspida.
Ele me deu um sorriso agradável antes de responder.
— Você está com raiva por que te enganei? Pensei que gostasse disso, funcionava quando Justin o fazia, ao que parece — refletiu ele.
—  O que você quer com Hanna? Já não conseguiu o que queria? Não estou mais com Justin, ele é inteiramente de vocês para fazer essa desumanidade que chamam de trabalho — cuspi as palavras.
Ele riu, encontrando graça em minha fala.
— Você é mesmo burra. Isso é um dom de nascença? — perguntou com a mão no queixo, aparentemente curioso.
— Acho melhor você deixar minha amiga em paz pra colocar em prática toda essa inteligência que cabe na sua cabeça enorme — contra-ataquei.
Seu sorriso se alargou, minha advertência o divertia.
— Acabei de entender sua fixação por ela — ele contou orgulhoso de si mesmo.
Fiquei um pouco confusa antes de perceber que não falava comigo, seus olhos fitavam alguma coisa atrás de mim. Virei a cabeça com a leve suspeita que se concretizou quando vi a fisionomia perfeita rígida direcionada fixamente ao idiota a minha frente. Meu coração sofreu um ataque injustamente. Nem a ameaça que Guilherme representava conseguira me deixar tão afetada. Eu choraminguei em silêncio, despreparada para lidar com os dois ao mesmo tempo.
— É tão ingênua que é curioso — completou nada intimidado com a presença do responsável por desfigurar-lhe o rosto.
Justin estava concentrado em um só pensamento, não havia ao menos um traço de sarcasmo ou ironia, transparentemente perigoso. Ele passou ao meu lado sem olhar para mim, se colocando na minha frente e o encarando de cabeça erguida.
— Eu vou te dar uma única oportunidade de sair daqui andando. Você tem dez segundos — ele falou tranquilamente com precisão, não havia como questionar sua sinceridade mais clara do que o impacto que tinha sobre mim.
Guilherme colocou a mão no peito, dramatizando uma comoção.
— Sua devoção com seus princípios é chocante, Bieber. George ficaria orgulhoso.
Pelo que eu descobrira com o livro de registros, George era seu avô, que também estava envolvido na companhia.
— Cinco segundos — Justin se limitou a dizer, parecendo ansioso para o fim da contagem.
O ameaçado levantou as mãos em rendição, o rosto bem humorado.
— Estou saindo. Tenham uma ótima tarde — ele foi se afastando de costas e olhou pra mim — Ah, avise Hanna que nos vemos mais tarde — então piscou e se virou.
Fuzilei suas costas com os olhos, odiando aquele sentimento de impotência que fluiu em mim. Esfreguei as mãos no rosto, desgastada.
— Você está bem? — Justin perguntou.
Sua voz formal e distante era como um tapa na cara, sempre odiei que se afastasse de mim, mas não deveria doer agora. Permaneci de olhos fechados, já era tortura o suficiente escutá-lo.
— Pareço estar? — resmunguei, puxando a pele do rosto para baixo, agoniada — Você não precisava fazer isso, sei me defender sozinha. O que está fazendo aqui? 
Ele não respondeu, o que não deveria ser surpresa para mim, mas os segundos se passavam, então olhei para saber se ainda estava ali, me arrependendo disso logo em seguida. Seus olhos fixos em mim derreteram meu cérebro.
— Você deveria ficar em casa. Sua presença ainda é uma ameaça, depois desse episódio provavelmente retardará todo o progresso que fiz essa semana.
Eu ri incrédula.
— Minha presença é uma ameaça? Então o problema sou eu? Mesmo que você tenha entrado na minha vida e a virado do avesso?
Sua fisionomia permanecia dura, mostrando aquela rocha no lugar de homem outra vez.
— Vai tornar mais fácil sua proteção, pelo menos até eu resolver isso — ele ignorou minha acusação como se eu não tivesse falado.
Esse era um dos motivos pelos quais eu não o suportava.
— Você estava me seguindo? — a possibilidade passou por minha cabeça, subentendida do que disse.
Cruzei os braços, determinada a obter uma resposta. Ele respirou fundo, fazendo uma careta e contraindo os músculos pelo movimento, depois soltou o ar devagar.
— Não vou te deixar desprotegida — respondeu, e eu não deixei de perceber o esforço para isso.
Estranhei, o avaliando ao identificar que havia alguma coisa errada. Ele tentou manter a postura inabalável, mas segundos depois se arrastou até o banco, se sentando ali com a mão no peito, inspirando e expirando com dificuldade.
— Justin, o que há de errado? —perguntei alarmada, procurando outra vez em seu corpo algum sinal do que acontecia.
Ele esperou alguns ciclos respiratórios antes de responder.
— Nada. Por favor, vá embora com Hanna e Willian, não saia de casa antes que eu tenha outra conversa com o Guilherme — pediu com a voz pesada.
Esperar que me dissesse era idiotice, então tomei a liberdade de abaixar o paletó do lado direito onde sua mão pressionava a camisa. Meus olhos se esbugalharam com a marca e sangue que crescia no tecido azul. Eu ofeguei de pânico.
— Merda Justin, o que você fez?! — tateei meus bolsos a procura de um celular, lembrando em seguida que eu ainda não providenciara outro. Olhei em volta para achar Hanna ou qualquer outra pessoa, todos estavam afastados demais para que eu arriscasse sair dali, e a loira desmiolada não estava a vista.
— Está tudo bem, Faith — ele me tranquilizou, mas a ruga em sua testa se aprofundou.
Estralei a língua e estendi a mão.
— Me dá a chave, vou te levar ao hospital — ordenei apressada, o medo fluindo em meu sangue.
Ele ajeitou o paletó, escondendo a ferida.
— Eu não vou ao hospital — rejeitou com teimosia.
Preparei-me para gritar por socorro, sua mão livre segurou a minha, me puxando.
— Faith, essa não é uma alternativa. Eu não posso responder como fui baleado — insistiu.
— Baleado?! — exclamei com pavor.
— Shh! — ele pediu, tentando se levantar — Eu já lidei com isso muitas vezes, posso me cuidar sozinho.
Apoiei seu braço direito em meu ombro e abracei suas costas, ele gemeu de dor, levei minha mão ao seu abdome e comecei a caminhar com ele.
— Se você acha que te deixar sangrando sozinho é uma opção, você é mais idiota do que eu pensava.
Ele endireitou a postura, suavizando até mesmo a expressão para que não percebessem seu estado. Quem visse pensaria que éramos um casal apaixonado passando por algum problema devido minha expressão de aflição.
— Onde está a droga do carro? — questionei apressada, grata por estarmos próximos à saída.
O que seria pior, arriscar que morresse ou fosse preso? Se ele fosse detido, provavelmente sua família louca arrumaria um modo de tirá-lo, então...
— Está logo aqui na frente, e pare com esses pensamentos. Você acha que é a primeira vez que sou baleado? Acredite, é melhor morrer do que receber a punição por ser detido — ele adivinhou onde minha mente estava — E eu não vou morrer — completou, percebendo minha respiração descompassar.
Ele tirou o braço de cima de mim para passar na catraca, conseguindo ainda sorrir para a mulher que vigiava a saída e deixa-la deslumbrada. O apoiei logo que passei, quase me atrapalhando com a pressa louca.
— Tenho curativos no carro — me informou, ainda tentando me acalmar.
— Você não ralou o joelho simplesmente — reprendi, me atrapalhando com as palavras.
Era só o que me faltava, desmaiar de nervoso e deixar o homem morrer de hemorragia.
Ele quase riu, me olhando com a testa franzida.
— Cuidado, dessa forma parece que se preocupa comigo.
Não contive minha língua:
— Diferente de algumas pessoas, eu prezo pela vida humana, só isso.
Não me senti culpada por seu silêncio, era uma coisa que ele deveria aprender mais cedo ou mais tarde.
Foi indescritível a sensação de alívio ao encontrar seu porshe, nesse momento eu poderia até agradecê-lo por estacionar numa vaga de deficiente.
Ele destravou o alarme e me indicou para leva-lo ao banco do copiloto, abrindo o porta-luvas depois de se sentar, deixando a mostra alguns instrumentos de primeiros socorros. Quando fez menção de tirar o paletó, o ajudei e joguei no banco de trás.
— Fica parado — mandei quando ele tentou desabotoar os botões da camisa, tirando suas mãos da frente e fazendo eu mesma o trabalho.
Minha mão suava de medo ao ver que a mancha de sangue estava muito maior, e surpreendentemente ao invés disso me atrapalhar, a pressão fez com que eu agisse mais rápida e precisamente. Já desabotoado, escorreguei o tecido por seus braços e peguei a bandagem no porta luvas, pressionando contra seu peito com a palma da mão para estancar o sangue onde eu podia ver o pequeno furo. Mantive os olhos fixos ali como se pudesse adiantar o processo.
— Que horas isso aconteceu? — perguntei preocupada. Se fizesse muito tempo eu não me importaria nada que sua família o deixasse na solitária se fosse preciso para salvar sua vida agora.
— Foi no começo da tarde — disse com a maior tranquilidade, mas prosseguiu ao ver meu olhar perplexo fitar o seu — Eu já havia cuidado disso, tirei a bala e costurei...
— E você sabe que o próximo passo é repouso, não? Você estourou os pontos — o interrompi, censurando.
Ele mordeu a boca, desviando os olhos para responder.
— Eu sei, mas não podia deixar que saísse de casa desprotegida — ele voltou a me encarar, mensurando minha reação.
Meu ritmo cardíaco perdeu o compasso. Olhei para a bandagem outra vez, deixando de lado o fato de ele não considerar Willian como segurança.
— E como sabia que eu tinha saído de casa? — indaguei, trocando de bandagem ao ver que a primeira já ensopava, colocando-a no assoalho.
Ele relutou para responder, previamente me indicando que a resposta era bem ruim.
— Você não vai querer saber — disse ele por fim.
Era óbvio que eu queria saber, mas em respeito ao seu estado, reservei a exigência para mais tarde. Uma das técnicas de primeiros socorros era deixar a pessoa calma, e eu não conseguiria deixá-lo em paz exigindo minhas respostas.
Nossa quietude serviu para que eu formulasse as mais absurdas das teorias para que soubesse de uma coisa dessas. Eu sabia que deveria estar assustada por um assassino estar assistindo cada passo meu, mas a única coisa que minha cabeça idiota se focava era o fato de que ele arriscara sua vida por apenas supor que eu estivesse em perigo. Isso me parecia ser coisa de quem se importava.
O sangue finalmente estancou e eu peguei a gaze para fazer um curativo. Enrolei em volta do seu peito com um pouco de pressão, não apertando demais para que não prejudicasse a circulação sanguínea. Todo o procedimento foi feito com seus olhos penetrantes em mim, como se eu já não estivesse nervosa o suficiente.
— Precisamos refazer esses pontos, me dá a chave — estendi a mão outra vez.
Ele pegou do bolso e ficou segurando com receio.
— Você vai me levar para casa onde eu posso costurar? Diretamente? — investigou.
Suspirei.
— Vou. Mas se não der certo eu imediatamente ligo para uma ambulância — barganhei.
Ele concordou seguro de que não falharia então me entregou a chave. No momento em que me sentei no banco do motorista, finalmente senti que a situação se invertia, dessa vez eu que detinha o controle da situação, não haveria nenhuma manipulação ou mentira, sua confiança estava totalmente depositada em mim, e eu o mostraria como era importante honrar essas coisas.
— Tudo bem, devo avisar para Hanna e Will que não estou mais no parque. Preciso o seu celular — informei.
Ele pegou o aparelho do bolso, mas não me entregou.
— Fala o número e eu digito, não vamos correr o risco de que bata o carro.
Apesar da desculpa bem dada, eu sabia que era uma prevenção caso eu decidisse ligar para a ambulância. Revirei os olhos e passei primeiro número de Hanna, por algum motivo preferindo que ela tivesse o número dele salvo — caso estivesse blefando sobre o possuir — do que Willian.
Justin deixou no viva voz, chamou algumas vezes antes que ela atendesse.
— Justin Bieber! Eu vou acabar com a sua raça! — a voz histérica de Hanna quase estourou o alto falante do aparelho.
Justin franziu a testa e apertou a boca em uma linha fina, achando graça.
Então ela tinha mesmo o número salvo.
— Han, sou eu — eu disse, me preparando para alguns chingos.
— Faith?! O que você... Onde você está? E o Guilherme? Evans eu vou acabar com você!
O baleado não aguentou e deu uma risadinha silenciosa.
— Eu saí com Justin, temos que resolver algumas coisas. Avise ao Will que demorarei um pouco para chegar em casa e que não fique bravo por isso, peça perdão por mim.
Willian deveria me odiar secretamente, eu era a pior pessoa para se olhar. Essa era a terceira vez que saía de seus cuidados — pelo que ele sabia.
 Evans, você está louca?! Ele vai te matar, seu pai vai te matar! E loucura de amor a gente só faz por quem merece. Você não disse que ele não é quem pensava? Menina, larga desse, o mar tá cheio de peixe — ela sussurrou, possivelmente para que Willian não ouvisse, mas pra mim era pior que Justin estivesse ouvindo. Ele olhou pela janela — E CADÊ O GUILHEME?!
Eu esperava que no inferno. Deus me perdoe.
— Eu preciso mesmo resolver isso agora, só passe o recado, diga que tentarei chegar em casa antes do meu pai. Se não der certo, paciência, mas saibam que estou bem. Do Guilherme eu não sei, quando Justin chegou o deixei por ai mesmo — menti.
Ela suspirou.
— Tá. Mas o que foi que você disse a ele Faith Angel?! O menino não está mais aqui, então você aprontou.
Eu só queria saber como faria com que ela desapegasse dessa praga. Se ele pensasse em encostar em um fio do cabelo de Hanna, seria um homem morto.
— Han, depois a gente conversa, não da pra ficar falando agora. Fala pro Willian me esperar na sua casa, passo aí para irmos juntos, assim meu pai não surta e eu já falo com você — desse modo Willian a protegeria para mim.
— Meu Deus, você não presta — ela resmungou.
— Tchau Hanna, te amo.
Fiz um sinal com a cabeça para Justin, e pela visão periférica ele entendeu, desligando a ligação.
Acelerei um pouco mais, preocupada com o ferimento. Se eu passasse por algum radar acima do limite sem ver, ele teria de dar um jeito por ser tão imprudente. A pergunta me corroeu e saiu antes que eu pudesse contê-la:
— E como conseguiu isso? Teve o azar de pegar um inocente armado? — eu nem ao menos conseguia disfarçar meu repúdio.
— Bom, se você considerar o chefe do tráfico local um inocente, a resposta é sim — rebateu ele.
Por essa eu não esperava.
— Chefe do tráfico? —perguntei confusa.
— Como eu disse, as pessoas contratam e nós fazemos. Inimigos é que não faltava a esse homem.
Concordei incapaz de impedir que o alívio se espalhasse por um corpo. Ele tinha feito um bem para a comunidade, pelos motivos errados, mas tinha. E isso me deu uma ideia esperançosa demais.
— E ele morreu?
Um sorriso de lado se abriu em seu rosto, me dando arrepios, ele não parecia ter noção de que estava ali.
— Eu sou muito bom no que faço. Fui treinado desde pequeno.
Remexi-me no banco, desconfortável com o assunto. Fechei a boca para não prosseguir com a atrocidade. Qual seria o próximo tópico? Contar-me como fazia?
— Posso te fazer uma pergunta? — disse ele, não exatamente disposto a respeitar minha escolha de aceitar ou não.
— Diga — permiti, indagando o que poderia ser.
— Hanna não parece saber o que aconteceu, e se ela é sua melhor amiga e não sabe, suponho que não contou a ninguém...
Concordei com a cabeça, já ciente do que vinha em seguida.
— Por quê?
Batuquei os dedos no volante, inquieta. Além de todas as outras, essa era uma pergunta frequente girando em minha cabeça, e como todas as respostas era a mesma:
— Não sei.

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