Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

terça-feira, 25 de julho de 2017

One Love 9

Devolvi o sorriso como se fosse apenas o cumprimento de duas estranhas que se reencontraram acidentalmente. Não pude deixar de fazer uma análise agora minuciosa do seu rosto. As bochechas eram altas no rosto rechonchudo, levemente avermelhadas, os cílios longos faziam sombras para os olhos grandes de piscina; um batom vermelho sangue pintava seus lábios de Angelina Jolie; como um véu, os cabelos de ouro caíam imperceptivelmente ondulados em seu rosto. Ela exalava sedução e uma ingenuidade perigosa.
Senti certo desconforto na boca do estômago nada relacionado à náusea da ressaca. Estava totalmente nítida a razão pela qual Guilherme guardara tanta mágoa de Justin. Aquela não era uma beleza com a qual eu pudesse competir. Talvez Hanna e Caitlin conseguissem entrar na disputa. Consegui me sentir ameaçada, embora soubesse que não havia como estar num polo alternativo com ela pela atenção de Justin. Não mais.
Um garçom baixou meu prato à minha frente, me tirando do transe. Ryan esperou que ele saísse para falar de novo.
— Nós temos que sair daqui. Ela está olhando?
Remexi a salada no prato, tentando agir naturalmente. Caitlin olhou de esguelha.
— Está — respondeu com aflição — Aliás, ela é muito bonita.
Então não era só eu que me incomodava com a aparência física de Annelise. Ryan a havia descrito como “loira de corpo violão”. Mais sem noção que isso, impossível.
Eu podia esperar que esse encontro fosse mero acaso, uma coincidência não tão grande por supostamente morarmos na mesma cidade, mas alguma coisa no meu ouvido me dizia o contrário. Talvez fosse apenas pessimismo.
Quis investigar. No passado, eu podia fugir de ameaças, mas agora, me jogava na direção delas para provar que não me deixaria ser abatida tão facilmente. No fundo, também tinha outra motivação para querer bisbilhotar Annelise. Queria descobrir o que Justin vira de tão interessante nela e o que o fizera mudar de ideia depois. Por que escolheria alguém como eu tendo conquistado alguém como ela? Além do mais, era estranhamente bom ter contato com mais alguém que o conhecia. Ela podia conhecer alguma parte dele que não cheguei a conhecer.
— Tive uma ideia — contei, inspirada subitamente — Eu vou ao banheiro, se ela me seguir, deixem o restaurante imediatamente. Não se preocupem com a conta — alguém ficaria no vermelho esse mês.
— Por que acha que ela vai te seguir? — Caitlin perguntou cética.
— Intuição. O jeito que ela está me olhando.
— Ela não está atrás de você, Faith. É atrás de mim. Eles descobriram que estou vivo. Eu tô fudido — Ryan agonizou.
— Vocês só estão paranoicos. Ela deve ter vindo apenas almoçar — Cait argumentou, não parecendo totalmente confiante no que dizia.
— Tá. Mas se me ver, acabou pra mim. Isso se já não viu. Eles vão me culpar totalmente pela explosão. George vai comer minhas tripas no café da manhã.
— Concentrem-se! — exigi — Até pensarmos em outra coisa, vou colocar em prática o meu plano. Não temos nada a perder.
Já estava me levando, Ryan agarrou meu tornozelo por baixo da mesa.
— Continua sendo uma ideia ruim. Se estiver certa, você não pode encará-la, Faith.
Chacoalhei meu pé, me livrando da sua mão.
— Atenção — disse a Caitlin, me distanciando dos dois.
Escutei Ryan me chamar entredentes uma última vez, então passei pela porta sem olhar na mesa de Annelise, seguindo a placa com o desenho da bonequinha de vestido para a esquerda. Entrei sem pestanejar, notando que o banheiro de quatro reservatórios estava vazio. Me apoiei na pia de mármore e olhei para o espelho enorme, reparando na minha aparência destruída. Como complemento das olheiras profundas, cara amassada, olhos vermelhos, e roupas que não combinavam; meu cabelo apontava para todas as direções. Não era um bom dia para encontrar Afrodite em pessoa. Minha autoestima já no chão seria enterrada e cuspida por ela.
Liguei a torneira e joguei a água gelada em meu rosto, já impaciente. O quanto eu havia esperado? Trinta segundos? Quem sabe eu era mesmo insignificante para Annelise.
Estava pensando na possibilidade de arrastar uma cadeira e me sentar ao seu lado com algumas perguntas despreocupadas no falso intuito de fazer amigos, quando a porta do banheiro feminino se abriu. Vi pelo reflexo a loura escultural desfilar até a torneira ao lado. Annelise se aproximou do vidro, checando a maquiagem.
— Essa coisa toda é complicada, não? — falou despreocupada, organizando os cílios com as costas do dedo indicador. Não precisei perguntar ao que se referia, podia sentir que ela continuaria falando independentemente de alguma manifestação minha — Maquiagem, roupa, cabelo; é tudo tão complexo. Saber combinar é como montar um quebra cabeça — desabafou, expirando com exaustão.
Ela ajeitou a jaqueta de couro vermelha contrastando com a camisa branca de decote profundo em V e a calça de couro preta; uma bota de cano longo da mesma cor abrigava seus pés. Eu não sabia como ela exercia a profissão em cima daquele salto. Literalmente, estava vestida para matar.
Sem ao menos disfarçar, Annelise me olhou de soslaio, entortando a boca. Tarde demais para me arrepender de não ter me preocupado com a roupa mais cedo.
— Sei que entende meu ponto. Mas, devo confessar, amo montar quebra cabeças — uma pitada de sugestão permeou sua voz.
Dei um sorrisinho de lado, mostrando-me desinteressada na conversa. Eu não queria discutir sobre quebra cabeças, tinha algumas coisas mais interessantes em mente. Annelise podia saber da localização de Jazmyn e Jaxon?
— E você, Faith Evans, gosta de brincar com alguns jogos em particular?
E finalmente, as cartas estavam na mesa.
Dei uma risadinha forçada, a encarando.
— Não gosto de jogos, prefiro ser direta.
Ela aparentou surpresa, mas uma surpresa agradável, devolvendo meu olhar.
— Eu esperava que você ao menos perguntasse de onde te conheço. Não parece muito confusa.
Dei de ombros, indiferente. Minha hostilidade não estava sob controle.
— Você me conhece, então? Sabe por que estou aqui?
Não respondi, cruzando os braços. O óbvio estava confirmado, ela me conhecia, e aparentemente estava atrás de mim. Por hora, Ryan não deveria temer. Minha vozinha covarde jogada no fundo da cabeça me avisava que eu deveria. Se fosse esperta, arranjaria um jeito de deixar o banheiro imediatamente, usando de alguma distração patética, evitando qualquer olhar que a irritasse. Se eu fosse esperta.
— Ok, só eu vou falar. Apesar de que, essa sua atitude já me pareceu uma meia resposta — disse ela, bem-humorada. Resgatando um batom do bolso de trás da calça, se inclinou para retocá-lo em seus lábios, embora eu não conseguisse enxergar algum motivo para fazê-lo — Está gostando de Minneapolis, Faith? — ela me olhou através do espelho, dando uma risada melódica em seguida — Esqueci, nada de perguntas. Só não posso deixar de imaginar por que está aqui.
Esperei que terminasse seu segundo de vaidade, congelada do jeito que estava, temendo que qualquer movimento meu denunciasse meus propósitos. Quando ela se virou totalmente para mim, me arrependi de não ter mudado de posição antes, seus olhos me perfuraram, parecendo enxergar minha alma.
— Bem, ouça uma coisa engraçada. Você morava em Boston, certo? A filial da empresa para qual trabalho de lá explodiu catastroficamente, o que foi bem estranho. Meu chefe tem certeza, aliás, todos nós temos, de que foi provocado por alguém. Cogitamos várias pessoas, temos muitos inimigos. Entrevistamos todos eles, se assim se pode dizer — o sorriso cruel dela me dava o verdadeiro significado de entrevistar, torturar — E nenhum parecia saber de nada. Claro, eles poderiam estar mentindo, mas vislumbramos uma alternativa que não queríamos enxergar antes — ela pausou, deixando o suspense no ar — Pode ter sido alguém de dentro.
Eu queria engolir em seco. Ryan tinha razão, eles haviam descoberto. Ele não estava seguro. Precisava ir para o Havaí agora mesmo, adotar um novo nome, se esconder para sempre. Tinha certeza que Caitlin iria junto com ele, mas eu não podia. Não sem encontrar o que me trouxera aqui para começo de conversa. Comecei a finalmente me arrepender de tê-lo arrastado junto comigo. Ele estava se passando como morto, e eu o trazia para a única cidade em que suas chances de ser descoberto eram altíssimas?
— Parece mesmo uma teoria de conspiração, concordo. Meu chefe me designou para cuidar disso. Você sabe, as vezes nós mulheres conseguimos ser bem mais observadoras que os homens. Mas então, qual seria o motivo para haver uma traição justo em Boston? Uma das filiais que mais gerava lucro para a empresa. O que ocorrera de diferente? Vou te apresentar agora as peças do quebra cabeça que eu tenho. Eu sei que você conheceu Justin Bieber, não posso dizer ao certo até que ponto, mas pelo menos a saliva dele você conhecia — ela riu — Uma coisa que temos em comum. Fala sério, ele era uma anomalia da natureza, uma beleza sobrenatural.
Havia algum motivo para me sentir enciumada? Sendo lógico ou não, quis estourar a cara dela.
— Você sabe qual era o ganha pão dele, Faith? — ela semicerrou os olhos, me estudando — Eu acho que sim. Aliás, compareceu a uma festa de Hall com ele para conversar com George um dia antes da explosão. Justin queria uma promoção, e isso não é nada anormal, sua ambição sempre foi visível. Mas ele não estava disposto a abrir mão de você para ganhá-la, e isso é terrivelmente curioso — eu recuei quando ela deu um passo a frente, a intriga brilhando em sua expressão — Nunca ninguém pode competir com seus interesses. Eu mesma não cheguei a ter um valor tão alto pra ele, surpreenda-se.
Percebi que eu não era a única a me sentir ameaçada ali. Na verdade, ela estava ultrajada, e me arriscava dizer, com inveja. Annelise tinha inveja pelos sentimentos que provoquei em Justin. E que segundo ela, não experimentara. Me senti um pouco mais aliviada, embora soubesse que inveja era um sentimento perigoso.
— E mais outra, Brad, o administrador da filial em Boston, que Deus o tenha, participaria de um almoço com meu chefe no dia da explosão. Ele queria relatar algum problema que estavam tendo. Um problema que não podia ser conversado por telefone, que precisava ser demonstrado pessoalmente. Brad não arriscaria desperdiçar o tempo do chefe, então a coisa era importante. Claro, o encontro nunca chegou a acontecer, mas temos certeza de que o relato teria relação direta com o incidente. Você está vendo como as coisas estão se encaixando?
Levantei a cabeça, escondendo o quanto eu estava nervosa. Sabendo ou não que Ryan estava vivo, era claro que suspeitavam de mim, eu podia ver o caminho que a conversava tomava, uma acusação direta seria jogada na minha cara. Se eu não admitisse por bem, Annelise teria o maior prazer de arrancar uma confissão minha. E sabe-se lá o que fariam comigo depois de descobrir que eu fora a causa da explosão. Estava certo que eu não sabia desses planos, mas Justin fizera aquilo por mim, o que me tornava imediatamente culpada.
—Te apresento mais, a madrasta de Justin foi encontrada por ele depois que um livro de registros da família Bieber foi roubada do cartório. Percebe que as coisas estão girando muito ao redor de Justin? E sabe o que é mais estranho? Ele ter um casinho com você — ela me olhou de cima a baixo, me intimidando — Não se sinta ofendida, querida, mas o seu tipo nunca foi o que ele almejou para uma noite. Na verdade, você, especificamente. A filinha perfeita de Bryan Evans que vai à missa aos domingos, visita orfanatos, não gosta de bebidas alcoólicas e estuda em Harvard. E de repente, ele se interessa por você? — ela bufou — Quer saber o que pensei? Justin tinha um modo certo de se aproximar de suas vítimas femininas, ele as seduzia por pura diversão e depois quebrava mais do que o coraçãozinho delas.
Dei mais um passo para trás quando ela se aproximou, uma reação que não conseguia conter, embora soubesse ser demonstração de fraqueza. Ela não podia saber o quanto me intimidava.
Annelise deitou a cabeça para o lado, numa expressão fajuta de piedade.
— Ele quebrou seu coração, Faith? Sei que havia gente atrás de sua família na época. Ele conseguiu concluir o serviço antes de ter que te eliminar? Acho que não. 
O fim do discurso estava próximo, eu podia ver. Imaginei se com ele vinha meu pescoço quebrado. Não era uma realidade muito distante. Seria muita besteira correr?
— Então chegamos na minha teoria final. Justin foi contratado para colocar um fim na sua vida, mas por algum milagre, se apaixonou por você e não conseguiu. Eu sei, isso é um absurdo, concordo. Mas de qualquer forma, ele não ficou muito contente com a empresa, seu amigo havia sido eliminado, além do fato de descobrir alguns segredos que escondiam dele. Ele queria a promoção para colocar as mãos nessas informações, sua lealdade não estava mais conosco, George pode sentir. Era isso o que Brad queria contar, que ele havia se tornado um risco para nós. E então, a empresa explode, ele morre e você se muda para a cidade onde está a sede? Pensamos muito sobre a possibilidade de ele estar vivo, mas esse olhar perdido que você tem agora, não poderia ser fingido. É evidente que está agonizando, não dá para fingir uma coisa dessas. Você veio pra cá terminar o que ele começou? E por que ele explodiria a empresa? Será que pra sumir com o seu contrato? Ele tomaria esse risco apenas para te ver segura? Tem alguma peça faltando — ela colocou a mão no queixo, a testa franzida de concentração como se estivesse tentando resolver um cálculo de matemática.
Meu coração batia mais forte. Ela estava praticamente com toda a verdade nas mãos. Era o fim da linha pra mim. Me confortava apenas o fato de não ter citado Ryan ao menos uma vez. Se suspeitasse dele, já teria o mencionado a essa altura.
— Felizmente, estamos tentando resgatar o material que as câmeras do dia da explosão gravaram. Não estamos longe, a qualquer momento poderemos ver os últimos acontecimentos. E tenho esperança de que isso vá nos guiar a conectar tudo o que falta — me contou animada — Nós não agimos sem ter certeza. Pode levar o tempo que for, mas trabalhamos com cem por cento de eficiência.
Annelise olhou distraída as unhas grandes pintadas de preto, me esperando digerir tudo o que ela havia dito. O que ela queria? Que eu confessasse de uma vez? Eu estava encurralada, era certo, mas não seria por minha boca que ouviria toda a verdade. Por outro lado, se eu admitisse toda a culpa, eles parariam de investigar, dando tempo para Ryan desaparecer do mapa com Caitlin. Ela podia ter uma parcela de culpa em todo o plano. Eu sabia que agia por fora para Justin, querendo destruir a Companhia que assassinara seu irmão.
“Não ouse” Justin ordenou em minha cabeça, reconhecendo minha tendência a confissão para ser o bode expiatório.
Era tudo o que eu queria, ouvir a voz dele uma última vez antes que partisse dessa para a melhor. Se havia mesmo uma melhor depois dessa.
“Feche essa boca, Faith, temos muito o que fazer ainda”
— Tem um jogo que aprecio mais do que quebra cabeça — ela voltou a falar, me encarando com diversão — E é o que faço para realizar meus trabalhos. Eu gosto de causar pânico em minhas vítimas, de tal modo que as leve a loucura. O desespero deixa um rastro inconfundível enquanto tentam fugir de mim, e nada é mais prazeroso do que essa perseguição. Sente esse cheiro? — ampliou seu sorriso impiedoso, lembrando-me muito de um demônio — É medo.
Um arrepio desceu por minha coluna e eu percebi que era isso que ela queria. Annelise queria que eu me sentisse sem saídas para lhe contar tudo de uma vez. Então eu não faria, tinha orgulho demais para facilitar todo o seu trabalho. Ela queria uma caçada? Eu lhe daria uma inesquecível.
Cruzei os braços, lhe fitando com o nariz empinado.
— Boa sorte.
Eu pareci mais confiante do que me sentia.
Ela piscou um olho, visivelmente mais empolgada com minha determinação.
— Nos vemos por aí.
E então saiu a passos de cobra por onde havia entrado. Antes que pudesse passar pela porta, entretanto, se virou para mim.
— Só mais uma coisa que não faz sentido pra mim. Justin é lendário demais para se deixar morrer em uma explosão, mais ainda se for uma que ele mesmo provocou. Você mesma pode ter engolido essa história. É óbvio que ele não te aguentaria por muito tempo e arrumaria uma forma de fugir de você. Mas se por um acaso o reencontrar, diga a ele que não sou tão fácil de enganar assim. E se quer uma dica amiga, não se deixe relaxar achando que seu contrato simplesmente evaporou. 
Tendo certeza de que ela havia saído, eu relaxei a postura, finalmente respirando livremente. Provavelmente essa era uma das últimas vezes que eu poderia ter essa regalia. Eu não sabia qual era o sentimento que predominava dentro de mim, mas raiva era um forte concorrente. É claro que fazia parte do seu plano de me deixar em pânico plantar a dúvida de que Justin realmente falecera. Ela queria me levar a extrema agonia. Também estaria blefando sobre o meu contrato? Ou voltaram a procurá-los para nos perturbar? Muita coisa para uma cabaça de ressaca assimilar. 

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