Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

One Love 8

Eu havia limpado todo o meu quarto, que estava mais para um banheiro químico naquela manhã. Aproveitei e passei o trabalho para o meu banheiro também. Aquele cheiro nojento estava impregnado em qualquer coisa num raio de dois metros. Tive que trocar o lençol e a fronha do travesseiro por um conjunto preto pego na lavanderia sexta feira. Sem Flê, precisei aprender algumas coisas, mas Caitlin e eu nos recusávamos a lavar e passar roupa. Eu não tinha tantas peças assim para me arriscar a manchá-las ou queimá-las. Tinha certeza que andar por aí com estampa de ferro quente nunca entraria na moda, embora não fosse um assunto que eu acompanhasse.
Meu humor desceu de menos dez para menos cinquenta. Caitlin cravou aquelas palavras em mim e não consegui me livrar delas — ou do cheiro horroroso em meu quarto — para poder dormir novamente. O que ela esperava ganhar dizendo aquelas coisas pra mim? Por um acaso havia algum manual obrigatório de como lidar com a morte? Eu não tinha dúvida de que era covarde, e podia mesmo estar me esquecendo de que eles também estavam sofrendo; não é porque não demonstram estarem caindo aos pedaços que estão inteiros. Possivelmente, também, eu precisava de ajuda profissional. Entretanto, não aceitaria o fato do mundo seguir em frente sem a presença de Justin. Qual era a lógica de haver felicidade numa terra em que ele não existia?
Frustrada, segui para a cozinha. Eu não passaria por aquela ressaca daquela forma. Caitlin e Ryan não estavam em lugar nenhum, e por um lado aquilo era bom, eu não aguentaria mais uma briga sem estapear a cara de alguém. Quando coloquei a mão na geladeira, porém, vi o calendário grande preso por dois imas de morango ali. Nós decidimos que precisávamos de um para guardar datas importantes. Na verdade, Caitlin decidiu e eu concordei. Então notei a data de hoje circulada em verde várias vezes. Em cima do número 15 havia uma nota gritante em letras garrafais “QUEEN’S BIRTHDAY!!!
Paralisei, desacreditando. No próximo segundo, tudo fez sentido. Eu havia prometido para Caitlin acompanhá-la em tudo o que ela quisesse em seu aniversário, e ao que parece, ela quis começar pela igreja. O remorso chacoalhou meus ossos. Eu havia esquecido seu aniversário. Pior, havia feito com que começasse da pior forma possível. No passado, Caitlin sofreu um acidente que quase a matou; por mais louco que pareça, um Jet Ski a atropelou, passando em cima de suas pernas. Desde então, ela me contara que 15 de maio se tornara um dos dias mais esperados do seu calendário. Para completar o combo desastroso, esse era o primeiro que passaria sem Christian.
Bati na minha cabeça como punição, me sentindo uma inútil, a dor da ressaca já estava lá, e não recebeu o acréscimo muito bem. A culpa removeu o monopólio da raiva e frustração que me corroía há cinco meses. Corri para o quarto, abrindo o guarda roupa e pegando qualquer coisa que vi na frente para me vestir. Peguei a bolsa transversal e quase esqueci de trancar o apartamento. Disquei o número em meu caminho para o ponto de ônibus.
— Onde vocês estão? — perguntei assim que a chamada foi atendida.
Ryan suspirou do outro lado da linha.
— Almoçando no Union Bar & Grill.
— Estou indo! — avisei, desligando o telefone.
Chegando no ponto, grunhi. Eu não havia lhe comprado um presente ainda. Planejava comprar depois que voltasse da minha sessão de espionagem no dia anterior, mas toda aquela visita me deixou desnorteada.
O que eu compraria em menos de cinco minutos?
— Oi, Maya — a saudei no telefone, tendo arquitetado um plano.
Não precisei esperar muito para que ela aparecesse com seu carro. Pulei no banco antes que parasse completamente.
— Você está me devendo dois favores — ela anunciou representando o número com os dedos.
— Dois encontros? — sugeri.
Ela sorriu de lado.
— Certo.
Na verdade, eu podia tê-la salvado do tédio. Maya vestia um short desfiado e uma camiseta de mangas caídas, deixando a mostra seus ombros. Hoje George havia lhe dado uma folga.
— Você está com uma cara horrível. Onde foi a bebedeira e por que não me chamou?
Deitei a cabeça no vidro, me lembrando do quanto estava acabada.
— Em casa mesmo, eu estava entediada. Da próxima posso te chamar então? — eu não estava certa de que ela quereria sair comigo para beber depois de supostamente ter me revelado seu trabalho.
— Deve! — respondeu com energia demais — Nunca pensei que diria isso, mas me cansa só sair com homens.
Forcei uma risada, mais preocupada com qual presente eu escolheria para Caitlin. Um que coubesse no meu bolso. Sempre escolhi presentes independentemente do valor, mas agora eu não podia mais me dar a esse luxo, o que reduzia minhas variedades na metade, pelo menos.
— Ok. Você disse que quer comprar um presente pra sua amiga que não gosta de mim, confere?
Já estávamos entrando no estacionamento do shopping, procurando uma vaga.
— Não é bem assim...
Ela abanou a mão, bufando.
— Eu não me preocupo com isso, você sabe. Já escolheu o que vai ser?
No fundo, ela se preocupava sim, por isso era tão carente a ponto de abrir espaço para que eu a usasse de acordo com meus objetivos. Seria cômico se não fosse patético.
— Não, alguma sugestão?
Descemos do carro juntas, andando rápido para as portas de vidro automáticas.
— Ela parece ser bem do tipo vaidosa, por que não compra um salto?
Achei ótima a ideia, por mais que soubesse da grande possibilidade de me beneficiar com isso depois por pegar emprestado. Entrei na primeira loja de sapatos que achei e pedi por um salto alto verde. Era a cor preferida dela, ela poderia arrumar uma maneira de combiná-lo com alguma roupa.
A vendedora pareceu com um Scarpin verde musgo escuro de ponta redonda e salto dourado. No fim, não achei tão feio quanto pensei que acharia. Na verdade, era até bonito. Paguei com uma dor no coração, significava menos bebida para mim.
Maya conseguiu me levar ao restaurante após meia hora de ter ligado para o Ryan. Se eu fosse fazer todo o processo de ônibus levaria umas duas horas. Cogitei a ideia de já terem ido embora, mas resolvi tentar a chance.
— Obrigada Maya — lhe dei um olhar grato, minha primeira emoção a ela não fingida — Te compenso depois — abri a porta e pulei pra fora com a caixa de embrulho vermelho nas mãos.
— Estarei esperando! — respondeu, mas me pareceu estar um pouco desanimada. Talvez ela esperasse que eu a convidasse para o almoço. O que não era possível, muito menos querido.
O restaurante retangular é localizado em uma esquina de Minneapolis, dividindo sua estrutura em três andares. A porta e as janelas são de vidro; eu conseguia ver muitas janelas, com a extensão pegando quase toda a parede, de forma que as pessoas pudessem dar uma espiada na rua caso a conversa de sua companhia estivesse entediante — ou a própria companhia em si. Dali de fora, não consegui encontrar Ryan e Caitlin.
Passei pela porta, embaixo do letreiro de neon branco anunciando “UNION” e parei na entrada, correndo os olhos pelo local para me familiarizar. As mesas quadradas e vermelhas estavam encostadas na parede das janelas, e sofás da mesma cor serviam como assentos; do lado contrário, estava o bar com balcão e bancada amadeirados. A parte do bar tomara conta de todo o primeiro andar, então desci pelo corredor para chegar às escadas e encontrar o restaurante. O piso branco cedia espaço para os degraus revestidos de madeira.
Subi dois lances até chegar ao segundo andar, percebendo um clima diferente. As mesas retangulares nas paredes abrigavam quatro cadeiras estofadas de marrom, já as do centro, dois sofás grandes da mesma cor. Lustres quadrados e simples pendiam no teto à direita; bem no centro eles se assemelhavam à uma lágrima gigante, as mesas da janela não possuíam esse benefício. Correndo os olhos até o fundo, eu via prateleiras com divisórias de uma parede a outra abrigando vinhos. E mais uma vez, eu não encontrara os responsáveis por eu sair do meu conforto. A hostess estava se dirigindo a mim com um sorriso de gloss barato e camisa social preta engomada quando voltei as subir as escadas.
Eu quase me desequilibrei quando alguém esbarrou em mim.
— Perdão! — a voz doce e levemente frágil pediu.
Por conta de sua educação, mordi a língua, contendo o adjetivo nada educado que eu planejava lhe dar; e olhei para a loira dos olhos azuis líquidos com paciência. Levantei apenas uma mão como sinal de “sem mágoas” e ela deu um sorriso gracioso, prosseguindo seu caminho.
No terceiro andar, o teto fazia uma meia lua, englobando a parede, toda a extensão de vidro. As cadeiras eram de fibra sintética palha, e havia alguns vasos espalhados com plantas, dando um ar mais natural ao ambiente. A hostess de cabelo vermelho foi mais rápida que a outra, já parada ali para a recepção, me dando sorriso educado.
— Boa tarde, a senhorita possui reserva?
Reserva? Eu estava mesmo suspeitando pela decoração que os preços não seriam agradáveis.
— No nome de Caitlin Beadles ou Ryan Butler — disse eu, a natureza da fala entre afirmação e dúvida.
Ela conferiu a espécie de agenda marrom em suas mãos e sua expressão se iluminou.
— Claro, me acompanhe.
Por um momento cheguei a pensar que eles não haviam incluído uma terceira pessoa na reserva, e depois me perguntava se deveria mesmo ter vindo. Caitlin me queria aqui? Além do mais, aparentemente os dois estavam começando — ew — um romance. Eu estava ali para fazer papel de vela? Minha presença não estragaria o almoço?
Não cheguei a uma conclusão antes que chegássemos até o extremo do restaurante e a hostess abrisse a porta de vidro, nos conduzindo para a parte de fora, uma área reservada para refeição ao ar livre. Lâmpadas pequenas se estendiam como varal acima de nossa cabeça, e imaginei como ficava bonito aqui a noite. A ruiva apontou para as mesas mais próximas a barra de apoio que nos separava da queda desastrosa para a rua.
Ryan e Caitlin estavam sentados frente a frente numa mesa de quatro lugares, ele falava alguma coisa com a maior empolgação que conseguia, enquanto ela forçava um sorriso e cutucava sua comida. A onda de culpa me sondou de novo.
— Vocês sabem que hoje é aniversário dela? — perguntei para a hostess, falando mais baixo.
— Não! Não sabíamos! — respondeu surpresa, já planejando em sua cabeça uma forma de agradá-la para que voltasse outra vez.
Antes que pudesse sugerir alguma coisa, eu me adiantei.
— Por que não junta o maior número de garçons que puder e me traz pelo menos um pedaço de bolo para cantarmos parabéns?
Ela assentiu, prestativa. Eu voltei para dentro, esperando que tudo se encaminhasse sem deixar com quem me vissem. A hostess voltou em menos de cinco minutos com cinco garçons e um prato com um pedaço de bolo generoso do que parecia ser leite ninho, espetado com uma vela rosa pequena e fina. Ela entregou o prato nas minhas mãos e acendeu a vela com um isqueiro.
— Tudo bem, o nome dela é... Caitlin? — confirmou.
Dei um sinal positivo, e assim nos dirigimos para fora. Eles começaram a bater palmas e cantamos juntos em um tom alto.
— Parabéns pra você nesta data querida! Muitas felicidades, muitos anos de vida!
Era previsível que todos os olhos se concentrassem em nós, e por um momento me arrependi de ter tido aquela ideia ridícula, até que Caitlin e Ryan nos olharam e pude ver surpresa no seu rosto, e não raiva. O que certamente seria o que eu veria se apenas chegasse com minha cara lavada.
Ela deu um sorriso tímido para as pessoas, alguns dos clientes até ajudaram a terminar de cantar. Eu abaixei o bolo na direção de sua boca para que assoprasse a vela e ela me encarou antes de o fazer.
— Obrigada, galera — deu um aceno geral, o rosto todo expressando gratidão.
A hostess me entregou o presente que eu lhe passara para que pudesse segurar o bolo assim que baixei o prato na mesa.
— Assim que se acomodar peço para virem anotar seu pedido — me disse, saindo em seguida para nos dar privacidade.
Gostei de sua performance, eu lhe daria até uma gorjeta generosa em outras condições.
Estendi a caixa vermelha para Caitlin com um sorriso um pouco hesitante.
— Feliz aniversário, Cait.
Ela deixou os olhos no presente enquanto o pegava, inexpressiva, empurrando o prato e colocando em cima da mesa. Me sentei ao lado de Ryan, dando uma olhada nervosa para ele. Seu lábio se repuxou para o lado numa careta de “sim, você fez merda”.
Caitlin segurou um par do salto e o examinou na luz do sol, os olhos críticos. Então me fitou, esperando.
— Gostou? — perguntei com receio.
Ela levantou os ombros, como se não fizesse diferença. Portanto, sim, havia gostado. Não deixei transpassar meu alivio, podia ver que ainda estava ressentida.
— Seus pais vão mesmo vir para o jantar a noite? — puxei assunto, vendo-a guardar de volta na caixa e colocar tudo na cadeira ao seu lado.
— Vão, algumas pessoas me amam ainda.
Os pais de Caitlin eram de Atlanta. Ela e Chris saíram de casa na tentativa de conseguirem construir uma vida eles mesmos, e assim, levar um pouco de orgulho para casa. Caitlin podia ter voltado para casa depois de Chris falecer, mas ela se sentia responsável, afinal, ele era o irmão mais novo; o que a impedia de olhar nos olhos de seus pais sem ter vontade de chorar.
— Se eu não te amasse, não estaria aqui.
Ela revirou os olhos.
— Que roupa é essa, afinal?
Olhei, pela primeira vez, para o que vestia. Uma calça moletom cinza, camiseta laranja florescente e uma sapatilha amarela. Fiz uma careta, imaginando Hanna arrancando os olhos se soubesse que eu usara esse tipo de coisa. Agora eu entendia porque recebera tantos olhares tortos até aqui. Todos estavam muito bem vestidos. Maya poderia ter me avisado.
Acabei concluindo que não importava, eu não voltaria para o apartamento só para trocar de roupa, já estava atrasada. E ninguém ali tinha que pagar minhas contas mesmo.
— Estava com pressa — justifiquei.
Chamei o garçom com a mão e pedi uma salada Union, uma das coisas mais baratas no cardápio à minha frente.
— E então, o que quer fazer à tarde?
Ela voltou a comer toda a mistura em seu prato, eu podia ver ovos, feijão preto, tortilla...
— Não sei, provavelmente limpar toda aquela nojeira do seu quarto. Não quero que meus pais pensem que vivo na rodoviária.
Controlei meus nervos, embora eu também não estivesse de mil amores com ela, era seu aniversário.
— Já limpei — anunciei orgulhosa — Faça novos planos.
— E você vai aceitar sem dar ataque? Não está de ressaca? — questionou cética.
Não cutuque muito, Caitlin.
Forcei um sorriso.
— Estou muito bem — menti.
Ryan olhou entre nós duas e resolveu se manifestar.
— Eu sei o que podíamos fazer. Como seus pais vão chegar lá para as oito, achei que poderíamos ir na Bunker Park Stable. Na verdade — ele pegou alguma coisa dentro do seu bolso da calça jeans, mostrando na mesa uma folha de papel dobrada — É meu presente de aniversário pra você.
Caitlin pegou o papel, os olhos levemente arregalados. Assim que abriu, um sorriso enorme apareceu no seu rosto.
— Ryan! Não acredito! É maravilhoso! Faz muito tempo que não ando a cavalo e só Deus sabe o quanto senti falta! — ela quase cantarolou.
Ryan estava radiante que o presente a agradasse tanto. Eu apertei a mão em punho, segurando o sentimento ruim que ameaçava se espalhar em meu rosto.
— Fiz três reservas. Está marcado para uma e meia — completou, feliz.
Caitlin fez uma dancinha na cadeira com um som empolgado saindo do fundo da sua garganta.
— Eu não sei como te agradecer. Caramba.
Não consegui conter a ameaça o suficiente, e a lembrança poluiu todo o meu cérebro. Justin me levara para cavalgar como uma forma de me compensar por ter desaparecido por dias. Tivemos uma briga na noite anterior, o que resultou em Charles com um olho inchado e a invasão do responsável pelos meus sentimentos mais confusos em meu quarto. Foi onde ele me beijou pela primeira vez.
— Você disse três, não é? E aí, Faith, já está preparando um ataque para recusar? — Caitlin disse, a acidez permeando seu tom, me puxando de volta.
Tentei engolir, meu corpo rígido, o mecanismo de defesa já trabalhando, recusando sentir qualquer tipo de dor.
Eu me lembrava exatamente do bilhete que encontrara em meu quarto depois de voltar de um dia difícil da faculdade, cheia das perguntas dos meus colegas. Eu o lera tantas vezes que não podia não saber até quantas vírgulas ele usara.
"Querida Faith,
Meu saldo se encontra negativo com sua pessoa, portanto convido-lhe para uma tarde de fuga comigo. Os trajes para nosso passeio devem te dar uma pista. Se aceita, vista-se e me encontre bem em frente à sua casa às 13:00. Prometo compensar minha falha,
Jb."
Eu ficara tão nervosa com o convite que quase entrei em colapso.
— Faith? Está tudo bem? — Ryan tocou meu braço, os olhos atentos em meu rosto.
Eu respirei, pensando que a âncora que puxava minhas tripas para baixo me impediria de realizar o trabalho.
— Claro... Eu só.... É a ressaca — me desculpei. O estranho era que não ouvia minha própria voz — Não vou surtar, eu vou com vocês.
Eu não havia lhes contado o que aquilo significava para mim, e não planejava fazê-lo. Muito menos planejava subir em um cavalo. Eu podia ir junto e arranjar alguma desculpa para não os acompanhar na montaria. Assim Caitlin não ficaria tão decepcionada de imediato.
Ela não esboçou uma expressão exatamente alegre, mas eu sabia que estava.
Repentinamente, Ryan se jogou no chão.
— O que...? — Caitlin começou a perguntar, vendo-o se enfiar embaixo da mesa.
— Caralho, não olhem pra mim! — exigiu.
Caitlin e eu trocamos um olhar confuso.
— Do que está se escondendo? — ela questionou, e olhamos em volta.
Esperei ver George ou Kathy, mas não os encontrei.
— Estão vendo a mulher loira de corpo violão escolhendo uma mesa? Lá dentro?
Olhei através da porta de vidro, procurando.
— Disfarcem, porra!
Ele estava visivelmente aflito. Meu primeiro pensamento foi que encontraria um homem bomba. Caitlin desceu o olhar para seu prato.
— Ela trabalha na Companhia. E pior, me conhece.
Meus olhos encontraram os pares de olhos grandes e azuis ao mesmo tempo em que eles me encontraram. Com um resgate impressionante, reconheci a mulher que havia trombado comigo na escada. Ela estava se sentando em uma cadeira próxima à porta, seu lugar lhe dava visão privilegiada de nós três.  
— É a vaca da Annelise.
Eu reconhecia o nome de algum lugar. 
Meu cérebro me impressionou, trabalhando veloz. O nome saíra da boca de Guilherme ano passado, e ao que parece, era o motivo de toda a intriga entre ele e Justin; ou seja, praticamente a razão por eu quase morrer e Justin não conseguir nos tirar da Companhia em segurança. Annelise escolhera Justin ao invés de Guilherme, os dois riam juntos das elites, dos Evans. Ela provavelmente me conhecia, e naquele momento, direcionava um sorriso angelical para mim.

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