Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

One Love 6

As paredes se revestiam de um tom claro de amarelo, e até onde eu podia ver, o piso exibia mármore. Logo de cara, fui recebida por 13 quadros de moldura dourada distribuídos em um esquema hierárquico pela parede da entrada. Um deles se posicionava acima do restante, uma pintura muito bem-feita de George. Eu sabia que o restante das pessoas eram parte de sua família, embora não pudesse especificar a relação parental, exceto por reconhecer a fisionomia de Jeremy Bieber da fotografia que eu vira ano passado e de seu honrado filho, o mais bonito de todos os que ali estavam. Sua postura se compunha presidencialmente naquele terno cinzento, como a dos restantes, mas havia mais vida nele. Seus olhos castanho claros derreteriam qualquer geleira imaginável, confiantes e astutos. Ultrapassando a fachada de poder, a essência de sua expressão facial atraia para algum tipo de mistério. Cheguei à conclusão de que o pintor ou pintora do quadro estivesse apaixonado (a) por ele. Ou toda aquela exaltação ilusória vinha dos olhos de quem via.
Escutei Maya rir baixo com sarcasmo.
— Justin Bieber — me contou, seguindo meus olhos. Ela devia achar que eu possuía retardo mental e não conseguia ler o letreiro de ouro transcrevendo o nome de cada um deles acima dos quadros — Uma lenda. Você tinha que ficar perto dele para ver, o cara tinha poder de nos deixar sem palavras. Absurdamente fascinante. Infelizmente não poderei te apresentar, faleceu ano passado em uma explosão juntamente com mais quatro desses.
Eu ainda não havia pensado nessa parte. Justin não só cometera suicídio, como levara parte de sua família com ele. Além de Brad, me questionei quem mais havia sido vítima do plano idiota. Mais tios? Primos? Tentei correr os olhos pelas pinturas para tentar adivinhar. E eu sabia, esse era o mais perto que eu teria de conhecer sua família inteira. Justin nunca havia entrado em detalhes sobre seu berço, apenas referências vagas de pura rigidez e ausência de amor. Não tive pressa para que dissesse também, esperava que tivéssemos todo o tempo do mundo para conhecermos cada mísera parte um da vida do outro. Queria que nos entrelaçássemos de tal forma que fosse impossível separar depois. Mesmo tendo muito menos tempo do que eu idealizava, o objetivo fora alcançado. Eu estava quebrada para sempre.
No fim, não consegui desviar meus olhos dele. A pintura era tão real que eu quase podia vê-lo saindo da moldura e me apresentando seu sorriso pretensioso, como se soubesse exatamente o tipo de reação que me dava por causa dele. Aquele que nunca saia do seu rosto e me irritara desde quando coloquei meus olhos nele. Mais tarde descobri que me tirava do sério porque eu sabia de sua capacidade potencial de mexer comigo. Desde que me entendo por gente tenho uma obsessão em ter controle sobre as coisas. E ali estava uma coisa que eu não poderia controlar, meus sentimentos por Justin.
Desviei o rosto da realeza de Minnesota, sentindo a dor aguda enrijecer meus órgãos a ponto de me tirar o ar.
— Vamos seguir — Maya apontou para o corredor a direita, me conduzindo e fazendo um aceno de cabeça para os dois guardiões nas pontas dos quadros.
Eu ainda não decidira se classificava como cômico ou doentio reservar dois seguranças para proteger pinturas. Por outro lado, pelo modo que me olhavam, o adjetivo “louca” ocupava o topo em minha descrição.
— Como hoje é sábado, não tem muita gente aqui, então não vamos ter tantos problemas assim — ela segredou, parecia querer convencer a si mesma daquele fato.
O toc toc dos seus saltos reverberavam pelo espaço mais parecido com um labirinto sem fim, os caminhos se igualavam demais para que eu não me perdesse es estivesse sozinha. Fiz o melhor que pude para diferenciá-los, tentando gravar detalhes importantes. Viramos a esquerda depois de passar por um cacto e adentramos a porta dupla. A decoração toda se baseava em ouro e eu não duvidava de que fosse legítimo.
As paredes se abriram em uma grande estrutura oval, deixando a vista cinco caminhos diferentes a ser tomados. No fim de cada um estava uma porta vigiada por um segurança. Eu podia ouvir alguns sons que não consegui distinguir. Gemidos humanos?
— Aqui é o centro de aperfeiçoamento. Temos a sala de armas, de luta corporal, de estratégia e pesquisa.
— Pesquisa? — Me interessei. Uma rápida busca capaz de me fazer descobrir onde os herdeiros de Jeremy estavam?
Ela prosseguiu até atravessarmos a porta paralela de aparência semelhante a que nos levara ali. A segui de mal gosto, preferindo ter ficado para abrir cada uma das portas e descobrir o que havia atrás por meus próprios olhos.
— Claro. Esse trabalho exige que saibam algumas informações. Eles não podem chegar às cegas.
Como a que Justin usara para chegar à minha exposição.
— O refeitório — explicou, passando entre as mesas quadradas de madeirada forradas com uma toalha branca floreada de ouro. Para mim, "refeitório" desvalorizava o espaço que estava mais para um restaurante 5 estrelas — Lá fica a cozinha — apontou para a porta grande e branca a esquerda.
Superada esta parte, subimos uma escada em espiral até chegar no segundo andar. Mesmo sem sair do lance de escada, me disse:
— Aqui temos alguns quartos, salas de jogos, relaxamento, biblioteca e etc.
Chegamos ao terceiro andar, e no topo da escada haviam dois seguranças. Eles concentraram todo o olhar em mim, colocando a mão na minha frente.
— Ela está comigo — Maya interferiu.
O de cabelo ondulado negou uma vez.
— O sistema não apontou nenhuma autorização.
Eu estava, no mínimo, tensa vendo suas mãos pousando em cima da arma pendurada na cintura. Maya entortou a boca.
— Droga, esquecia de enviar. Uma exceção, Chris? — pediu, piscando demoradamente com os cílios longos.
O tal Chris esteve prestes a vacilar.
— Regras são feitas para serem respeitadas — o loiro falou num tom solene.
Maya expirou, me olhando com atenção.
— Me espere aqui, já volto.
Para tanta cerimônia, estava claro que aquele andar era importante. Supus ser onde se encontrava a sala de George. Talvez a dos arquivos também. Eu me atentara ao fato de Maya não ter mencionado salas de tortura, o que com certeza tinha em dobro do que em Boston. Provavelmente, sua localização se limitava ao subsolo, como a que eu estivera uma vez. Não que eu desejasse conhecer. Esperava ficar bem longe, na verdade. Ao contrario da ala infantil. Em que andar estaria? Eu não havia escutado barulho de crianças. De fato, toda a casa, se é que eu podia chamar assim, parecia quieta demais para mim. Se eu fosse chutar, miraria no segundo andar, aparentemente o mais neutro, por hora.
Cogitei a ideia de procurar sozinha quando as costas de Maya sumiram da minha vista, mas aqueles homens não tiravam os olhos de mim, me intimidando. Eles também haviam ouvido sua instrução para que eu permanecesse aqui, o que parecera mais uma ordem do que pedido. Me abracei e procurei ignorar seus olhares, descendo minha visão pela escada. Se eu arrumasse uma desculpa, poderia explorar. O problema seria se eu me perdesse, ou encontrasse pessoas indesejáveis.
De qualquer forma, aquela era uma oportunidade única.
— Avisem Maya que fui ao banheiro — soltei de uma vez antes que pudesse mudar de ideia, já descendo pelos degraus.
Não olhei pra trás e também não ouvi protestos, o que defini ser muito estranho.
Descendo o lance de escadas até o segundo andar, praticamente entendi a ausência de objeção. A cada metro estava um segurança e todos eles depositaram a atenção em mim assim que apareci em seu campo de visão. Qualquer movimento brusco que eu desse resultaria em um tiro na minha cabeça. Endireitei minha postura, fingindo saber exatamente o que estava fazendo. Seria melhor se eu estivesse vestida de acordo com o ambiente que pisava. Meu moletom me deixava visivelmente desajustada. Eu não havia pensado nessa parte, apenas em como deveria estar confortável para uma perseguição.
“Volte” Justin reapareceu, tenso.
A experiencia foi diferente dessa vez. Ele havia me dito ter crescido ali. Provavelmente passara por aquele mesmo lugar onde eu me plantava umas quinhentas vezes. Quem sabe não tinha um quarto ali no segundo andar? Então sua presença estava de longe mais forte. Isso me serviu como incentivo para seguir em frente. Quando mais eu adentrasse sua antiga casa, mais comigo ele estaria.
Ajeitei a blusa e andei pelo corredor a passos firmes, aguçando os ouvidos para captar alguma voz de criança. Os olhares desconfiados me acompanhavam.
“Você está se lambuzando de suspeita, Faith, pare com isso!”.
Eu já estava no fim do corredor, me voltando para a bifurcação à esquerda quando conclui que aquilo não levaria a nada. Andar como uma barata tonta de um lado para o outro era uma péssima estratégia. Então resolvi inovar, estendendo a mão para o trinco de uma porta.
"Péssima ideia!"
Antes que eu chegasse a encostar, levei um tapa nos dedos. O peito de galo que estava a quatro pessoas de distâncias, de repente se plantava na minha frente. Eles tinham velocidade inumana também?
— O que foi? — Me fiz de desentendida, expressando confusão por ter recebido punição aparentemente injustificada.
— Você não pode entrar aí — respondeu impaciente.
Hora de formular uma desculpa, Faith, e convincente.
— Preciso chegar à ala infantil — não era uma desculpa. Só que podia ser bem útil se ele já me informasse o único lugar do meu interesse nessa empresa morte. Estando eu reprimindo meu desejo de perguntar por aí se Justin chegou a possuir um quarto aqui e qual era.
Sua testa se enrugou de estranheza.
— Não temos mais uma ala infantil já há alguns anos.
Na nossa existência, em alguns momentos, depositamos toda nossa esperança em algumas certezas que construímos, e é desorientador quando te mostram o contrário. Eu me encontrava exatamente dessa forma agora, com as pernas quebradas. Precisei de bons segundos para reconstruir minha expressão, e não o fiz antes que ele indagasse:
— Por que está perguntando sobre isso? Quem é você e o que faz aqui?
Essa era uma boa pergunta como tema de um livro de autoajuda. Eu necessitava de um, pelo menos.
Abri a boca algumas vezes para responder, aguardando minhas inspirações de última hora.
“Vamos, Justin, que tal me dar uma ajudinha? ”
— Bom... Eu precisava me reunir com.... — me lembrei de um dos nomes da entrada — Bonnie Bieber. Da última vez que vim aqui era onde ela gostava de estar.
Eu senti que cada palavra minha saia carregada de uma coletânea de avisos “é mentira, é mentira”. E por ter dado detalhes demais em uma história sem pé nem cabeça, corria altos riscos de ser capturada por xeretar onde não era chamada com motivações duvidosas.
E se Bonnie já estivesse morta? E se não trabalhasse mais aqui? E se tinha aversão por crianças e nunca frequentaria a ala infantil?
— Bonnie foi transferida para Los Angeles — respondeu, não tendo certeza se deveria fazê-lo. A desconfiança estava nítida em seus olhos.
— Ah!
— Quem te marcou essa reunião?
"Caralho, Faith"
Eu estava preparando minha própria guilhotina. Cabeça de vento.
— Eu...
— Aí está você! — O alívio me consumiu quando ouvi Maya, só para ficar um pouco mais tensa com a possibilidade do segurança me entregar. Minha axila estava coçando — Vem, eu te mostro o caminho. Ela está comigo — explicou para ele, dando um sorrisinho e puxando meu braço para longe.
Esperei para ficar aliviada até que virássemos o corredor.
— O que você estava fazendo, louca?! Eu te disse para não sair de perto de mim. Você estaria me encrencando junto! — Me repreendeu, agitada, sussurrando.
— Eu só não queria ficar na mira daqueles dois caras. Eles me davam arrepios.
Ela balançou a cabeça.
— George colocou os mais brutos para proteger aquele andar, eu deveria ter previsto que não te deixariam passar. Só pessoas autorizadas podem entrar ali.
Minha cabeça ainda procurava um novo plano para meus objetivos. Ok, então não havia mais ala infantil. Mas Jaxon e Jazmyn ainda poderiam estar ali? Pensei em convencer Maya de me levar na sala de pesquisa. Não tardiamente, um neurônio funcionou para me avisar de que provavelmente não seria muito útil. Aquela era uma informação confidencial, tanto que Justin apenas descobrira mais sobre eles nos arquivos roubados por Ryan. A sala de pesquisa era acessível a todos que por ali andassem, sendo assim...
— E o que há naquele andar para tanto segredo? — Perguntei, procurando não deixar minha voz mais interessada do que uma curiosidade mórbida.
— A sala de George, para começo de conversa. Seu quarto também. Só que ele não dorme aqui sempre, também possui outras casas.
— E o que mais? — Incentivei.
Descemos novamente ao primeiro andar.
— Hm, coisas que devem ser protegidas.
Como um segredo. Como dois irmãos. Agora restava saber se referente aos dois em corpo ou só uma dica de sua localização. Haveriam sido transferidos para outra filial? Eu mal acreditava que retornara à estaca zero. Precisava arranjar uma forma de entrar no terceiro andar.
Maya abriu as portas do refeitório, como ela chamava, me puxando para sentar em uma das mesas no canto.
— Agora é a hora do almoço, vou te proporcionar essa visão do paraíso como prometido, e depois vazamos daqui, certo?
NÃO! Eu tinha vários nadas a meu favor naquele momento, não podia ir embora. Quando voltaria? E como? Dada a análise feita, eu nunca poderia invadir a Companhia a menos que fosse a Mulher Maravilha, não podia sair daqui sem nada.
— Estou curiosa quanto a uma coisa.
Maya ficou com quatro pés atrás.
— Diga.
— Como essas pessoas se tornaram assassinas? Tem uma idade mínima para isso?
— Está pensando em se tornar uma? — Perguntou intrigada.
Eu dei uma risadinha.
— Nossa, não. Só estou perguntando mesmo.
Ela deu de ombros, espiando a nossa volta para dizer.
— É um negócio de família, então praticamente desde que nascem eles o são. Alguns são contratados depois. Coisa assim.
Desenhei com o dedo na toalha distraidamente pra ela ver que não era grande coisa.
— Então eles mantem crianças aqui?
— Não mais. Eles são inseridos no negócio com certa idade.
Então as coisas haviam mudado? E nem Justin tinha essa informação? Por que? E quando? E se Jeremy e Erin estavam mortos, com quem estavam seus filhos? Em uma das casas de George? Era fato, eu precisava bisbilhotar a sala de George.
— E aí vem eles — Maya falou empolgada e eu levantei a cabeça, vendo as portas se abrirem para algumas pessoas entrarem.
Saber que todos eles eram assassinos me deu um nó no estômago. Eu sei que também deveria estar com medo, mas tudo o que senti foi nojo. Maya também teria sangue inocente em suas mãos?
Para pessoas sem coração, seus semblantes estavam tranquilos demais. Eles se empurravam e riam, não sentindo nem um pouco de culpa por dar fim a sonhos inteiros. Então Maya teria que me perdoar, não consegui encontrar nenhuma beleza entre aqueles rostos diabólicos. Embora eu tivesse me apaixonado por um deles e virado amiga de outro, essa exceção não se abriria para mais ninguém. De fato, pareciam bem confortáveis com a situação que se encontravam. Só que seu estilo de vida não era totalmente o único motivo por eu detestar todos eles. Eu os desprezava porque estavam vivos, e Justin não.

Minha cabeça já estava latejando, concentrando todo o sangue que se acumulava nele devido a minha posição. Deitada na minha cama e com o pescoço apoiado no final dela, minha cabeça pendia para o chão. O latejar podia muito bem também ser do tanto que eu me esforçava mentalmente arquitetando planos para conseguir entrar na sala de George. Examinei novamente o que eu tinha em mãos.
A Companhia não possuía mais uma ala infantil.
Ninguém entrava no terceiro andar sem ter autorização.
Maya podia enviar uma autorização.
Eu precisava me encontrar outra vez com ela e convencê-la a me enfiar lá dentro. Mas era apostar muito alto que fizesse isso. Quer dizer, por que o faria? Ela já me apresentara o que eu aparentemente queria, conhecer a Companhia e alguns homens bonitos e perigosos. Certo que eu não falei com nenhum deles. Só que ela garantiu marcar um encontro para mim com algum se eu adiantasse seu lance com Rafael. Refleti muitas vezes se seria mesmo necessário um encontro com um daqueles ratos. Era a última coisa que eu quereria na vida. Embora, se seduzisse algum deles, poderia ganhar informação mais fácil. Ou não.
Caitlin abriu a porta do quarto repentinamente.
— Você tem visita — me disse com um sorriso meio animado demais.
Imediatamente pensei em Wren, então apenas me dirigi a sala vestida como estava, um mini short super confortável para dormir e uma regata. O calor começava a espreitar Minneapolis, e eu precisava me manter o mais perto possível do estado sóbrio que pudesse para pensar no que faria agora, então não sairia do apartamento naquela noite.
Quase me engasguei com a saliva quando vi Rafael parado no meio da sala batendo um papel retângulo na palma da mão. Ele deu um sorriso de lado assim que apareci, e só naquele instante reparei na covinha perfurando o meio da sua bochecha.
— Boa noite, Faith — seus olhos se mantiveram nos meus, uma concentração exagerada que denunciava sua necessidade de me provar não estar olhando meu corpo.
Cruzei os braços, tentando me lembrar quando foi que passei meu endereço a ele.
— Oi, Rafael. O que faz aqui?
Seu sorriso quase sumiu do rosto de nervosismo, mas continuou ali, mantido a força e meio amarelado.
— É sábado à noite. Eu estava entediado. Então pensei, por que não? — Ele deu uma risadinha — Quer dar uma volta comigo?
Tudo bem, mais um fato para me deixar em dúvida se Rafael desejava apenas minha amizade.
Não tive tempo para pensar em responder, ele já acrescentou:
— Eu ganhei dois ingressos para o observatório aqui perto, e sei lá, você me pareceu alguém legal para levar. Tem cara de que gosta de estrelas.
Então eram dois papeis retângulos em sua mão. Para o observatório. Ver as estrelas.
— Certo. Hm... Acho que você poderia chamar alguma outra pessoa. Eu não.... Na verdade, conheço alguém que gostaria de ir com você.
Observei sua expressão se desmontar, e ele respondeu um pouco sem ânimo.
— Ah é? Quem?
Desbloqueei o celular na minha mão, apressada para ligar para Maya.
— Minha amiga, ela te viu na exposição e...
— Então, Faith, acho que é melhor não. Eu não sei lidar muito bem com pessoas desconhecidas — ele riu — Mas tudo bem, eu vou ver se consigo alguém para ir comigo. Eu que corri o risco de vir aqui sem mais nem menos.
Droga. Agradar a Maya era meio que minha prioridade agora.
— Não, imagina.
— Você fica me devendo essa — brincou — Se cuida — piscou.
— Obrigada pelo convite, de qualquer forma — me lembrei de agradecer antes que ele evaporasse pela porta, recebendo seu sorriso sem mágoas.
Fechei a porta assim que ele saiu, e de repente Caitlin apareceu na sala, como se estivesse presente o tempo todo no corredor ouvindo a conversa, o que eu não duvidava.
— Não era o cara da festa de inauguração na galeria?? — Questionou estupefata. Assenti uma vez com a cabeça e o queixo dela caiu — Como você teve coragem de dispensar um homem desses?!
— Você podia ter se oferecido pra ir com ele quando recusei — murmurei, dando de ombros, a caminho de volta pro quarto.
— Você acabou de cometer um pecado grave, Faith Evans. Até sua amiga doidinha concordaria comigo.
Dei um sorriso duro em sua direção.
— Pelo que eu me lembre, não é sua tarefa tomar conta dos pecados alheios.
Ela fez uma careta.
— Grosseria desnecessária, Faith.
— Você está sendo desnecessária, Caitlin.
Fechei a porta do quarto e me joguei na cama outra vez. Me sentindo irritada, com direito. O que ela queria? Que eu fosse num encontro de braços abertos para outro cara? Primeiro, nem sabíamos se aquilo seria mesmo um encontro. Segundo, eu não tinha a capacidade de superação quase imediata que ela tinha. Terceiro, não haveria outro homem na minha vida além de Justin. 

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