Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

quinta-feira, 2 de março de 2017

One Life 44

O salão estava recheado de toda a perversidade costumeira, os olhos dos homens corriam em busca de decotes para descansar, em especial os já acompanhados, intercalando o movimento entre um passo de dança ou uma jogada nas mesas de sinuca e poker espalhadas no andar de cima, onde os sagazes arrancavam dinheiro dos ingênuos. A fumaça vinda dos charutos acesos quase se densificava no teto, e pela expressão fixa no rosto de Faith, tinha o conhecimento de que preferia se limitar a pista de dança que levava os casais a se embalarem na melodia clássica, preferindo evitar as chaminés humanas. Se eu bem conhecia George, era exatamente naquele meio que estava, através da escada colossal coberta por um tapete vermelho felpudo.
— Sei que consegue sobreviver a isso — sussurrei em seu ouvido, motivando para que esquecesse a repulsa  — Você anda passando por coisas bem piores.
Ela concordou sem se desfazer da careta.
— Tudo bem, que tal nos enturmarmos para procurar George de maneira sutil? Não queremos arrumar problemas com seguranças.
Seus olhos julgadores voaram para o meu rosto.
— Um assassino tem seguranças?
Parei de caminhar quando chegamos em um vácuo entre os dançarinos, tomando sua mão direita.
— Ele não é apenas um assassino; administra uma empresa influente.
— De assassinos — acrescentou, deslegitimando meu argumento.
Me conduzi à sua frente, trazendo minha mão para o seu quadril.
— Deve compreender, portanto, como fica mais fácil de fazer inimigos.
— Com razão — rebateu, enfurecida.
Eu entendia o quanto se revoltava com o descaso à vida. Entretanto, aquele homem que desprezava era o meio mais eficaz de salvar a sua. Encarei o fundo de seus olhos, suplicante:
— Sei que desaprova o sistema. Mas pode, por favor, tentar não demonstrar isso quando tivermos a oportunidade de falar com ele? Precisamos bajulá-lo, não deixa-lo irritado.
Após suspirar, um sorriso angelical aparentemente sem esforço se espalhou por seu rosto. Mordi o lábio para não rir.
— É uma vida de prática, sei muito bem como encobrir minhas emoções — explicou ainda no papel. Assim poderia até me enganar sobre detestar falar comigo.
— Claro que sabe. Conseguiria então suportar uma dança comigo? Digo, simular que suporta — sugeri, me curvando em sua direção.
Sua postura assumiu, no mesmo instante, uma expressa negação, mas os olhos não estavam certos sobre a decisão, avaliando a intenção nos meus, que no momento, era pura. Eu não planejava esfaqueá-la pelas costas, por exemplo.  Ela aparentava saber disso. Não podia dizer o mesmo do sentido figurado.
— Por que estou me sentindo nostálgico? É a segunda vez que te tiro para dançar e sua reação não mudou. Sabia que desestimula minha confiança?
A lembrança do primeiro dia em que nos conhecemos enevoou sua fisionomia, e de repente, estava agressiva.
— Suas manipulações continuam intactas também — me provocou, embora colocasse uma mão em meu ombro, se prontificando.
A puxei para perto, encarando seu rosto a centímetros do meu.
— Igualmente o faz seu encanto.
Ela expirou, desviando o rosto para qualquer outro lugar enquanto arriscávamos os primeiros passos sincronizados.
— Para de ser falso. Odeio que faça isso — resmungou.
— Isso o que?
Eu estava certo de que acabara de receber uma ofensa mental.
— Não se faça de cínico — me acusou — Estou falando dessa sua estratégia ridícula de tentar me amolecer com elogios quando estou brava. Palavras não vão apagar o que você fez, então para de tentar me fazer te perdoar.
Ocupei minha visão com os rostos a minha volta, procurando George e me afastando de seu ressentimento.
—  Não estou tentando fazer com que me perdoe, sei que não mereço isso. Não mereço você. São fatos inquestionáveis. Mas se quer saber de uma coisa... — fitei seus olhos castanhos atentos a mim para que absorvesse minha sinceridade — Eu não faria nada diferente.
O choque que atravessou seu rosto era sem dúvida de decepção. Me adiantei para que expulsasse o sentimento. Eu não aguentava mais decepcioná-la.
—  Assumir esse negócio foi o que me fez te conhecer. E essa é a melhor coisa que já me aconteceu. Se outra pessoa estivesse em meu lugar... Você não estaria aqui para que eu tivesse essa oportunidade. Acredita em destino, Faith?
Segurei sua mão acima da cabeça e a girei lentamente.
— Acredito em Deus — foi seu ponto final.
A partir daquele momento, tomou estrito cuidado para não esbarrar os olhos em mim. Eu não sabia se estava refletindo sobre o que eu dissera ou simplesmente não suportava mais ficar perto de mim. Se fosse a última opção, era perspicácia sua.
A admirei mais uma vez junto de mim. Embora não significasse o mesmo de semanas atrás, eu podia me permitir desfrutar da ilusão por alguns instantes.
Seus lábios se projetavam em um bico obstinado, mas de qualquer forma era um encaixe perfeito para os meus. Seu corpo correspondia ao meu involuntariamente, causando uma palpitação em meu bombeador de sangue. Éramos fisicamente compatíveis. Firmei a mão em sua cintura, me certificando de que não havia nenhum espaço entre nós — desejando que fosse o suficiente para o restante da vida —, e cheguei a uma conclusão. Faith existia para ser meu ponto de fraqueza. Olhar pra ela doía.
Doía porque eu sabia ser tão errado quanto certo. Doía porque sabia que não me pertencia. Doía porque eu sabia que o patife do Wren a faria mais feliz. Eu podia vê-lo segurando sua mão e a levando em passeios tranquilos pelas praias que ela amava. Assistiriam o pôr do sol juntos e ririam de tempos passados quando Faith sofrera por um assassino traidor, correndo por sua vida. Ele não a decepcionaria com seu trabalho medíocre de escritório, e se encontrariam para o horário de almoço, momento em que ela contaria sua manhã agitada no hospital e o quanto era importante salvar vidas. Frequentariam missas aos domingos e se dedicariam a uma ONG que criariam para resgatar moradores de rua aos sábados. Todo final do dia se rejubilariam por serem tão harmônicos. Teriam alguns filhos, todos com o gênio da Faith — uma personalidade tão forte assim seria predominante. E como uma boa pessoa, eu deveria ficar feliz por ela, por finalmente ter encontrado a felicidade que merecia.
Mas esse era o ponto. Nunca fui uma boa pessoa. Era egoísta. E essa alternativa não me atraía. Não suportaria vê-la com outro, do mesmo modo que não admitia sua infelicidade.
— Eu mudaria por você — falei em voz alta, encontrando o meio termo para o problema.
A perplexidade tomou conta do seu rosto e ela abraçou uma angústia repentina.
— Não diz isso.
— Eu seria o que você quisesse e precisasse, Faith — admiti, procurando por seus olhos.
As pálpebras se fecharam, sua expressão abalada.
— Você não pode fazer isso aqui. Estamos no meio de uma missão. Não pode me dizer essas coisas.
Soltei sua mão, levando a minha para sua bochecha, acariciando sua pele de porcelana. Naquele instante parecia extremamente quebradiça.
— Eu sinto muito por tudo isso. Me deixa cuidar de você — pedi num sussurro, experimentando aproximar meu rosto.
Aparentando sentir minha aproximação, ela abriu os olhos. Perdida em si mesma para ter alguma reação parou até mesmo de dançar. Meu estimulo era de beijá-la, mas sua boca se apertava numa linha firme de rejeição, e eu não me aproveitaria de sua debilitação emocional.
— Eu não acredito no que meus olhos estão vendo! — exclamou alguém perto nós — Quanto poder tem essa união? Uma Evans e um Bieber?!
Hendrix se aproximava com um sorriso empolgado no rosto, seus dentes brilhavam mais do que a cabeça.
— Eu tenho acompanhado as notícias, mas ver pessoalmente é uma coisa intimidadora.
Mantive a mão esquerda na cintura de Faith e estendi a direita para um cumprimento educado.
— Hendrix, é uma honra estar aqui novamente.
Ele apertou minha mão com um muxoxo, seguindo para cumprimentar Faith.
— A honra é minha. Quando ouvi que havia mais um Bieber em minhas dependências pensei que o velho Jeremy havia ressuscitado.
Graças às divindades que não.
— Ele nunca escondeu o quanto apreciava suas festas — concordei — Pensei ser uma boa oportunidade para apresentar Faith ao George — me expliquei.
— Claro — ele tentou disfarçar o quanto achava a ideia péssima, mas a sobrancelha arqueada e trêmula o entregou — Ele está lá em cima faturando em cima de alguns idiotas.
Nós rimos. Faith não.
— Enfim, fiquem a vontade. Fico feliz por ver vocês juntos, escutei boatos de que as coisas estavam indo mal.
Revirei os olhos exageradamente. Não era o ideal abrir nossas desavenças.
— Estamos bem — olhei para Faith com um sorriso que deveria ser apaixonado — não foi preciso muito esforço. Ela encarava o chão como se estivesse constrangida.
Hall nos deixou satisfeito. Bryan não aparecia em suas festas, então minha relação com um Evans poderia lhe trazer a esperança desse benefício.
— Podemos subir ou quer comer alguma coisa primeiro? — perguntei após pigarrear. O clima estava desconfortável.
Ainda que Hendrix estivesse longe, Faith não levantou a cabeça.
— Podemos subir. Aquele cheiro provavelmente vai me fazer vomitar, então é bom estar de estômago vazio.
Meu próprio estômago estava agitado. Comer estava fora de questão.
— Só para recordar: não fique encarando, e deixe a expressão leve.
Ela concordou, e insatisfeito, a conduzi pela escada. Estava difícil me concentrar em achar o gângster com todos aqueles olhares sobre o corpo da mulher em volta do meu braço. Esses caras sempre precisam de um pequeno incentivo para lembrar de algumas regras, ao passo que as carnes novas teriam que aprender. Era prazerosa a oportunidade de ser o professor.
— Algum problema, amigo? — perguntei com o sorriso nocivo ao moreno de cabelo crespo que despia Faith com os olhos. 
Ele voltou seus olhos desprezíveis para mim, muito corajoso para alguém que perdia no poker para o rapaz de roupas de segunda mão. Meu olhar, entretanto, o fez recuar e levantar uma mão de desculpas.
— Não cara, tudo bem por aqui.
A mesa parou o jogo, percebendo a tensão. O engravatado à sua esquerda levou a mão a testa, desviando a cabeça, procurando não ser notado. Se o lixo ambulante conversasse com seus colegas de poker saberia não ser uma boa experiência me testar.
— Então sugiro que mantenha seus olhos em outro lugar antes que eu os retire pra você — ameacei.
Faith agarrava meu braço e cravou as unhas nele, apreensiva.
— Justin — repreendeu num arfar.
Não segui em frente até que ele demonstrasse ter compreendido, a cabeça curvada de submissão. Memorizei seu rosto em minha cabeça, sem intenção de deixá-lo impune.
— Você precisava fazer isso? — Faith disse perto do meu ouvido, perturbada.
Seus valores éticos conseguiam ser inconvenientes algumas vezes.
— Ele precisava aprender onde se colocar.
Encontrei a barba volumosa branca de vida própria que confundia George com o bom velhinho em uma das mesas do fundo. Ele estava mais para Krampus do que Nicolau. Aparentemente bem humorado, se ladeava por dois brutamontes uniformizados – o da direita podia muito bem se passar por The Rock – e duas mulheres com decotes profundos e sorrisos vulgares. Para tantas risadas, apostava alto que a noite estava lhe rendendo bons momentos.
O ar entalou em minha garganta quando os olhos enrugados e cinzentos me fitaram. Eu já havia superado isso, George não me deixava mais apreensivo. Não lhe devia nada. Ele não podia me fazer nada. Repeti incansavelmente as palavras em minha mente. Mas no fim, todos os indícios apontavam ter sido um erro trazer Faith àquele lugar.
— Meu neto, é você mesmo? — me saudou com um sorriso repuxando sua boca desagastada — Sente-se conosco!
Imediatamente, o homem de cabelo grisalho abandonou sua cadeira, estendendo a mão prestativo para que eu me sentasse. Igualmente o fez a mulher de vestido vermelho que o acompanhava, cedendo o lugar à Faith. Presumi estarem ansiosos para se livrar do martírio que era ser presa nas garras da ganância de George. O jogo não acabaria até que ele dissesse. E ele nunca perdia. 
Esperei que Faith se sentasse, empurrando sua cadeira para mais perto da mesa, contrariando minha vontade de tirá-la o mais rápido dali, longe da atenção que já atraía do meu ascendente. Eu já podia notar o brilho de interesse. Fechei as mãos, expirando e me sentei, balançando a cabeça em sua direção para que prestasse atenção em mim.
— Já faz algum tempo. Sentiu saudades?
— Você sabe que sim. Posso lhe servir alguma coisa? — ofereceu generoso, olhando com soberba para as mulheres ao seu lado que me lançaram olhares de promessas libidinosas, me estendendo um charuto.
Pelo canto do olho, percebi Faith se retorcer na cadeira.
— Não, obrigado.
Ele deu uma risadinha, acendendo o fumo antes de colocar na boca.
— Não tem nada a me oferecer essa noite? — questionou com avidez, lançando outro olhar para o vestido de Faith.
Numa grande reviravolta, aquele vestido estava me dando nos nervos.
Casualmente, coloquei meu braço em seus ombros.
— Sabe que não gosto de dividir.
Não sabia dizer se ele estava tossindo ou rindo. Mas percebia o maxilar travado de Faith.
— Claro. Suponho que você queira alguma coisa, certo? Ou veio apenas jogar uma rodada com seu velho?   
Olhei as mãos que o jogador deixou, um seis e três, com as cartas comunitárias dava para formar um par. George era o dealer, sua postura indicava que possuía um royal flush. Ele era o rei do blefe, mas eu não apostaria para ver, por mais que apreciasse o jogo.
— Já estavam no turn, huh? Não gosto de mexer em jogo alheio.
Ele apanhou as fichas com satisfação, aparentemente surpreso por sua maré de sorte.
— Têm sido uma noite boa. O que posso fazer por você, garoto? Espero estar seguindo na linha, Brad informou ter que me reportar uma situação. Temos uma reunião no almoço. Não tem causado problemas, certo?
Inspirado pelo ambiente, transpareci despreocupação enquanto sentia aquele gelo cutucar meus ossos. A situação estava pior do que eu esperava. 
— Você sabe que sei honrar a família. Posso estar sendo pretensioso, mas penso estar fazendo um bom trabalho, de forma que mereço alguns benefícios.
— Um pouco de ambição não faz mal a ninguém — banalizou, recolhendo as cartas da mesa, traiçoeiramente receptivo — O que você tem em mente?
Fingi pensar rapidamente, jogando como se não fosse grande coisa.
— Quem sabe uma promoção?
Embaralhando as cartas, me encarou, sondando minhas motivações. Procurei ficar relaxado, ele não podia exatamente ler minha mente.
— Você tem uma dos cargos mais altos, sua posição não te satisfaz mais?
Maneei a cabeça.
— Brad me limita. É de conhecimento comum que minha presença o desagrada — argumentei.
Faith balançava uma perna com inquietação, seu espírito quase me alcançava. Com a mão livre, segurei seu joelho, um pedido silencioso para que parasse com aquilo.
Ele fez um movimento rápido com a cabeça, achando graça.
— Realmente, porque todos sabem que aquele posto deveria ser seu, não acha? Já está pronto para subir assim?
Não seria um plano ruim. Naquela posição eu teria acesso aos contratos e Brad não estaria mais no meu pé. Melhor, estaria sujeito às minhas ordens.
— Sabe que eu prefiro que seja você lá, não é? Só precisamos saber se já superou algumas questões...
Suspeitei que soubesse de alguma coisa, só para me lembrar de que aquele era seu jogo, blefe. 
— Ainda terei problemas com seus sentimentos?
Meus sentimentos nunca estiveram tão a flor da pele como naqueles meses, e a grande causadora estava sentada ao meu lado.
— Não — menti, me lembrando de não desviar os olhos.
Ele tirou o charuto da boca, apoiando os dois braços na mesa, concentrando toda a sua atenção em mim, o rosto se tornando serio.
Devolvi seu olhar, se me deixasse intimidar seria pior.
Longos e dolorosos segundos se passaram até que um sorriso despreocupado aparecesse em seu rosto caído. 
— Sua palavra é muito importante, meu neto, mas por protocolo, não são suficientes, eu precisaria falar com Brad primeiro. Faz algum tempo que não visito essa filial também.
Respirei fundo, mexendo despreocupado em meu cabelo.
— Ambos sabemos que você não dá a mínima para protocolo.
Ele riu.
— Verdade. Então por que não adiantamos todo o processo com uma ação? Quero uma prova. Um teste. Tenho certeza de que não vai ser problema.
Já era um problema. Acabara de prometer a Faith que mudaria por ela, e um teste de George com certeza envolveria ao menos um pouco de sangue, contrariando qualquer esperança que pudéssemos ter.
Não interessava. Eu a preferia viva a estar comigo.
— Diga — me dispus. 
Ele piscou para a morena à sua esquerda, colocando a mão na perna dela antes de completar.
— Quero ela.
Inusitadamente, meu cérebro trabalhou devagar. Demorei a entender que seu sorriso de cobiça não era para o decote de um de seus objetos na noite, mas cento e cinquenta graus de distância.
— O que acham da participação dela na nossa brincadeira meninas? — ele consultou as duas, tão entusiasmadas quanto aquela poltrona centenária em forma de ser humano.
— Não — neguei entredentes. O pulsar do meu sangue se acelerava só de ouvir aquela proposta miserável e excêntrica.
Recostando em sua poltrona, bateu os dedos na mesa ritmicamente.
— Desenvolveu algum sentimento recentemente, Justin? — debochou. Eu deveria saber, ele entendera desde o início — As coisas não dão certo quando isso acontece, se lembra disso?
Me levantei puxando Faith comigo e a deixando para trás do meu corpo, ela estava tendo algum problema para respirar. Estudei o ambiente ao meu redor para entender em quanta desvantagem eu estava se ele quisesse começar aquilo ali. O que era bem provável como a impossibilidade de eu deixar que encostasse em um fio de cabelo dela.
— Foi bom conversar com você — finalizei, fechando a mão em punho, esperando de onde viria o primeiro ataque.
Analisando a minha postura, baforou o charuto.
— Você sempre foi meu preferido. Nos vemos por aí — me dispensou com a mão, entediado.
Sem pensar duas vezes, segurei a mão de Faith praticamente correndo antes que ele pudesse mudar de ideia, atentando todos os meus sentidos para detectar algum movimento pelas minhas costas. A tensão contraiu meus músculos em todo o caminho, e literalmente empurrei qualquer um que estivesse na frente.
Me xinguei por não ter vindo com meu próprio carro, sendo rápido para chamar o uber no aplicativo. Entretanto, assim que deixamos o salão continuei andando, sendo chicoteado pelo ódio que reverberava por todo meu corpo. A mão gélida de Faith na minha me lembrava de que eu fracassara, como fazia ultimamente, a colocando em mais riscos do que sendo útil.
Balancei a cabeça, tentando me focar, eu não podia ficar cego naquele momento, não podia.

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