Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

One Life 27

– Você vai engasgar sua anta! – Hanna me repreendeu olhando-me comer.
– Segundo minha mãe, você é a anta – contra argumentei, ainda de boca cheia – E tente ficar sem comer desde o início da tarde do dia anterior para ver se não comeria um boi.
Ela deu risada, depois fez uma varredura com os olhos no refeitório da faculdade, certificando-se de que era seguro. Mesmo assim, disse baixo:
– A anta é você. Não acredito que ousou entrar numa guerra com seus pais outra vez, e inventar que vai mudar de faculdade para atingi-los também não é boa ideia. Você simplesmente assinou seu atestado de óbito.
Apertei os lábios, mantendo os olhos no suco enquanto pensava em uma maneira de explicar.
– Ótimo, já está com ânsia?
Dei uma risadinha, balançando a cabeça e colocando mais um donut de chocolate na boca.
Por mais lenta que fosse dessa vez Hanna fez raciocínio rápido.
– Faith Evans, você realmente está pensando em sair do curso? – sua pergunta era desdobrada em ameaça. Para o meu próprio bem era melhor eu dar a resposta correta, mas se mentisse entraria em outra fria. Era bem como o ditado, “se ficar o bicho pega, se correr o bicho come”.
Olhei para ela com receio, terminando de mastigar, apreciando cada segundo sabendo que provavelmente seria o último da minha vida. Sua expressão estava seria e perigosa.
Engoli e tomei um gole do suco, pronta para o meu funeral.
– Sim? – a afirmação perdeu a convicção no caminho da minha boca.
Han uniu as sobrancelhas, intrigada.
– Como você pode ao menos pensar nisso, Evans?!
– Desculpa! Mas não me identifiquei...
– Você faz mais da metade do curso para descobrir que não se identifica? E como tem a audácia de me deixar aqui sozinha?! – ela cruzou os braços, me acusando pelos olhos.
Eu já era uma Maria mole, não era justo que apelasse desse jeito.
– Han, se eu ficar nesse curso vou desperdiçar um tempo precioso. Vou ficar aqui até o final do ano, então temos bastante tempo até lá. Também não gosto da ideia de ficar sem você, eu sou péssima para me adaptar, mas é minha vida. E não é como se não nos víssemos fora daqui – expus com mansidão na intenção de meu estado de espírito refletir nela.
Seus traços se concentravam firmemente em expressar indignação, mas aos poucos enquanto me olhava foram relaxando com frustração.
– Não é justo que coloque dessa forma! Você me faz parecer egoísta.
Levantei as mãos na defensiva.
– Não te chamei de egoísta, e não acho que seja.
Não me mexi enquanto ela pensava em como reagir aquilo, torcendo para que não ficasse com raiva. Então após um suspiro, Hanna descruzou os braços.
– Você não vai encontrar ninguém melhor que eu nesse cursinho de quinta – embora sua voz demonstrasse irritação, eu sabia que o pior havia passado.
– Sei que não. Não acho provável a existência de alguém mais maluco que você – estendi a mão pela mesa, afagando a sua e oferecendo um sorriso de paz.
Ela tentou não sorrir. Não conseguiu.
– Te odeio.
Ri, aliviada.
– Eu prometo te acompanhar em todos os programas que quiser.
Seus olhos apertaram, desconfiados.
– Você sabe no que está se metendo, né? Isso significa algumas baladas, Tomorrowland, Coachella e derivados.
Fingi exaustão só de pensar.
– Se esse é o preço para salvar algumas vidas, eu pago.
Seu rosto já começou a ficar mais animado. Eu não precisava estar dentro da cabeça dela para saber que já nos imaginava pulando em meio a corpos espremidos e suados alguma batida eletrônica. Se eu tolerara o ambiente uma vez, esperava poder fazer o mesmo mais umas cem vezes. Imaginei se Justin iria conosco, só para lembrar em seguida que Hanna provavelmente não permitiria. Se ela não estivesse com um namorado, eu também não poderia, para não lhe negar um segundo de atenção.
A palavra namorado se fixou em minha cabeça. Algum dia eu poderia utilizá-la para classificar a relação que eu tinha com Justin? No momento não parecia se adequar a nós dois.
– Será que dá pra você parar de pensar nesse menino e viajar comigo? –Hanna estralou o dedo em  frente meus olhos, impaciente.
– Quem te disse que estou pensando nele? – rebati, fazendo uma careta.
Ela deu uma risadinha, confirmando seu palpite.
– Não preciso de muito para adivinhar. Mas me conta, o que ele queria ontem?
Terminei de tomar o suco, levantando as sobrancelhas com o lembrete.
– Isso. Tenho que ligar pra ele agora! Um segundo – pedi e me levantei da mesa, não esperando sua queixa. Não seria uma conversa legal de se presenciar.
Direcionei-me para o fundo do refeitório, perto do banheiro onde não havia mesas. No registro de chamadas estava salvo o número que ele havia me ligado no dia anterior, então apenas retornei.
Quando começou a chamar, repeti as frases já ensaiadas em minha cabeça, resistente para que não me persuadisse ao contrário ou me confundisse dos meus propósitos.
Caiu na caixa postal. Liguei outra vez. A mesma coisa. Liguei mais duas vezes e nada.
Ele poderia estar ocupado, mas também apenas me ignorando por já prever o que eu falaria. Em via das dúvidas, resolvi deixar uma mensagem.
“Se você não atender, farei sem o consultar. Estou de carro, de qualquer forma”.
Aos poucos eu aprendia a lidar com ele, se eu não usasse ameaças não obteria resultados, era até mais eficaz que sentimentalismo.
Já estava voltando para a mesa com a loira devoradora de comida alheia quando o celular vibrou em minha mão. Dei um sorrisinho antes de atender a ligação.
– Bom dia, Justin!
– Faith, eu não gosto das suas ameaças – ele foi incisivo, me repreendendo. Por trás da linha eu podia ouvir o barulho de trânsito. 
– Já está vindo me buscar? Perfeito! 
Ele respirou fundo, irritado.
– Quanto você quer para não se meter nisso?
Fiz uma careta, mesmo que ele não pudesse ver.
– Você está sendo grosseiro outra vez. E não quero nada. Você não pode me comprar. Preciso te lembrar de que sei o caminho? Também prometi que ajudaria Erin. Podemos fazer isso juntos, ou separados. Você é quem decide.
Não me senti muito bem em ameaçá-lo pela segunda vez no dia, mas ele não me dava escolhas. 
A linha ficou muda do outro lado, e eu até podia vê-lo socando o volante e soltando algum palavrão.
 Te amarrar em uma cadeira no fundo do rio está entre as opções também?
– Há há, engraçadinho. Se quiser pode vir agora me buscar, estarei esperando. 
 Isso não foi uma autorização para vir comigo. Você não tem aula agora? – murmurou rabugento.
Ignorei a parte em que ele pensava que mandava em mim.
– Não, estou matando aula com Hanna, botando a conversa em dia. Mas não se preocupe que não foi nada sobre nossa missão secreta de ontem.
– Faith, eu não quero que... – ele começou mal-humorado.
– Bom, em cinco minutos estarei no portão, se você não chegar... Vou ter que ir sozinha. 
Desliguei o celular na cara dele antes que pudesse reclamar. Ele não tinha opção, parecia que me deixar resolver o problema sozinha estava fora de questão, então com certeza viria para me levar ou então mandaria alguém para me sequestrar.
– Hanna, Justin está vindo me buscar outra vez – avisei, pegando minha bolsa. Ela já havia comido os donuts que eu havia deixado ali. Não me importei, eu estava quase explodindo, mas se aquela obra de Deus estivesse na minha frente eu provavelmente não pararia até acabar.
– Aonde vão agora? Seu pai não proibiu de vê-lo?
Fiz cara de tedio, encostando a cadeira na mesa. Hanna também se levantou, colocando a bolsa no ombro.
– Ele não pode fazer isso, e para mim aquilo não era uma proibição, e sim uma ameaça. De qualquer forma, vou dar um jeito de fugir de Willian, e você vai me ajudar.
Ela ficou atônica, me olhando como se eu finalmente estivesse louca.
– Faith, essa brincadeira vai sair muito cara pra você.
Revirei os olhos, já tomando caminho para a porta.
– Qual é Han, até parece que você gosta muito de seguir regras.
Escutei seus passos apressados atrás de mim para que me alcançasse, e ela disse logo em seguida:
– Eu não, mas você prefere ser a que obedece aos pais, não faz coisas erradas... Sabe como é – se eu não conhecesse Hanna, pensaria que estava me julgando.
Olhei pra ela de rabo de olho, tentando entender onde queria chegar.
– Se concorda com a forma que meu pai está me tratando, fique a vontade para dizer. Caso contrário, vamos bolar agora o plano de fuga.
Esperei que ela decidisse, olhando a frente para não pressioná-la. Sua opinião não mudaria meu destino, mas alteraria minha válvula de escape. Seu suspiro veio logo em seguida.
– Tudo bem. O que eu faço?
Não contive meu sorriso conspirador, e iniciamos a organização da retirada.
Primeiro, compramos um café da máquina que adorávamos no campus, depois esperamos Justin chegar para sair no portão. Assim que vi o carro preto parando em frente à faculdade, Hanna foi até meu carro, onde Willian estava, e bateu na janela para lhe entregar o café e pelo menos trocar duas palavras. Corri até o porshe sem olhar para os lados, qualquer coisa eu mesma pisaria no acelerador para fugirmos. Entrei no carro rapidamente sem nem olhar para Justin e joguei minha bolsa aos meus pés, me abaixando para fingir que a arrumava ali.
– Oi, J – cumprimentei para preencher o silêncio estranho, esperando que com isso ele arrancasse com o carro.
Não obtive sucesso. Ele não me disse nada, e não saímos do lugar. 
Respirei fundo e me endireitei no banco, apoiando o cotovelo na janela e colocando o rosto na mão, disfarçadamente me escondendo. Se ele suspeitasse que meu segurança estava ali e não me deixaria ir para lugar algum, ficaria contente em denunciar meus planos para se livrar de mim.
Seu rosto estava serio e acusador em mim. A camisa social era azul escura hoje, dobrada até os cotovelos; a calça preta e o cabelo levemente bagunçado. De cair o queixo.
– Tudo bem, quer discutir alguma coisa enquanto somos multados por estacionar em lugar proibido? – perguntei, aparentando tranquilidade para camuflar o desespero para sairmos de uma vez.
Seus olhos se apertaram, intensificando um pouco mais as criticas que jogava em cima de mim, e depois acelerou.
Contive o suspiro de alivio e só esperei que a rodada de censura começasse.
– Você conhecesse a palavra limite, Evans? – e lá ia ele. 
Não era uma pergunta para responder, então fiquei quieta, apenas olhando seu rosto enrugado de cólera.
– Claramente você os ultrapassa comigo, me deixa de mãos atadas – sua voz era áspera. 
Tive que me defender. 
– Justin, você realmente quer brigar a essa hora? Já estamos indo juntos, não há nada que possa fazer para impedir, então só se acostume com isso e vamos em frente  – discursei com o máximo de positividade que podia, tentando persuadi-lo.
Ele estralou a língua e fixou os olhos a frente, montando uma expressão permanente de raiva, deixando claro que não concordava.
Fingi que estava tudo bem e comecei um assunto.
– Ontem contei ao meu pai que vou mudar para medicina – disse, jogando a isca para que se interessasse. 
 Observei sua expressão remexer, mas ele permaneceu quieto, como se estivesse indiferente. Deixei a curiosidade corroê-lo, ficando quieta e mostrando-me distraída com minhas unhas, como se esquecesse do restante da história.
Não demorou muito para que ele bufasse.
– O que eles disseram?
Contive a risadinha, percebendo o quanto estava manipuladora hoje.
– Eles surtaram. Meu pai quer me matar, minha mãe quer expor meu corpo esquartejado em praça pública. 
Ele me olhou com repreensão.
– Não seja exagerada. 
Dei risada, dando de ombros.
– Foi quase a mesma coisa. Eu fui ameaçada. Não gosto de ser ameaçada – resmunguei.
– Nem me fale sobre isso – comentou com escárnio. 
Ele endureceu a expressão de novo.
Parabéns Fatih.
Estendi minha mão para seu rosto, passando as costas dela em sua bochecha.
– Não fique bravo comigo. Você vai ver que me agradecerá – falei com a voz mais doce que eu podia.
– Aposto que sim – ironizou, mas um pouco mais suave sob meu toque.
Dei um sorrisinho pelo êxito e beijei sua bochecha como a cartada final.
– Obrigada por me deixar participar da sua vida – tentei ser mais elogiosa, experimentando novas formas de acalmá-lo.
Seus traços se suavizaram lentamente, mas ele balançou a cabeça.
– Você é impossível. 
 Alarguei o sorriso e estendi minha mão para ligar o rádio, música sempre tornava um clima melhor. Já estava tocando a faixa de algum CD, não demorei muito para reconhecer.
– Hm, de novo essa? Master of Puppets oficialmente me dá medo.
Ele deu uma risadinha sombria.
– Mude para a próxima, também é incrível.
Prestei atenção na obra. A melodia era boa, a letra também. Eu literalmente gostava dessa coisa de libertar nosso lobo interior.
– Gostei. Mas prefiro o álbum St. Anger.
– Já ouviu o Some Kind Of Monster? Divide o topo com Master os Puppets – ele abriu um sorriso.
Fiquei contente comigo mesma por conseguir desviá-lo de sua ira. 
– Já ouvi, mas também não curto muito. É bem macabra.
Ele me olhou com clara desaprovação.
– Se você não gosta de coisas sombrias, deveria ouvir Popzinho Taylor Swift.
Revirei os olhos para a provocação barata.
– Ei, Taylor Swift é muito boa. Vai me dizer que não gostou de Enchanted?
Sua cabeça meneou enquanto ponderava.
– Bom, não é de todo ruim. 
Fiquei em silêncio enquanto Metallica se apresentava como melhor calmante que eu poderia dar ao Justin. Sua testa estava franzida, mas era de concentração na melodia, ele balançava a cabeça com o ritmo, batia os dedos no volante, parecia estar até dando pulinhos sentado, cantando. Estava adorável de se assistir, então permaneci em silêncio, o observando.
E de repente, o carro já estava parando. Ele desligou o rádio com um expresso pesar e piscou para mim, descendo. Eu estava começando a ficar com ciúmes do efeito que uma banda conseguia ter nele e eu não.
– Você já foi a algum show deles? – desci atrás, alcançando-o na calçada.
– Não. Quer ir comigo quando tivermos oportunidade? – ele me convidou, me olhando com uma pitada de empolgação.
– Por que não? – perguntei retoricamente
Seu sorriso se ampliou e ele se direcionou para a porta da casa de Erin. O momento relaxante e feliz de alguns minutos no carro foi ficando para trás dando lugar a um nervosismo estranho. E se Erin não estivesse em casa? E se estivesse, mas não com o endereço? E se estivesse com o endereço?
Balancei as mãos para expulsar toda a agitação de mim, querendo transparecer calma para confortar Justin, a situação era bem pior para ele. Entretanto, diferentemente de mim, ele estava cantarolando enquanto se aproximava da porta.
– Experimente-me e você verá
Mais é tudo que você precisa
Dedicado para
Como eu estou matando você
Venha rastejando rápido
Obedeça seu mestre!
Seu punho bateu na porta duas vezes e eu me apressei para me mexer, parando ao seu lado, só para estranhar ao ver a porta se abrir com um rangido com a leve pressão.
Olhei para Justin confusa, ele ficou serio de novo.
Tomei o controle da situação.
– Erin? – chamei devagar.
Não houve resposta. Justin permanecia paralisado, parecendo estar tenso, finalmente o nervosismo o pegara também. 
– Erin? – chamei outra vez.
Nada.
Empurrei devagar a porta, com receio, mas ansiosa demais para ficar ali parada.
– Erin? Estamos entrando – avisei para que não se assustasse.
Fiz menção de entrar na casa, mas Justin colocou o braço na minha frente. Já ia perguntar quando ele foi primeiro, andando cautelosamente. 
Fui atrás dele, e por algum motivo, seu braço continuava estendido protetoramente em minha direção. Adentramos até a sala, depois ele parou, sem nada dizer. 
– O que foi? – perguntei.
Ele não respondeu. Os olhos fixos em alguma coisa. Depois comprimiu os lábios e olhou para o lado contrário.
Tentei ver o que o perturbava de onde estava, mas não conseguia enxergar. Desviei então de seu braço, e continuei andando, ele não me impediu. 
Parei quando vi um corpo estendido no chão. Após o choque passar, me aproximei apressada. Era Erin, desacordada no chão, atrás do sofá que eu havia me sentado no dia anterior. Agachei-me perto dela e instintivamente coloquei a mão em seu ombro, empurrando levemente.
– Erin? Erin? – chamei alarmada. 
Ela não reagia. 
Coloquei a mão perto de seu nariz para ver se respirava. Não havia nenhum indício.
– Erin?! Justin chama a ambulância! Erin!
Peguei o pulso para ver se conseguia sentir os batimentos. Eu não sabia se estava fazendo errado ou se estava tão afobada que não percebia seu coração, mas não consegui sentir.
– Justin! Chama a ambulância! – me virei para ele, desesperada. 
Ele permaneceu estático. Era só o que me faltava ter entrado em estado de choque. 
– Erin! Erin!
A chacoalhei mais um pouco. Ela não reagia.
– Faith – Justin me chamou, a voz contrariava a situação de desespero que eu me encontrava.
– Erin! – tentei de novo.
– Faith. Para.
Olhei pra ele com raiva. Por que não se mexia?!
– Você está louco?! Ela precisa de ajuda, Justin! Liga pra droga da ambulância! – me voltei novamente para Erin, sem saber o que fazer, apavorada. Por que raios eu não entrei em medicina desde o começo?!
– Faith. Ela está morta.
– Erin! Erin! – chacoalhei seu corpo com mais força, verifiquei a pulsação, a respiração, inúmeras vezes, como se pudesse ajudar de alguma forma. 
Senti uma mão no meu ombro.
– Faith, ela se suicidou. Nós precisamos sair daqui agora – sua voz grave estava bem atrás de mim.
– Como pode dizer isso?! Pede socorro! – rebati. Minhas mãos começaram a ficar pegajosas e trêmulas.
– Olha pra ela Faith. Essa é a roupa que usava ontem e tem uma linha enrolada no pescoço – ele disse com cuidado, mas ainda assim apressado.
Só quando mencionou reparei a linha de pesca fazendo um nó em seu pescoço, a boca estava mais escura, o rosto pálido. Dizem que em momentos traumáticos, o cérebro automaticamente nega as imagens que vê. Era a única explicação para que eu não visse aquilo. Como reflexo me afastei dela num jato com um grito estranho saindo da minha boca.
Justin estava bem atrás de mim, e me pegou antes que eu pudesse cair sentada.
– Está tudo bem Faith, nós vamos sair daqui – ele falou, mas não parecia estar tão perturbado quanto deveria. Não ao encontrar uma pessoa morta. Uma pessoa que conhecemos no dia anterior.
Eu balbuciei algumas palavras, desnorteada, pasma, paralisada de terror. 
Ele conseguiu me levantar, me arrastando para longe.
– Não! A gente tem que fazer alguma coisa! – retruquei, encontrando minha voz.
Justin não me ouviu, tirando vantagem da minha desorientação enquanto eu tentava assimilar a palavra suicídio à imagem de Erin.
Quando percebi, ele me colocava no carro.
– Justin, a gente tem que fazer alguma coisa, chama a ambulância, a polícia, faz alguma coisa!
Ele segurou meu rosto, olhando fixamente em meus olhos.
– Faith, vai ficar tudo bem, eu vou ligar, só não podemos ficar aqui. 
Não raciocinei rápido o suficiente para rebater antes que ele fechasse a porta e desse a volta no carro, perturbada pela imagem de Erin caída no chão daquela maneira.

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