Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

One Love 2

Tranquei a galeria exatamente 21:59. Hazel saíra mais cedo para algum casamento do qual falara o dia todo, a empolgação a fazia pensar que éramos amigas. Mas eu tinha certeza que amigos nutriam certo carinho um pelo outro.
— Ah! — o arfar veio por trás de mim — Mas já fecharam?
Eu ficaria mais carrancuda se não reconhecesse a voz. Não havia necessidade de explicar que o fim da escravidão ocorrera há muito tempo para alguém tão surrada no emprego quanto eu. Abri um sorriso calculado para Maya e seu rabo de cavalo castanho.
— Serio que te obrigaram a vir para cá a essa hora?
Seu rosto relaxou com minha aparente compreensão.
— O chefe esqueceu de comprar um presente para amanhã — lamentou.
Antes que eu pudesse abrir a porta novamente, disfarçadamente analisei sua escolha de roupa do dia. O vestido vermelho sangue até o joelho grudava em seu corpo como se fosse celofane num peru de natal. A cor destacava muito bem sua pele escura. Eu tinha certeza que ficava mais estonteante sem o sobretudo preto. Por conta do frio, usava uma meia calça grossa preta. E eu me perguntava como aguentava andar de um lado para o outro o dia todo com aquele salto. Só não era surpresa que ser atraente fosse um requisito para o cargo de assistente pessoal de George Bieber. E ela não devia ser muito mais velha do que eu.
Maya entrou em disparada assim que acendi a luz, apertando a agenda preta contra o peito enquanto passava a mão pelos cachos em tufo atrás de sua cabeça; conforme eu observara, fruto de seu espírito agitado.
— Tudo bem, o que você acha que uma mulher de quarenta anos gostaria de expor no meio de sua sala?
A acompanhei pelo salão, fazendo uma pergunta aparentemente despreocupada:
— Hmm... Depende. Qual o nível de intimidade?
Ela me olhou com um sorriso rápido debochado.
— O que você acha? Nunca vi uma mulher que ele conheça que não tenha... certo direito de passar pela sua cama.
Apesar dos três meses em que a conhecia, não sabia dizer se este direito também lhe era concedido. Eu ainda não conquistara sua confiança a tal ponto, apenas ganhava umas confissões desapercebidas aqui e ali. O que eu podia dizer? Sempre fui péssima em fazer amizades. Mas quanto mais eu demorasse, mais tempo os irmãos de Justin ficavam com a família Bieber.
— Não consigo imaginar por que — soltei sem pensar. George era um homem nojento e de idade avançada. Só me lembrei de que não havíamos entrado em detalhes sobre ele para eu ter esse tipo de opinião formada quando ela me olhou. Opa — Quer dizer, da forma que você diz, ele parece ser um cara poderoso. E esse tipo de gente atrai muitas mulheres, estava sendo irônica.
Ela concordou, para o meu alívio.
— Basicamente. E então, algum palpite?
— Ela é mais exótica? Calma? — busquei detalhes, olhando em volta.
— Não faço ideia.
— Uma coringa então. Abstrata sempre cai bem. E como uma homenagem a relação, nas cores da paixão — apontei para o quadro colorido em diversos tons de vermelho se emaranhando.
Ela deitou a cabeça, fazendo seu juízo de valor. Após meio segundo estava sorrindo.
— Adorei! A interpretação sobre a paixão também. Tem alguma possibilidade de você ir embrulhada junto para explicar? — brincou.
Se isso me colocasse dentro da sede da Companhia, nada me faria mais feliz.
Dei uma risada forçada.
— Não seria de todo um ruim participar de uma festa de aniversário.
Peguei a máquina e ela me deu o cartão. George não tinha receio de que Maya desviasse seu dinheiro. Quem seria burro o bastante para roubar um homem que tinha olhos e ouvidos em todo lugar? De qualquer forma, alguma coisa me dizia que aquele cartão não estava ligado a sua conta principal.  
Além de arrogância e poder, uma coisa que aquele homem tinha era dinheiro. Um tanto mais depois que Justin se foi. Eu não sairia de sua casa se não fosse por Ryan me convencendo de que eles tomariam todos os seus bens, e não seria agradável que eu estivesse lá quando isso acontecesse. Levou um dia inteiro para que eu o fizesse, carregando coisas que não achei justo confiscarem. Não interessava que tivessem o mesmo sangue e direito legal sobre aquelas coisas. Eles não mereciam. E pensei que isso fosse parte do motivo para Justin deixar a chave comigo.
— Não vou mentir, também não acharia. Não tenho o que reclamar do meu emprego, mas mesmo nas festas estou trabalhando. Eu só quero tomar alguns copos de vodca sem me preocupar em cair desacordada por aí.
Dei um meio sorriso duro, imaginando por que ela não teria do que reclamar de um assassino. Como assistente pessoal, não era possível que desconhecesse a profissão de seu chefe.
Naquele instante, achei uma brecha para aprofundar nossa intimidade.
— Compreendo. Aliás, é o fim do seu expediente? O que acha de sairmos para beber alguma coisa agora? Também estou precisando espairecer a cabeça.
Ela refletiu enquanto eu pegava a mini escada para retirar o quadro da parede. Estava colocando no balcão para embrulhar quando respondeu:
— Acho que não dá. Ainda tenho que levar isso para a companhia.
Melhor impossível.
— Posso te acompanhar — sugeri — Depois saímos.
A linha de seus lábios afinou.
— Hm, não sei, também tenho que trabalhar amanhã, não posso me dar ao luxo de acordar numa rua desconhecida sem saber como voltar para casa.
Dei um sorriso persuasivo.
— Posso cuidar de você. Prometo não te abandonar. Sou uma bêbada consciente — que vê gente morta, acrescentei mentalmente.
Ela começou a sorrir, tentada com a ideia.
— Eu falo demais quando bebo — hesitou.
— Sei guardar segredo — pisquei.
Passei a fita na última dobra do embrulho e lhe esperei decidir.
— Meu Deus, vai ter que ficar aqui até amanhã? — Caitlin entrou resmungando na galeria.
Olhei o relógio na parede.
— Só passou cinco minutos do meu horário, Caitlin.
Ela ainda estava toda produzida, vestida num estilo só-escuto-rock-e-ando-de-moto e uma maquiagem escura. Caitlin estava ascendendo na indústria da moda, sua meta era ser a capa da Vogue.
— Não interessa. Eu tô com fome. Estamos te esperando. Wren disse que vai pagar uma pizza, ele e Ryan estão só esperando nossa confirmação de nossa preferência em comer em casa ou fora.
Entortei a boca.
— O que Wren ainda está fazendo lá? Não vou comer pizza, vou sair com minha nova amiga — apontei para Maya que observava tudo em silêncio.
Caitlin a mediu com os olhos devagar.
Maya deu uma risadinha sem graça.
— Imagina Faith, eu não posso de qualquer forma. Tenho que cuidar dessas coisas ou precisarei de um novo emprego pela manhã — ela pegou o quadro em cima do balcão — Obrigada, nos vemos por aí.
— Não, que isso, serio, eu saio com eles outro dia...
Mas ela já estava em seu caminho para a porta.
— Eu volto, e aí a gente combina alguma coisa depois. Boa noite, meninas.
Esperei que ela sumisse de vista para depositar um olhar fervoroso de raiva para Caitlin. Eu estava tão perto!
— O que foi? Você sempre gostou de pizza!
— Eu não tenho tempo nos finais de semana, você sabe! Tenho meus próprios compromissos!
— Ficar sozinha bebendo como se não houvesse amanhã não é um compromisso.
Apaguei as luzes e marchei para a porta, ela veio atrás de mim, saindo primeiro.
— Eu não estaria sozinha, fiz uma nova amiga, mas não dá pra socializar com essa possessão toda.
Tranquei a porta e Caitlin fez um muxoxo.
— Wren quer acertar as coisas com você ainda hoje. Ele não gosta que fiquem brigados. E eu tô achando que você veio trabalhar fora do seu turno só pra não olhar na cara dele, você já trabalhou sábado passado.
— É só ele não ser um otário que a gente não briga.
Ela respirou fundo destravando seu Honda Accord metálico com o controle. Como não teve que recomeçar do zero, Caitlin era a única a ter um carro. Mas por não querer vender sua casa em Boston, aceitara alugar um apartamento simples comigo.
— Não é muito difícil brigar com você ultimamente Faith, tente relevar.
Só entrei no carro por odiar andar de ônibus, metrô e gastar muito dinheiro com táxi.
— Não sou uma pessoa agradável, entendi.
— Você sabe que não é isso — falou amena, com receio de ter ferido meus sentimentos.
Deitei a cabeça na janela, fechando os olhos.
Trabalhar de ressaca não era uma experiência muito agradável. Mas pior era ter deixado que me arrastassem para a pizzaria mais próxima do nosso prédio, usando a ótima desculpa de que assim não precisaríamos lavar louça.
Eu ouvi cada uma das piadinhas que faziam, rindo como se a vida fosse maravilhosamente agradável, desperdiçando todo o tempo preciosamente escasso que tínhamos falando sobre coisas banais. O relógio estava correndo, o ambiente se misturava em conversas de estranhos e ruídos de talheres contra pratos. Só consegui me manter no lugar porque estava comendo.
— ... não foi, Faith? —  Wren chamou minha atenção.
— Hein?
— Estava contando a eles de todas as vezes em que você dormiu quando te levei à Ópera.
— Claro, você tem as piores ideias.
Eles riram.
— Na verdade, isso é pura calúnia. Por exemplo, sempre me disse que queria invadir o casamento de alguém antes que morresse, lembra? Pois bem, eu sei de um amanhã....
— Não vou fazer isso — o interrompi.
— Qual é, não está se acovardando, né? Você se lembra de toda a sua lista?
— Esqueça.
Embora Wren não tivesse culpa, ainda fiquei com raiva. Ele não tinha como saber que eu e Justin planejávamos cumprir juntos esta minha lista. Eu dissera que o obrigaria, na verdade, como ele achara inadequado. Eu me lembrava inclusive, de sua promessa de me levar num show do Metallica, e de sua disposição a me ensinar tocar bateria. Tantos planos jogados ao vento como se pudessem ser cumpridos, e que estavam bem frescos na minha memória. Frescos o bastante para cutucar meu vazio a cada vez que eram mencionados, mesmo sem palavras.
Eu precisava respirar.
Levantei da mesa sem pedir licença, e se eles se opuseram, não pude ouvir. Caminhei para fora do estabelecimento, apressada para ir a lugar nenhum. Eu não podia fugir de mim mesma.
Me situei apenas quando meus pés sentiram a textura diferente do asfalto da Stone Arch Bridge, uma ponte arqueada feita de pedra por onde o curso do rio Mississippi passava. Os postes vermelhos em forma de gancho deixavam o caminho iluminado para que pudesse identificar algum pedestre ou ciclista, os quais detinham o monopólio do exercício da ponte. No momento, passava apenas um cara todo enrolado em agasalhos para atravessá-la. E então, eu estava sozinha com meus pensamentos.
Detive-me quando cheguei em sua metade, me apoiando na grade de proteção vermelha para enxergar a negritude da água que passava abaixo de mim. Sempre tive um medo paralisante de ponte, eu jurava que a qualquer momento elas desabariam comigo em cima. Não sabia quando havia perdido esta paranoia.
Meus olhos ficaram estagnados no curso da água, sendo a representação das lágrimas que eu queria derramar e não conseguia. A escuridão tão cativante apenas se interrompia com o brilho da lua ali refletido. Se eu não queria olhar para o céu, ele olharia para mim. Eu não suportava mais aquela imensidão. Justin levara todo o brilho das estrelas com ele. E embora inicialmente desejei que se tornasse uma, não conseguia ter fé o suficiente para concretizar a ideia.
Eu podia sentir a brisa do rio bater gelada em meu rosto, me despertando a vontade de me agarrar à minha blusa. Mas eu já estava cansada de lutar contra o frio. Subi um pé na grade, ouvindo o chamado da água que prometia conforto. Tudo parecia extremamente calmo lá embaixo.
Eu comparara Justin com uma âncora uma vez, me puxando cada vez mais para baixo. Foi quando percebi que estava apaixonada por ele, e não tive força suficiente para me agarrar à superfície. Eu estava com medo, com medo da ausência da luz e do ar, sabendo que só teria certeza de seu rosto no fundo. E de fato, aquela foi a melhor coisa que me aconteceu em anos.
Então, não devia ser diferente agora.
Subi o outro pé, me sentindo uma espécie de Rose sem o Jack. Fechei os olhos e respirei fundo, sentindo aquele quê de liberdade me atrair cada vez mais.
Tá, qual a ideia burra da vez? ” Me assustei ao escutá-lo em minha cabeça.
Eu tinha certeza de que — infelizmente — não estava bêbada, e ele nunca me aparecera sóbria.
A morfina foi aplicada em meu coração.  
“Não sei ainda”
“Então é pior do que eu pensava”
— Vai me dizer que você não está aí? — verbalizei.
“No rio? Você está louca?! Com esse frio do cão? Prefiro comer fondue”
Eu quase ri.
— Aonde está, então?
Silêncio.
— Aonde você está, Justin? — a areia conhecida pesou em meus olhos, mas não ousei abri-los. Temi que houvesse desaparecido de novo.
“Você espera que eu diga algo romântico agora, certo? ”
Abri um meio sorriso de alívio.
— Você nunca foi romântico.
Calúnia! É assim que respeita minha memória? ” Ele estava bem-humorado. Isso também era novidade.
— Você não pode me culpar, eu estou louca, e não é no bom sentido.
Ele fez um muxoxo.
“Balela”
— Me explica como estou conversando com você agora.
“Você não quer uma explicação. Envolve toda uma teoria de psicologia que acabaria com a mágica”
— Prefiro me juntar a você — fiz menção de levantar a perna para sentar na grade.
Eu não era forte o bastante. Não podia carregar aquele fardo sozinha. Não tinha ombros largos o suficiente para todo aquele peso. Talvez essa fosse minha punição por permanecer uma noite sóbria. Eu sabia que não conseguia suportar.
“Ok, essa não é uma boa ideia. E se eu estiver no inferno?”
— Inferno é ficar sem você.
“Você costumava ser mais inteligente antes”
Passei a perna na grade, acabei montada nela como se fosse um cavalo.
“Tudo bem! E aquela história de ajudar Jazmyn e Jaxon? Você mentiu pra mim? ”
Hesitei.
— Não. Mas....
“Mas nada, preciso de você. Abra os olhos, Faith”
— Não posso.
“Abre”
— Não.
“Faith, abre a porra do olho! ”
Respirei fundo. Eu nunca o vencia quando impunha suas vontades assim. Portanto, obedeci ao seu comando devagar, olhando a frente da ponte deserta.
— Tá, o que eu tenho que ver?
Só se ouvia o vento balançando o ar a minha volta, cada vez mais impiedoso, acentuando minha solidão. Esperei que ele dissesse mais alguma coisa, mas não o fez. Olhei para os lados desolada até perceber a sombra parada no meio da ponte me observando. Meu coração parou quando identifiquei seus traços quase transparentes, ele usava o mesmo terno azul da primeira vez em que nos vimos, e um sorriso singelo, mas significativo.
Imediatamente desci da grade, sussurrando seu nome enquanto tentava me aproximar sem que o assustasse, pasma e cambaleante.
Não tomei cuidado o suficiente, e me martirizei quando o vi se desfazer no ar até que percebesse não ser culpa minha. Wren passava onde ele estivera há meio segundo, os olhos assustados.
— Meu Deus, você está bem? Eu estava te gritando, você não me ouviu? Caramba Faith, não me assuste assim de novo! — ele me segurou em seus braços, como se não fosse me soltar mais.
Mas não era por sua causa que inspirei mais um pouco de força naquela noite. 








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