Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
" O amor não vem de beijos quentes. Nem de amassos apertados. Ele vem das pequenas e carinhosas atitudes."- Deixa Acontecer Naturalmente Facebook.
Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

domingo, 31 de julho de 2016

One life 2

Meu estômago girou e eu me perguntei como havia chegado esse tanto de gente em poucos minutos. Eu gostaria que fossem menos fissurados com horários.
Paralisada no topo da escada, percebi seus olhares de expectativa e admiração ao fazerem uma análise em mim, mas duas pessoas me olhavam com uma atenção redobrada e um pouco exigente. Claro, meus pais.
Deixei meus olhos caírem no chão, lembrando-me que seria repreendida por isto mais tarde. Apoiei-me na barra lateral e movi um pé na frente do outro com cuidado, policiando-me para pelo menos deixar a cabeça elevada. Para meu pai, um Evans não deveria abaixar a cabeça para nada.
Terminei de descer os degraus, feliz por não tropeçar e fazer da festa um caos hospitalar, assim, soltei o vestido que eu segurava com a mão suada.
— Aí está ela! — meu pai anunciou com orgulho, como se todos já não tivessem me visto, e me senti um produto de sua empresa.
Levantei os olhos o vendo vir até mim com Eleanor ao seu lado, pendurada em seu braço, ambos com a expressão tranquila demais para quem havia enganado a dona do evento. Um sorriso resplandecente se espalhava por seus rostos, brilhando tanto quanto seus trajes elegantes que combinavam.
As palmas atingiram meus ouvidos ao mesmo tempo que meu pai me entregava uma taça de champanhe, como todos tinham em suas mãos. Minha mãe não gostava da bebida, mas aliás, o que seria de um evento sem champanhe? Segundo eles, nada. Às vezes mamãe trapaceava e tomava água gasificada fingindo ser champanhe.
Sorri abertamente para os rostos variados de desconhecidos e familiarizados. Algumas dessas pessoas frequentavam todas as festas Evans, mas meu pai gostava de inovar seu "público".
Identifiquei Hanna ao lado do filho dos Peters e ela me deu uma piscadela. Me surpreendi com sua rapidez para se arrumar e arranjar um partido, contive o riso imaginando a longa conversa que teríamos sobre seu jogo de sedução com Wren.
Todos esperavam que eu dissesse alguma coisa, então tratei de pensar rápido e controlar o rubor que subia por meu pescoço.
— Obrigada por virem, eu realmente fico muito grata. Espero que apreciem meu mundo tanto quanto eu mesma — levantei um pouco a taça com um sorriso calculado.
Eles bateram palmas outra vez.
— Deixe-me lhe apresentar Jhon Vincent, dono de um dos museus mais importantes da America do Norte — meu pai colocou a mão em minha cintura, soltando minha mãe e me guiando.
— Pai, já quer minhas obras num museu?
— Temos que pensar também no futuro — ele piscou para mim e eu balancei a cabeça numa reprovação humorada. Eu realmente não estava muito bem com ele, mas demonstrar isso em público seria um tolice tamanha.
Pelos próximo quarenta minutos meu pai fez questão de me apresentar para umas vinte pessoas, as quais esqueci os nomes, embora ele afirmasse ser extremamente importante que eu decorasse. Pedi para que me deixasse sentar por um segundo, e mesmo com olhares repreensivos, consegui permissão.
Me direcionei à sala e encontrei um sofá inteiro vazio. Por algum motivo, nessas festas as pessoas gostavam de ficar em pé, provavelmente para não amassar suas roupas, mas até que nesse evento em particular fazia sentido. Resisti a tentação de tirar o salto e apenas cruzei as pernas, observando um de meus quadros pendurado na parede à frente. Algumas pessoas estavam paradas em frente à ele, avaliando e conversando entre si. Me senti nervosa para saber o que comentavam, ao mesmo tempo que a responsabilidade me tomou. 30 segundos de descanso era o suficiente par a anfitriã da festa que deveria estar explicando seus quadros.
Suspirei e me levantei, levando reclamações dos meus pés conforme eu andava. Essa sandália idiota parecia ser a mais desconfortável que eu usara na vida, esse era o preço por deixar Eleanor escolher meu calçado.
— Chama-se Dark Inside — cheguei à roda de fininho, expondo — Vocês podem ver pelo modo que ela os encara, as íris de seus olhos são facas, e o sorriso de lado é sarcástico e irônico, fazendo um contraste com suas vestimentas de renda rosa e o laço no cabelo. A mãe passa a mão em sua cabeça afetivamente, não fazendo ideia do que se passa na cabeça da menina. Não é um quadro para se ter em uma sala de estar, por exemplo — eles deram uma risadinha e eu os olhei com um sorriso simpático, voltando à realidade.
Talvez meu sorriso não houvesse sido adequado, eles pareciam se questionar se eu era a garota "assassina" do quadro.
— Profundo — uma das senhoras se pronunciou, mas algo em seu tom me deu a impressão de que queria dizer "perturbado".
— E do que realmente se trata? Ouvi dizer que seus quadros costumam ter um significado particular — um dos homens perguntou, tomando o cuidado de escolher as palavras para não parecer grosseiro. Todos sempre eram muito educados comigo, ao menos na minha frente, mas pelos motivos errados.
— Escutou bem. Bom, na verdade, o Sr. Evans não queria esse quadro na coleção — eles riram — Significa que os pais não conhecem o suficiente dos seus filhos. E a questão é, por que?
Suas expressões eram cuidadosas, eles tentavam não demonstrar que estavam no minimo perturbados, mas estavam. Claramente agora não havia dúvidas de que eu era a assassina. Eles não pegaram o espírito da arte, então esse grupo não entendia nada, eram só mais alguns riquinhos comprando quadros para parecerem cultos.
Me esforcei para um último sorriso, me controlando para não ouvir meu lado humorístico e assustá-los com um sorriso psicopata.
— Com sua licença — pedi educadamente e me retirei, pronta para explicar o próximo quadro ao grupo de curiosos adiante.
— Faith Evans! — escutei a voz atrás de mim e me voltei para o som.
— Meredith Peter — respondi o cumprimento da nossa vizinha de meia idade e convidada de todas as festas.
— Já cumprimentou Wren? — perguntou empolgada, indicando com a cabeça para o lado em que ele e Hanna estavam conversando.
— Ainda não tive a oportunidade — contive meu suspiro de tédio.
— Não seja por isso! — ela agarrou meu braço, me puxando para o outro lado da sala antes que eu pudesse pensar em responder — Wren, a anfitriã da festa reservou um tempo à você! — Meredith interrompeu o filho no meio de uma frase.
Sorri com cordialidade e lhe estendi a mão.
— Boa noite, Wren. Obrigada pela presença.
Ele apertou minha mão.
— Boa noite, Faith. Está deslumbrante como em todos os dias — ele beijou minha mão com cavalheirismo.
— Ora, vocês tem intimidade o suficiente para um abraço — Sra. Peter protestou.
Às vezes essa obsessão para que eu namorasse seu filho me enchia a paciência. Ela nunca cansava.
O abracei rapidamente antes de lançar um olhar de desculpas para Hanna que aparentava expressivamente sua irritação.
— Você está linda, Hanna, fico feliz que esteja aqui.
— Me empresta ele um pouquinho, Faith? Vamos falar com seu pai — Meredith segurou o braço do filho.
— Sem problemas — respondi, me sentindo incomodada.
Ela sorriu para mim e olhou educadamente para minha amiga por uma fração de segundos. Wren não tirou os olhos dela.
Quando se distanciaram olhei para Hanna na defensiva. Ela cruzou os braços. 
— Seus quadros estão lindos — elogiou, mas mal sabia disfarçar sua ira.
— Os seus são melhores. Escute Hanna....
— Eu já entendi. Acho que você deveria ter me avisado que havia um partido seu na festa — resmungou.
— Ele não é, é só uma coisa boba dos nossos pais, mas não queremos isso — expliquei.
— Não posso competir com você. - ela colocou uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha, chateada, mas ainda sem saber seu alvo.
— Serio, eu não estou na competição — afirmei, encarando seus olhos azuis na esperança de que ela entendesse.
— Claro que não — murmurou com desdém — Preciso de uma bebida — ela mostrou o copo vazio com um sorriso forçado e saiu do cômodo mesmo que houvessem dois garçons à nossa frente. 
Expirei. Hanna era intensa. Ao menos eu já havia me acostumado com isso. Desde que nos conhecemos no primeiro ano da faculdade éramos inseparáveis, então eu conhecia suas crises de raiva o bastante.
— Então ela é uma assassina? — a voz rouca e grave me chamou a atenção, mas não percebi que era comigo que falava até que ele parasse na minha frente. 
O analisei rapidamente e tive certeza de que esse era um dos desconhecidos, eu certamente me lembraria se o houvesse visto alguma vez. Seu rosto era infantil, embora o cavanhaque se destacasse em sua pele branca, chamando atenção para sua boca pequena em forma de coração. Seus olhos eram castanho claros, numa cor límpida, intensa e cativante, e pareciam ser bem reservados. Os cílios faziam uma sombra pequena embaixo dos olhos e o nariz era perfeitamente alinhado. Passando para o cabelo, notei que era castanho claro mais para um loiro escuro, penteado todo para trás, grande o suficiente para cobrir boa parte da nuca, trazendo a elegância dos galãs de filmes de época. Aprovei seu terno azul escuro que o destacava entre as pessoas do recinto, como se precisasse de mais para ser o centro das atenções. Ele era.... inumanamente lindo. Eu estava sem fala encarando seu sorriso amistoso. 
— Desculpa? — lutei para não gaguejar, desde já me achando uma estúpida. 
—- A garota do quadro. Com os olhos de faca — ele explicou.
Demorei a entender, mas seu corpo se inclinou um pouco para que eu tivesse visão do Dark Inside. 
— Ah... Não exatamente — senti o sangue se acumular em minhas bochechas por minha lerdeza, o motivo desta não tinha justificativa plausível — Eu só queria uma analogia. 
— Criativo — ele ampliou seu sorriso e pensei ter visto algum traço de humor em seus olhos, como se curtisse alguma piada interior -— Isso tudo para dizer que os pais devem dar mais atenção aos filhos? Você é boa — ele estendeu uma das mãos e eu pude perceber que segurava um martini em cada uma. Eu não era uma real fã da bebida, mas peguei por educação.
— Então você consegue interpretar quadros com facilidade? — supus, bebericando a taça.
O gosto amargo da vodka quase fez da minha expressão uma careta. 
— Ouvi você explicando — confessou — Seus pais não tem compreendem ou o que?
Seu olhar estava mais agressivo do que o normal para dois estranhos, e eu não gostei disso, muito menos de sua pergunta indelicada.
— Hm... O que? — dei-lhe a chance de se remediar. 
— Tem problemas com seus pais? — ele persistiu na ideia. 
Precisa de travas na língua?
— Não exatamente. Você tem? — contra-ataquei, arqueando a sobrancelha. 
O sorriso torto que ele dera era de puro divertimento, e foi a única resposta que tive, logo em seguida seus lábios estavam em sua taça. Ele deu um gole considerável com os olhos em mim. Eu fiquei intimidada, como um rato aos olhos de um gavião.
— Você... gostou dos quadros? — perguntei preenchendo o silêncio estranho. Sua aparência surreal e a personalidade incerta estavam me deixando bem desconfortável. 
— São interessantes, você gosta? — sua língua passou sob os lábios e eu quase entrei em colapso. 
Pisquei para ter certeza de que não era uma miragem. Para minha surpresa, ele continuava ali, me esperando responder. 
— Eu os fiz — ri pelo nariz, estranhando sua pergunta.
— Não foi isso que eu perguntei.
Por um momento fiquei sem fala. Mesmo sem me tocar ele parecia estar querendo me colocar contra a parede, e eu não entendia o motivo. Mesmo assim, resolvi ser sincera.
— Na realidade, os enxergo como um ensaio. Não queria uma exposição agora. 
— Mas seus pais gostam de uma exposição — ele sorriu outra vez, de um modo conspirador. 
— Então você os conhece bem? Não me lembro de tê-lo visto em outras festas — indaguei desconfiada. 
— Talvez... Realmente não estive presente em outras. 
— Então é algum amigo?
— Mais ou menos isso.
Fiquei frustrada com suas respostas evasivas, eu gostaria de poder ver através de sua compostura suas reais intenções nas frases estranhas. 
— Qual é o seu nome?
Seu sorriso encoberto se ampliou.
— Se eu te contasse, teria que te matar.
O encarei, seus olhos brincavam, mas alguma coisa nele me dizia que acreditava de verdade nisso.
Ou ele era psicopata ou simplesmente um idiota, nos termos do senso comum. 
— O que você está fazendo aqui? — questionei seria. Ele parecia estar se divertindo muito às minhas custas.
O estranho deu de ombros antes de prosseguir, mas minha aparente irritação o havia divertido mais ainda. 
— Eu gosto de exposições. Aliás, você fez um belo espetáculo descendo as escadas. 
Cruzei os braços, ele atingira minha quota de paciência. 
Calma, Faith.
— Aquilo não era um espetáculo — franzi a testa.
— Para mim parecia, você foi muito graciosa, uma entrada realmente precisa para exibir o bem mais precioso dos Evans, Faith Angel.
Arqueei a sobrancelha, pensando em jogar meu martini nele. Parte pequena de mim estava lisonjeada, mas eu não era uma droga de objeto como ele parecia pensar. 
— Qual é o seu problema? — soltei antes mesmo de cogitar a frase e não me surpreendi por não me arrepender em seguida. Será que ele era tão doente a ponto de não perceber quando estava testando os limites das pessoas? Eu duvidava muito. 
— Você se ofendeu? Perdão, não foi a intenção. 
Eu não conseguia saber se ele estava sendo sincero ou não, pelo menos o sorriso irritante havia sumido.
— Eu tenho mais o que fazer, com licença — fingi um sorriso e virei as costas para sua expressão inocente, marchando para longe daquela máquina de indelicadezas.
Eu não havia dado nem dez passos e minha mãe apareceu na minha frente. 
— Faith, querida, onde estava? — ela pegou uma das minhas mãos. 
Nesse momento passou um garçom ao meu lado e eu coloquei o martini quase cheio em sua bandeja, acompanhado de um "obrigada" sussurrado.
— Na outra sala atendendo os convidados, explicando alguns quadros — respondi em seguida.
— Ótimo, parece meio chateada, tudo bem?
Tirando o fato de todos estarem dispostos a testar meus limites hoje...
Assenti, forçando um sorriso. 
— Gostaríamos que conhecesse alguém — seu braço se enganchou ao meu e ela me conduziu até um homem de cabelo grisalho que falava com meu pai. 
Eu achava que deveria estar conhecendo as pessoas por conta própria, mas como sempre, meus pais estavam monopolizando todo o ambiente. Contive o suspiro. De qualquer forma, essas pessoas eram entediantes, fúteis e dotadas de sorrisos falsos, então não fazia diferença. Provavelmente o homem que conheci há pouco era o mais pretensioso de todos, algum repórter penetra tentando me fazer dar um escândalo para seu furo no jornal. Era a única conclusão que eu tinha para o seu comportamento. Então eles achavam que mandar um cara bonito faria com que eu me abrisse e contasse todos os segredos da família ou me deixasse levar por sentimentos extremos e descontrolados como fúria?
— Eis a mulher da noite — meu pai disse quando apareci em seu campo de visão. 
Dei meu melhor sorriso montado, a linguagem corporal dos meus pais indicava a importância do homem com pés de galinha nos olhos, portanto minha performance deveria ser impecável. 
Estendi minha mão e ele a beijou.
— Vittorio de Sica. 
— É um prazer. 
— Ele é italiano — esclareceu meu pai por meu olhar curioso — É um dos críticos mais considerados no mundo. Qual a porcentagem de aumento de vendas após uma avaliação positiva?
— Uns oitenta por cento — sorriu orgulhoso em meio a seu sotaque, franzindo o nariz rapidamente para parecer modesto, e em seguida olhou em volta, avaliando meus quadros nas paredes. 
Minhas bochechas se avermelharam e senti alguma coisa corroer meu estômago. 
— Você tem potencial — seu sorriso agora se direcionava a mim, meu corpo relaxou. 
— Obrigada.
— Tem muito a amadurecer, mas aposto em você.
Assenti, ampliando o sorriso, mas de alguma forma estranha, eu permanecia inquieta. 
— Se me derem licença, tenho que dar atenção aos outros convidados. Foi uma honra te conhecer Vittorio. 
— Claro, quando decidir se lançar no mercado, ficarei feliz em fazer uma avaliação para você. Prometo ser benevolente — nós rimos, mas eu quase parecia uma hiena histérica — Seu pai tem meu contato. 
— Aprecio a consideração — agradeci com sinceridade, mesmo tendo o conhecimento de que se esse cara falasse um 'A' que fosse mal de minhas obras, minha carreira estaria acabada antes de começar. 
Curvei um pouco minha cabeça com respeito e saí, considerando se deveria dar uma bronca em meus pais pela presença deste convidado. 
Avistei Flê vindo com uma bandeja de canapé de tomate seco e presunto defumado. Sorri para ela e peguei um, e então só pude pensar em o que eu não daria por uma porção de batata frita. 
— Aprovado?
— Como sempre Flê — embora eu preferisse altas gorduras, sua comida sempre estava impecável. 
Ela ficou olhando nos meus olhos, esperando. 
— Pode dizer, Faith, só não peça batata frita. 
Dei uma risadinha, balançando a cabeça e tendo o conhecimento de que ela não falava do canapé. 
— Eu só... Estou um pouco perturbada. Conheci algumas pessoas inesperadas. 
Ela estreitou os olhos, tentando interpretar minha fala. 
— O que quer dizer?
— Um crítico super poderoso e um aspirante à jornalista idiota e desnecessário.
Ela deu uma risadinha, contendo uma gargalhada.
— O que este ultimo te fez? Posso te ajudar?
— Só se dentro dessa cozinha e, com seus dons extraordinários, tiver miolos novos para que possamos trocar e deixar um bom pacote para alguma garota de sorte. 
Fleur comprimiu os lábios. 
— Então ele é bonito?
— Num geral — desviei os olhos, me mostrando desinteressada — Mas não é relevante.
— Talvez tenha entendido errado as intenções dele — ela ponderou, e eu já sabia onde queria chegar. 
— Claro. Se não for um jornalista é um completo retardado. 
Desta vez Flê mordeu a boca e ficou vermelha, tão próxima a explodir em uma gargalhada que eu mesma tive que conter a minha. 
— Depois conversamos sobre isso, mocinha, mas agora tenho que trabalhar e você também. Só não julgue tanto a testosterona. 
Fiz careta para sua escolha de palavras e revirei os olhos.
— Eu sou gentil com todos os homens, aliás eu tenho um irmão. 
Fleur me olhou com tédio e passou por mim negando com a cabeça. 
Como se o fato de uma pessoa ser homem mudasse minha forma de tratá-la!
Pude ver Hanna perto da porta sozinha quando olhei para o outro lado e respirei fundo, decidindo ir até ela. 
— Está indo embora?
Ela levantou seus olhos marcados com lápis preto. À primeira análise não estava agressiva. 
— Não. Está me expulsando?
— Não. Está brava?
Hanna desviou o olhar e mordeu a boca. 
— Não. Ele me disse que vocês não tem nada. Eu só estava meio intimidada, mas já tenho até o número dele — ela sorriu um pouco, me olhando novamente. 
— Isso é ótimo Han! — me animei — Quer saber, se quiser, posso te ajudar com isso — lhe dei uma piscadela.
— Só se você arrumar um par para sairmos em casalzinho. Alguém interessante nessa festa de velhos? — seu olhar malicioso e empolgado recaiu sobre mim após uma rápida análise no recinto. 
Neguei rápido, entortando a boca.
— Ok. Quem é, Faith? — sua voz estava saturada de curiosidade.
Fiz careta. Eu era muito fácil de interpretar e isso era uma droga, mas mais um motivo para pensar que o idiota estava brincando com a minha cara.
— Ninguém que valha a pena. Era um cara inconsequente e sem noção — revirei os olhos. 
— Não é difícil te estressar, ainda mais quando não se sabe o que te irrita. É só usar as palavras erradas e bum!
A encarei seria. 
— Olha quem diz. 
Hanna deu de ombros, rindo.
— Olá, moças — escutei a voz de Wren e me virei em sua direção.
Ele foi para o lado de Hanna e ela me deu um sorriso disfarçado. Contive o sorriso.
— Faith, se incomodaria se eu tirasse a Hanna para dançar? As pessoas não estão dançando, mas aquele centro vazio está implorando por uma dança. Aliás, é uma excelente música.
Olhei para o rosto deslumbrado de minha amiga e não pude evitar o sorriso. 
— Fique a vontade. Vai dar uma inovação na história de exposição de arte.
Ele sorriu, estendendo a mão para Hanna. 
— Me concede essa dança?
Ela agitou seus cabelos antes de afirmar.
Enquanto Wren à conduzia para o centro ela se virou para mim com os olhos arregalados e a boca aberta, explodindo de felicidade.
Balancei a cabeça, rindo.
— Senhorita Evans? — Ashley, a assistente do meu pai, colocou a mão educadamente em meu ombro — Temos um comprador — prosseguiu quando a olhei.
Franzi a testa, confusa. Esta não era uma noite de vendas, somente uma exposição para a avaliação de como eu estava indo, e dependendo da reação das pessoas, cogitaríamos outro evento para isto. 
— Hmmm.. Você avisou que não estão à venda?
— Sim senhorita, mas ele insiste, está disposto a pagar qualquer valor. 
Me surpreendi com a resposta. Nenhum dos meus quadros era bom o suficiente para isto. Se meu avô estivesse esta noite, apostaria que era ele. 
— Ok. Quem é ele e onde está?
— Me acompanhe. 
A segui pela casa, entrando na sala que estivera minutos atrás.
— É este senhor — ela apontou para alguém em frente ao Dark Inside. 
Quando tive visão do indivíduo, desacreditei. Ao mesmo tempo ele se virou, com aquele sorrisinho insuportável de canto. 
Respirei fundo. 
— Não me testou o suficiente, desconhecido?

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