Leitoras com Swag

Hey garotas, beliebers ou não beliebers. Só estava faltando você aqui! Nesse blog, eu, Isabelle, faço IMAGINE BELIEBERS/ FANFICS. Desde o começo venho avisar que não terá partes hots nas Fics, em nenhuma. Repito, eu faço 'Imagine Belieber' não Imagine belieber Hot. A opinião da autora - Eu, Isabelle - não será mudada. Ficarei grata se vocês conversarem comigo e todas são bem vindas aqui no blog. Deixem o twitter pra eu poder seguir vocês e mais. Aqui a retardatice e a loucura é comum, então não liguem. Entrem e façam a festa.
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Lembrem-se disso. Boa leitura :)

Com amor, Isabelle.

terça-feira, 25 de abril de 2017

One Life 49

— E como diabos você sabia disso? — Justin questionou intrigado empurrando o armário.
Eu estava ao seu lado esperando que deixasse um espaço escapar para que pudesse ajuda-lo, coisa que ele não permitiria, demasiadamente preocupado com minhas mãos. Em contrapartida, não levava em conta seu peito perfurado, descartando qualquer apreensão minha. Se seus pontos estivessem estourados, o curativo continha o fluxo de sangue, e sua expressão negava qualquer traço de dor.
— Eu sou os olhos e ouvidos desse lugar, meu caro.
Ryan, entretanto, não tentava disfarçar seu estado, massageando as têmporas. Ele precisava imediatamente de um medico.
Conseguíamos ouvir o zumbido da serra que usavam para derrubar a porta cada vez mais alto, competindo com meus batimentos cardíacos apressados. Ciente do fato, Justin dobrou suas forças, e com um gemido final o armário se deslocou o suficiente para deixar a vista um pedaço grande da parede. Prestes a perguntar a lógica do que fazíamos — de tamanha que importância que levara Ryan a atirar na câmera —, o observei abrir o armário medonho e tirar um martelo do tamanho da minha cabeça para chocá-lo com ímpeto contra a tintura. Eles achavam mesmo que havia uma passagem ali.
No início, houve apenas um estrondo e a vibração estranha que me lembrou de minhas pernas momentos atrás, em seguida, abriu-se uma brecha.
— Você tem absoluta certeza de que isso tem uma saída, certo? — confirmou Justin num tom implicitamente ameaçador, arregaçando suas mangas antes do próximo golpe.
Imaginei como seria ficar presa dentro de um buraco na parede e a claustrofobia escalou as paredes do meu estômago.
— Se não confia nas minhas habilidades, teremos um problema serio.
Numa velocidade que eu não teria no meu melhor dia, Justin terminou de abrir a fenda grande o bastante para que passássemos. Teríamos de nos abaixar para entrar naquela toca de coelho, mas nada comparado a ficar e ter que encarar dezenas de assassinos.
Com o serviço pronto, o martelo foi ao chão e seu possuidor descansou as mãos nos joelhos, controlando sua respiração.
— É só cansaço, está tudo bem — me afirmou  um pouco ofegante ao flagrar meu olhar aflito — Agora vão, não temos muito tempo.
Ryan já estava se movendo para adentrar o buraco negro, mas finquei os pés no chão, me atentando a ausência do plural na segunda oração.
— Nós vamos — corrigi com firmeza.
Os dois me fitaram e depois trocaram um olhar significativo. Ryan entrou na parede, calculadamente se virando de costas.
— Faith — Justin se aproximou exalando persuasão em sua íris clara.
Dei um passo para trás, relutante. Aquilo não estava em discussão.
— Cala a boca Justin, vamos todos entrar no buraco e procurar um médico.
Ele deu um sorrisinho pela estranheza de minha sentença. Para mim não era engraçado.
— Eu sei, só preciso ir mais tarde, vou ficar aqui para empurrar o armário de volta e atrasá-los um pouco, depois encontro vocês.
Mal esperei que terminasse de falar e já estava negando.
— Você acha que eu sou burra? Você não pode enfrentar tantos sozinho, com um você quase morreu! — minha voz beirava a histeria.
Sua mão alcançou a minha, direcionando-a até seus lábios para que desse um beijo.
— Já te falei o quanto é preciosa? — murmurou com mansidão, encarando o fundo dos meus olhos.
— Não muda de assunto, se não formos juntos, ninguém vai.
Ele estalou a língua, segurando meu rosto.
— Não estou mudando. Preciso garantir que fique segura para que possa me concentrar. Se você estiver aqui, não consigo. Esse foi o problema de agora pouco.
— Mas você também não precisa estar aqui.
— Preciso atrasá-los. Vai dar tudo certo.
Não acreditei nele. Não sabia se devido nossa confiança rachada, ou porque estava com medo demais, ou se até mesmo suas palavras eram perfeitamente polidas para transparecer convicção que soavam duvidosas, mas eu tinha certeza de que não podia deixar aquele lugar sem ele.
— Você não está sendo coerente!  — as palavras saíram apressadas da minha boca — Nada pode ficar bem se você ficar aqui sozinho e...
— E eu amo você, então não pode me pedir o contrário — confessou, acariciando minha bochecha com o dedão e olhando no fundo dos meus olhos para que eu visse sua sinceridade.
Precisei de um momento para encontrar minha boca de novo. Aquelas três palavrinhas já usadas por mim antes entraram pelos meus ouvidos e fizeram o estrago pelo restante das vias, fazendo cócegas na glândula lacrimal, trazendo vida a todos os órgãos. Se eu já estava dependente emocionalmente antes, naquele momento fui costurada em sua alma. Não seria possível tirá-lo de mim sem levar grande parte minha.
— E você não pode me pedir para te deixar para trás — retruquei em um tom estranho — Ainda mais depois de dizer uma coisa dessas.
— Pessoal, eu sei que é complicado, mas precisamos ir agora — Ryan interviu.
Ele deu um sorrisinho.
— Demoramos a admitir, huh?
Neguei.
— Acho que não podia ser diferente.
Se inclinando, Justin beijou minha testa e então minha boca, com aquela leveza atordoante trazendo um novo significado, mais intenso e concreto, nossos sentimentos recíprocos solidificados.
— Agora vai, Ryan tem razão.
Cruzei meus braços, decidida.
— Meu Deus, mulher, não me faça te carregar, e eu juro que vou.
Justin deu uma risadinha do amigo, inclinando a cabeça, concordando. Fuzilei Ryan com os olhos.
— Eu o conheço antes de você, sei do que ele é capaz — resmungou — Ele é um Bieber, como o Poderoso Chefão, já vai nos alcançar, mas vamos todos morrer se não estivermos de acordo.
Com um desvio muito bem planejado, os braços de Justin me envolveram, e fui tão abstraída por seu abraço que não percebi que estava sendo conduzida. Em certo ponto, mãos diferentes se encaixaram em minha cintura, me puxando para longe. Só tive tempo de um protesto baixo e abaixar a cabeça para não bate-la contra o pedaço de parede acima.
Ryan me soltou assim que me estabilizei, se colocando a minha frente para que eu não tentasse sair. Se minhas mãos estivessem boas, aquele homem estaria numa encrenca tremenda. Justin lhe passou a arma que me dissera estar com silenciador e olhou fixamente para os olhos de Ryan.
— Sabe que se ela estiver com um arranhãozinho a mais, eu vou estourar a sua cara. Estou confiando praticamente minha vida a você.
Eu não saberia que estava falando de mim se não me olhasse em seguida com tamanho afeto. Poderia sorrir, mas sentia cada um dos meus ossos se remoerem de angústia por ser obrigada a deixa-lo para trás. Aquela não era uma decisão minha. Eu não aceitava.
— Pode confiar, cara.
— Isso não é justo, eu não posso opinar?!
Ambos me ignoraram.
— Quando saírem mande uma mensagem, vou deixar o toque do meu celular alto. Me diz que ainda está com ele aí.
Ryan enfiou a mão no bolso da frente com um sorriso orgulhoso, tirando o aparelho.
Pensando estar distraído, tentei passar por ele, mas seu braço se postou prontamente a minha frente, fechando o caminho.
— Quebro o pescoço, mas o celular não.
— Eu posso quebrar seu pescoço! — blefei.
Era como se eu fosse invisível.
Justin puxou o seu, observando com uma careta a tela quebrada.
— Pelo menos ainda funciona.
Ouvimos um estrondo descer as escadas. Afinal haviam serrado o suficiente para derrubar a porta?
— OK, vão — ordenou, se posicionando para empurrar o armário de volta.
— Não! Nós não... — e era tarde demais, Ryan segurou meu braço quando me tentei ir para frente e de uma vez Justin arrastou o metal, me dando apenas uma piscadela determinada como se estivesse a ponto de derrubar pinos num jogo idiota para me ganhar um urso de pelúcia. A solidão me abraçou quando o perdi de visão.
Ryan ligou a lanterna do celular para que enxergássemos alguma coisa, me guinchando para que seguíssemos adiante naquele terreno desconhecido de paredes rebocadas e estreitas em volta do chão de terra. Ele espirrou algumas vezes devido ao cheiro terrível de mofo, estava abafado o suficiente para que eu considerasse a ideia de morrermos sufocados enquanto Justin era atacado em todas as direções por homens brutos, estúpidos e insensíveis.
— Essa é uma propriedade antiga, então esse túnel existe por causa de alguma guerra, ou sei lá o que. Vocês têm sorte de ter minhas habilidades investigativas — ele se vangloriou.
— E nessas habilidades está incluída a capacidade de abandonar um amigo? Surpreendente — murmurei impotente, o aperto em meu coração me dava vontade de golpeá-lo com seu celular ‘indestrutível’.
— Somos estrategistas Faith, e essa era a estratégia mais viável — justificou sem o mínimo de culpa.
Bufei indignada demais para poder expressar em palavras e ouvi sinais de luta do outro lado do armário. Eu estava sufocada.
— Me diz então, há quanto tempo você lida com situações desse tipo? Se tiver uma ideia melhor, volto com prazer junto com você.
— Qualquer coisa seria melhor do que usar um ser humano como válvula de escape.
Não surpreendentemente, tropecei em meus pés, como se eu pudesse ser mais patética. Apoiada pela mão de Ryan que ainda não largara meu braço, me endireitei, mas sentia como se estivesse estatelada no chão.
— Faith, preciso de você aqui para me ajudar a achar a porta — disse ele calmamente.
— Não deveríamos ter deixado Justin sozinho.
A umidade das paredes começava a se apossar do meu rosto e diversas vezes tive que passar as costas da mão sobre ele.
— Você vai ter muitas rugas se continuar se preocupando dessa maneira. Não deveria ser a pessoa com mais fé no mundo?
— E você não deveria ser um amigo que se importa a ponto de não abandonar?
Ele parou de andar, se concentrando em meu rosto.
— Ouça, sei que não consegue compreender o que fazemos e como fazemos, mas te prometo que vai ficar tudo bem. Se Justin disse que pode fazer isso, ele vai fazer, e quanto mais rápido sairmos daqui, mais rápido poderemos reencontrá-lo. Então, por favor, podemos entrar em harmonia agora?
Olhei para trás na esperança de ver Justin portando um sorriso empolgado pelo sucesso obtido e encontrei desesperança na ausência da luz. O quanto de dor aquelas paredes haviam presenciado? Era energia negativa demais para um lugar só. Será que no fim as promessas sussurradas eram mantidas?
Respirei fundo, tentando absorver a serenidade que emanava do sorriso inseguro de Ryan.
— E se não houver uma porta?
Seu sorriso se alargou de empolgação e voltamos a nossa caminhada.
— Tem uma porta, eu já vi. Vamos sair direto na garagem — ele com certeza estava feliz com a ideia.
— E qual o plano em seguida? Quer dizer, você tem um plano, certo?
Ele riu, mas para mim não era nada animador. Encontramos a saída antes que eu roesse todas as unhas e tivesse torcicolo.
— Ok, esteja pronta.
Separei os pés e cerrei os punhos.
Ryan estreitou os olhos.
— Você acha que pode lutar com balas? Se encoste à parede, menina.
Obedeci, seu argumento tinha pertinência. Ryan atirou na fechadura da madeira desgastada, coisa que considerei desnecessária, o material estava tão podre que provavelmente cederia com o mínimo dos contatos. Em seguida, chutou a porta que se abriu com facilidade. Ele se encostou ao meu lado, se escondendo do que poderia estar nos esperando. 
O único som que ouvimos vinha do lugar que havíamos escapado, e minha cabeça girou com náuseas ao imaginar como Justin estava se saindo. 
Por favor.
Ryan espiou pela porta, então me pegou pelo braço outra vez, disparando entre quatro carros alinhados.
— Entra! — gritou assim que alcançamos uma caminhonete preta.
Me soltei dele, dando a volta no veículo.
— E o Justin?
— Vamos esperar lá fora.
Abri a porta e saltei no banco de couro, me fechando ali enquanto Ryan procurava alguma coisa na roda — provavelmente as chaves.
Dei um pulo de susto quando soaram disparos repentinos, fazendo com que eu me encolhesse no banco e protegesse meu rosto, até que percebesse que as balas não atravessavam a lataria ou o vidro. Com um alívio maior do que poderia explicar em uma vida toda, percebi que a caminhonete era blindada.
Ryan ainda não entrara e se abaixava junto ao capô para devolver os ataques. Os tiros que emitia eram mais silenciosos que meu estômago. Antes que eu pudesse entrar em pânico com a possibilidade de que fosse baleado, ele arreganhou a porta, se enfiando para dentro encolhido por não ter conseguido se livrar de todos os caras. Eu não sabia quantos eram e não estava com coragem de olhar. No mesmo instante que ele girou a chave na ignição estava acelerando. 
Não raciocinei rápido o suficiente para perceber que nos direcionávamos para o portão da garagem ainda fechado, evitando um surto desnecessário por Ryan ter apertado o botão de um controle preso no quebra-sol. A caminhonete passou espremida entre a abertura alcançada, nos lançando para muitos seguranças sobressaltados com nossa saída improvisada. Cada um deles se voltou para nossa direção, atirando na lataria imperfurável. Quanto a esta última parte eu não estava totalmente confiante, então abracei minhas pernas com um gemido. Tivera demasiadas experiências quase morte para um dia só.
Ryan uivou, soltando uma gargalhada. Estava definido, ele sofria de alguma doença mental.
—   Se segure, Faith!
Firmei o abraço em meu próprio corpo e tive impressão de que atropelávamos uma sequência de cones colocada no meio do gramado. Seria melhor pra mim se eu continuasse imaginando que fossem cones.
— A gente não vai conseguir sair daqui — murmurei com a voz abafada.
— Não seja pessimista, mulher! Me dê algum credito.
Demos algumas voltas nauseantes dentro da propriedade com a trilha sonora do “ploft” a cada centímetro andado, consequentemente diminuindo as balas incansáveis a tentar nos atingir. O vidro frontal e as janelas estavam rachando, e eu já estava vendo a hora que o material cederia para Jesus vir me buscar. Ryan chegou a abrir a janela e colocar o braço para fora, atirando de volta.
— Ai merda.
A caminhonete sacolejou instável, até que parasse.
— Acertaram o pneu — resmungou — Não saia em hipótese alguma daqui de dentro.
Feita a recomendação, abriu sua porta, ensaiando a saída diversas vezes enquanto participava da troca de tiros. Ele mergulhou no chão e eu apertei a trava no painel, me encolhendo no banco. Utilizando a porta como escudo, sua expressão não estava mais tão leve, um traço disfarçado de irritação começava a aparecer em seu rosto.
— Mas que inferno gente, morram logo!
Em outra situação, eu poderia rir disso. E um a um, eles foram sucumbindo.
Só soube que havia acabado quando Ryan colocou uma mão no final das costas, demonstrando cansaço. Mesmo assim, quis fazer graça, levando a ponta da arma à boca, assoprando como se fosse um duelo texano, e suspirou.
— Agora você já pode descer do carro, precisamos sair daqui.
Ele olhava seu trabalho feito enquanto falava, orgulhoso de si mesmo. Leonardo da Vince admirando Mona Lisa.
Escolhi engatinhar até o banco do motorista para sair pela porta dianteira e me colocar imediatamente ao lado de Ryan. Não estava em condições de ficar um segundo sequer sozinha.
Não abaixei meu olhar enquanto corríamos pelo gramado, não querendo ver os corpos espalhados feito ratos após uma dedetização. Quando estávamos próximos ao portão, ele se abaixou, apalpando o bolso de um de seus pinos. Repentinamente, o portão de ferro com linhas retas se abriu, através das frestas eu podia ver a rua vazia. A mansão era isolada das outras casas, no fundo de uma rua sem saída. Mas eu não duvidava que os vizinhos distantes tivessem ouvido todo o estrago causado. Me perguntei se já estavam acostumados a isso e como seria possível.
Quase me joguei na calçada, louca para estar fora daquele pesadelo. Entretanto, fui inibida de colocar ao menos um pé para fora, olhando para a casa dos horrores, pensando seriamente na possibilidade de voltar. Parte minha ainda estava lá dentro.
Ryan agarrou meu braço outra vez, me puxando para fora apressadamente, nos distanciando daquele cenário. Ele se adiantou à minha reclamação:
— São ordens do Justin, precisamos sair para avisá-lo, e assim ele vem também — me lembrou, pegando seu aparelho celular do bolso.
Dadas às circunstancias que nos encontrávamos eu não me culparia se não me atentasse aos detalhes, mas meus olhos captaram muito bem certa inquietação em Ryan depois que enviou a mensagem. Ele olhou para frente, voltando a andar. Imaginei que usasse uma tapa como aqueles colocados em cavalos para que não se distraiam no caminho.
— Ryan, a gente pode esperar ele por aqui — puxei meu braço de volta, não me importando em me estagnar no meio da rua.
Ele não olhou pra mim, me guinchando outra vez. Como uma criança birrenta, usei meus pés de freio, me recusando a ficar um centímetro a mais longe de Justin.
— Ryan!
— Faith, você se lembra de que estou com dor de cabeça? Colabore comigo, preciso de um médico.
— Claro que sim, Justin também, e talvez eu, mas vamos juntos. Então espera.
Ele respirou fundo, me encarando.
— Sei que você tem sua própria consciência e blá blá, mas a gente precisa sair daqui agora. Justin vai nos alcançar, não queira descumprir o combinado agora.
Pensando ser o suficiente para me convencer, tentou me arrastar outra vez. Cruzei os braços.
— Não foi esse o combinado. Você disse que o esperaríamos aqui fora. O que aconteceu? A mensagem não chegou? Ele já havia mandado alguma outra?
Talvez eu estivesse paranoica após dias loucos como esses e estava fazendo uma cena ridícula para alguém que havia acabado de me conhecer. Mas tinha alguma peça que não encaixava, e ele precisaria ser paciente para mostrar que era apenas paranoia minha.
— Vamos esperar aqui fora. Longe da casa. A qualquer momento alguém pode sair atrás da gente. Já pensou qual vai ser a minha desculpa para dizer ao Justin que você tomou um tiro e morreu no meio da rua? Não estou disposto a enfrentar isso. Então, nós continuamos andando.
Não encontrei argumentos para rebatê-lo, então me deixei ser arrastada, não conseguindo evitar de virar a cabeça para trás muitas vezes, esperando que Justin aparecesse. Minhas mãos soavam, o intestino grosso começava a fazer um nó sozinho. Todos os meus órgãos estavam de desacordo com aquela decisão, até mesmo meu cérebro, que mal me dava o comando para levantar os pés.
Um metro e meio depois não havíamos alcançado as outras casas, Justin não estava a vista e eu tinha sensação de que meu corpo estava em greve.
— Não podemos continuar — avisei, me atentando à minha respiração.
— Faith, eu já disse que...
— Eu estou com falta de ar, meu corpo está formigando...
Ele parou, me olhando com um vinco enorme na testa.
— Não me diga que está tendo um ataque de pânico agora.
— Não tenho ataque de pânico, mas nós temos que esperá-lo aqui. Ryan, não vou dar um passo a mais.
Seus ombros relaxaram e ele examinou a distância que estávamos, então se abaixou na direção dos meus olhos.
— Tudo bem, respira fundo, está tudo bem, todos vamos ficar bem.
— Não acredito em você. Justin já deveria estar aqui. Eu sabia que ele não conseguiria lidar com tantos, a gente tem que...
— Respirar. A gente tem que respirar.
Eu estava me esquecendo de como se respirava. Ryan viu isso, então me conduziu para que me sentasse na calçada.
— Não vou. Nós temos que voltar.
— Não podemos Faith.
As pulgas saltando em minha orelha me morderam.
— Por que não?! Ele não pode fazer isso sozinho! — o controle começou a se esvair entre meus dedos — Se você não quiser, eu volto sozinha! Não vou deixar que...
Minha voz sumiu. Não por falha em minhas cordas vocais ou problema no meu cérebro. Um som crescente se sobressaiu a ela, alto o bastante para ferir meus tímpanos, me deixando com aquele apito agudo e interminável no ouvido. Meu corpo se contraía, um mecanismo de defesa automático que me fez esconder o rosto da nova ameaça. Não sabia dizer se Ryan também agia involuntariamente, mas ele se posicionou atrás de mim, me cobrindo.
Quando consegui me livrar do susto, abri os olhos, procurando qual era o problema, identificando a grande fumaça preta e densa subindo ao céu. Não foi preciso muito para entender que vinha do terreno em que se encontrava a mansão, agora escondida por aquele fantasma que riu na minha cara.
Não consigo me lembrar da ordem dos fatos e dos detalhes. Não consigo ao menos descrever o sentimento intenso e trêmulo que tomou conta de mim e me lançou para frente, multiplicando minhas forças de forma que eu conseguisse me livrar dos braços de Ryan e corresse em direção ao caos que abrigava o homem que eu amava. Obriguei meus músculos rígidos a prosseguir, tendo a sensação de que derrubava um pedaço meu a cada passo.
No fim, não fui muito longe, impedida por seu amigo que prometera me manter segura. Esperneei e um lamento agonizante cortou o dia. Não parei de tentar e Ryan não afrouxou os braços a minha volta. Talvez tenha dito alguma coisa, talvez tenha sido ele mesmo a dar um chute em meu estômago capaz de me deixar sem força alguma e me derrubar no chão, arquejando por ar, a explosão parecia ter se alastrado para dentro de mim. E eu não era capaz de lidar com ela. Tinha certeza de que não conseguiria. Não sozinha.
Estava tudo errado, eu conseguia ver a luz embaçada prometendo estar emitindo ondas de calor intenso, mas tudo o que eu sentia era o frio que congelava meu âmago. A única certeza que eu tinha era de que precisávamos tirar Justin de lá.
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GENTE A LARE TA AQUI SPDOKSPODK LARE LOGICO QUE ME LEMBRO DE VC VC TA BM MULHER? ME CONTE?????????????? BEIJOS ETERNISSIMOS DE FELICIDADE

Um comentário:

  1. Ooi!! Eu estou bem mulher, e vc??? Jsjsjsudu que saudades!!! O que anda fazendo da vida??? Eu estava relendo as histórias e nossa, que saudade!! Ksjsjdud
    Beijinhos beijinhos
    Lari C.

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O que achou do capítulo? Conte pra mim, eu não mordo ><